Uma sala cheia para ouvir falar do livro do Didier Ferreira.
Depois do Prof. José Fernando Vasco (bibliotecário da Escola Secundária Cacilhas - Tejo) ter feito as honras da casa,
A seguir ao representante da Editora "Esfera do Caos", Francisco Abreu,
E antes da intervenção do autor, Didier Ferreira,
Coube-me a mim, Ermelinda Toscano, fazer a apresentação da obra. Foram estas as minhas palavras, com o contributo de Gertrudes Novais e Amélia Fortes na leitura dos poemas que escolhi para complementar e ilustrar a análise feita:
«Boa noite a todos e todas que nos
deram (melhor, estão a dar) o grato prazer de estar connosco neste encontro
para falarmos de um jovem autor (DIDIER FERREIRA) e da sua obra (DIÁRIO POÉTICO DE UM EMPREGADO DE BALCÃO).
Obrigada pela vossa presença.
Um jovem que nesta Escola cresceu como Homem e
aqui se fez Poeta.
Por isso, o estarmos aqui hoje é
fruto da importância que este espaço representa, ainda, na sua vida.
Um jovem que tive a oportunidade
de conhecer há uns anos no “Café
com Letras”, em Cacilhas, e onde numa sessão de “Poesia Vadia”
me deixou presa a cada palavra dos versos que então nos leu, sempre de sorriso
nos lábios, de forma tímida, algo insegura mas com uma tamanha convicção que
não pude deixar de ficar surpreendida.
A mesma reação que acabei por
sentir ao ler este livro que tenho a honra de vos apresentar.
Mas deixo já um aviso: não vou
seguir o caminho ortodoxo e interpretar parte do conteúdo do livro… incapaz de
seguir padrões, prefiro outros horizontes e farei a ponte para outras leituras
complementares (do mesmo autor, com certeza).
Poderia começar por falar um
pouco do autor. Mas julgo que o Didier compreenderá se eu vos disser que a
estrela desta tarde é a sua obra e não ele… Embora uma coisa não se dissocie da
outra, obviamente.
E porque não quero roubar o justo
protagonismo que ambos merecem (autor e obra) irei tecer apenas algumas breves
considerações sobre o que senti ao ler este “Diário Poético”, não como crítica
literária (que não sou) mas como alguém que ama a leitura e a aprecia com os
“olhos do coração”.
Começo, então, por dizer que este
livro revelou-se um desafio…
E uma surpresa, porque à medida
que lia cada página, que tentava entender a mensagem de cada história, eu
descobria encantada, nas entrelinhas, a INSPIRAÇÃO DO POETA…
E assim fui compreendendo o poder
extraordinário que têm estes pequenos textos, de pensamentos profundos, perfeitamente
contextualizados e utilizando uma linguagem acessível, muito bem estruturada,
rica na sua substância linguística:
Enquanto nos deixam a pensar
sobre a vida e as relações humanas, transportam-nos para a outra dimensão que
atravessa cada parágrafo deste livro, que se encontra em cada linha…
E mesmo que à primeira vista a não
encontremos, ela está presente em cada sílaba pronunciada e acompanha-nos do
princípio ao fim: a POESIA.
Mas este livro tem um segredo que
julguei ter desvendado.
Algures entre inquietações
profundas e dúvidas existenciais que só a outros parecem pertencer, julgo não
errar ao afirmar que temos aqui muita partilha autobiográfica e subtis retratos
do autor.
Sendo todas estas histórias
ficção, é certo, elas são também o reflexo das preocupações de quem as pensa e
encontra na escrita uma forma de desabafar aquilo que o incomoda libertando-se
dos fantasmas que UM DIA o atormentaram.
E o alívio sentido ao expor assim
os sentimentos numa folha de papel que se partilha com o público, seja prosa ou
poesia, é tanto que acabada a leitura desta obra se sente que a frase mais
pensada pelo autor decerto terá sido: QUE BOM QUE É PODER ESCREVER.
A terminar esta forma singular
que mistura a obra em destaque (prosa) com poemas do mesmo autor, feita não por
uma pessoa mas por um coletivo, deixo-vos com mais três leituras que ajudarão a
compreender as personagens identificadas:
LAURA – PORQUE EXISTES.
ANTERO – SOZINHO.
E, por fim, o NARRADOR – GOSTO DE QUEM GOSTA DE MIM…
E foi esta a nossa (dos Poetas
Almadenses) modesta contribuição. Parabéns Didier e votos de muitos êxitos
futuros porque eles são merecidos.»
Da esquerda para a direita: Ermelinda Toscano, Francisco Abreu e Didier Ferreira.
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