2.º ENCONTRO AUTÁRQUICO DO ISCTE / 2019
6 de maio de
2019 / 16:30H às 18H
Desafios da
Utilização das TIC na Gestão da Cidade e na Participação Cívica Local
“Na mobilidade o ‘mix’ é cada vez mais a tendência” foi título
de um artigo do Jornal de Negócios de 06-07-2017, mas poderia ter sido, também,
o subtítulo da palestra de ontem no ISCTE.
Neste artigo, que retirámos do site da AFIA,
e que se transcreve no final, está espelhada a mensagem que Vladimiro Feliz nos
transmitiu numa excelente apresentação que cativou todos os presentes.
Vladimiro Feliz, depois de uma apresentação genérica sobre o
avança das TIC no mundo e em Portugal, falou-nos também das tendências urbanas
e socioeconómicas atuais em que temos uma sociedade cada vez mais imediatista e
desigual.
Fazer mais com menos recursos, ou seja, a capacidade de nos
tornarmos cada vez mais eficientes e evitar o desperdício é uma preocupação.
Tal como o problema da descarbonização.
Caminhamos, necessariamente, para uma economia de partilha, para
uma economia circular. Tudo tem de ser orientado e regulado para poder ser
usado de forma útil. Estas questões, necessidades, podem ser alavancas para o
avanço tecnológico. E há que saber aproveitá-las.
Os desafios das cidades de hoje são:
Interoperabilidade
Sustentabilidade
Integração
Conetividade.
Algumas questões chave:
Prestação de melhores serviços ao cidadão;
Integração do on-site
com o of-site;
Otimização das operações e plataformas logísticas;
Obsolescência das estruturas (legado);
Integração de políticas e regras;
Informação credível, coerente, atual;
Internet de tudo;
Disciplina orçamental;
Maior transparência;
Fiscalização e controlo;
Visão homogénea do território;
Assegurar o longo prazo;
Exigências dos cidadãos;
Desmaterialização das relações. Etc. Etc.
A premissa:
ONE SIZE FITS NONE
A transformação digital:
A imaginação e o
orçamento disponível são o limite
“A convergência digital irá impactar de forma
substancial a forma como vivemos e trabalhamos”
“Não se pode gerir o que não se consegue
medir”
“O digital não resolve as ineficiências do
analógico”
QUE FUTURO PARA AS CIDADES?
Ambientes integrados de gestão das cidades, a partir de uma única
plataforma, como suporte à decisão técnica e política, com possibilidade de
aceder a informação “na hora” e reporte histórico se necessário. Centros
operativos da cidade, onde estão reunidos no mesmo espaço, todos os operadores
e agentes relevantes.
A INTERNET DAS COISAS
(IoT: Internet of Things)
Aceleradores
Conetividade,
custo, capilaridade e largura de banda
Disseminação
dos devices móveis
Redução
do custo dos sensores e atuadores
Massificação
dos investimentos em IoT
Inibidores Segurança da
informação
Privacidade
dos utilizadores
Constrangimentos
nas implementações
Fragmentação
tecnológica
“Com a digitalização da economia, a mobilidade é um dos campos que está
também em mudança. O caminho parece indicar que a mobilidade vai deixar de
fazer com recurso apenas a um módulo.
A área da mobilidade não fica indiferente às novas tendências de
digitalização da economia. Actualmente, neste domínio, há tendências fortes e
que geram consenso entre os principais actores, defendeu Vladimiro Feliz, Head
of Smart Cities e CIO do Ceiia, centro de engenharia e desenvolvimento do
produto que se dedica à implementação de produtos inovadores em áreas como a
mobilidade). A alteração para um “mix de mobilidade” é uma dessas tendências.
‘Cada vez menos, vamos olhar para um único módulo de mobilidade
como um meio de nos transportar de A para B. Vou, cada vez mais, olhar para o
meio mais confortável, mais barato, mais rápido e que produza menos emissões de
CO2’, contou. O responsável acredita que, no âmbito deste ‘mix de mobilidade’,
não ‘estará longe o momento em que compro créditos de mobilidade que vou
consumindo em função do meu perfil de uso’. Ou seja, utilização dos meios que
mais vantagens proporcionam em determinado momento, indo ao encontro a
necessidades específicas daquele momento.
A própria indústria automóvel enfrenta transformações, fruto desta
mudança de paradigma, e procura adequar-se as estas alterações. Nos próximos
anos, o segmento dos veículos eléctricos vai crescer e terá um papel
preponderante na indústria automóvel. Ainda neste sector, o futuro passará por
olhar para a restante indústria como um parceiro de negócio. O sector automóvel
vai ‘ter de estar focado na inovação tecnológica para desenvolver os seus
veículos’. ‘Mas vai ter de encontrar parceiros nomeadamente na área da
tecnologia digital, na área das operações de mobilidade, porque, cada vez mais,
ao olharmos para a mobilidade como um serviço, isso vai obrigar a que a
indústria se reinvente e que encontre novas formas de se posicionar no mercado’.
Vladimiro Feliz falou ainda da criação de uma Zona Livre
Tecnológica em território nacional, uma medida que está presente no Startup
Portugal, estratégia nacional de apoio ao empreendedorismo, e que visa criar
regulação para que sectores inovadores possam realizar testes aos seus
produtos. ‘A criação de uma Zona Livre Tecnológica em Portugal será um passo
interessante para testar estas soluções e toda a questão da conectividade e da
digitalização’.”