Trata-se da mais
vasta coleção de periódicos portugueses, existente a nível nacional. Mais
de cem títulos e, no total, muitos milhares de obras, disponíveis para consulta
na Biblioteca dos
Serviços de Cultura da Assembleia Distrital de Lisboa e cujo estado de
conservação é o que as fotografias (captadas hoje mesmo) documentam.
Ainda assim, é um
património cultural que a Câmara Municipal de Lisboa, com base no parecer
do seu Secretário-geral (Dr. Alberto Guimarães), considerou "sem
interesse para o município" atentas as suas "caraterísticas" e o
"estado de conservação do acervo".
Façamos um esclarecimento:
A autarquia da capital
tem todo o direito de recusar aceitar a transferência dos equipamentos
culturais da Assembleia Distrital alegando meras razões políticas para o
efeito. Todavia, como entidade da Administração Pública deve obediência à lei
e, sobretudo, aos princípios constitucionais da transparência e da boa-fé, pelo
que deveria fazê-lo de forma democrática e dando notícia das razões objetivas
para tal.
Acontece, porém, que
esta decisão assumida em nome do Município resulta apenas de uma opinião
pessoal (do SG da CML) que obteve o aval
da vereadora Graça Fonseca (em quem, supostamente, o presidente da Câmara
terá delegado competências para tratar do assunto da Assembleia Distrital) mas
nunca foi discutida pelo órgão executivo.
Além disso é baseada
em falsidades, como essa das caraterísticas (supondo que a referência é aos
conteúdos desinteressantes para a história da cidade e do seu concelho) e de
dar a entender que o "estado de conservação do acervo" é de tal ordem
(mau, supõe-se) que inviabiliza qualquer interesse do município.
Não estão interessados
nos Serviços de Cultura da Assembleia Distrital de Lisboa, em particular na sua
Biblioteca? Essa é uma opção que, mesmo que a não compreendamos, devemos
respeitar (em democracia é assim que as coisas deveriam funcionar). Mas, por
favor, não mintam sobre os motivos que se escondem por detrás de tal vontade. E
se os fundamentos são apenas políticos, assumam-nos e esclareçam-nos quais são.
É o mínimo que exigimos.
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