Quando o sistema integrado de
avaliação apareceu na nossa Administração Pública (vulgarmente conhecido como
SIADAP), acabando com a anterior forma de classificação do desempenho dos
trabalhadores, as reclamações foram generalizadas.
É um facto que subscrevi muitas das
críticas então feitas, não por temer ser avaliada mas por estar consciente das
falhas que, ainda hoje, são notórias mesmo tendo já decorrido mais de uma
década.
Ensinou-me a experiência (como
avaliada e avaliadora) que, ao contrário do que muitos queriam então fazer
crer, o principal problema das velhinhas notações não era a parcialidade com
que os dirigentes classificavam os trabalhadores (algo que a novel gestão por
objetivos não consegue impedir) mas antes a incompetência de muitos deles em
matéria de recursos humanos e, sobretudo, uma certa “cultura de poder” generalizada
onde a importância do chefe se media pelos favores que distribuía e não pela
sua capacidade de liderança, o que nalguns casos ainda hoje se faz sentir.
Ou seja, com notações ou com SIADAP,
na essência, muito pouca coisa mudou entretanto e em muitos serviços as
injustiças na avaliação do desempenho dos trabalhadores da Administração
Publica Central e Local continuam ao sabor dos humores dos avaliadores que
favorecem ou prejudicam consoante lhes apetece.
Se há hábitos cuja mudança é
difícil de concretizar, como seja o comportamento parcial de alguns dirigentes,
existem outros que estão de tal forma enraizados nos trabalhadores que acabam,
também, por inquinar a implementação de um sistema justo de avaliação do desempenho:
refiro-me ao temor que muitos sentem em ser avaliados por objetivos (no que são
incentivados por alguns sindicatos), como se o mérito fosse o sujeito
indesejado e o problema estivesse no método de o avaliar preferindo a permissividade
de instrumentos que permitem esconder a sua própria incompetência.
No meu caso pessoal, sempre fui
bastante exigente em termos profissionais. Orgulho-me de ser uma trabalhadora
empenhada e responsável, que procura atualizar os seus conhecimentos de forma
regular. Por isso sei que vou cumprir, talvez até superar, os objetivos que me
foram atribuídos e irei conseguir demonstrar todas as competências que foram consideradas
essenciais ao desempenho das funções que me cabem.
Há pergunta em título respondo:
Na minha opinião, os irresponsáveis
e os incompetentes!