Partindo das notícias que saíram ontem
na imprensa (Correio da Manhã, Diário de Notícias e Público, entre outros jornais diários),
e depois de ver como foi avaliado o currículo de Miguel Relvas, estou a
ponderar seriamente solicitar a análise do meu currículo profissional para que
certifiquem as competências entretanto adquiridas. Em respeito do princípio da
igualdade (protegido pela Constituição da República) espero que o Conselho
Científico da faculdade a quem venha a recorrer utilize os mesmos métodos de
avaliação que aplicaram àquele governante.
Ser Presidente da Assembleia Geral
de uma associação cultural é uma tarefa que, além de ocupar um tempo residual ao
titular do cargo (normalmente são, apenas, uma a duas reuniões anuais) não
exige o desempenho de quaisquer atividades específicas que, de per si, possam
justificar a equivalência de competências. Para lá da direção esporádica do
órgão colegial no dia das sessões e, eventualmente, a representação ocasional da
associação em atos públicos, presidir à Assembleia Geral de uma associação ou
coletividade é uma experiência que não confere capacidades especiais a ninguém.
E como eu também já fui durante quatro
anos Presidente da Assembleia Geral de uma associação cultural da qual fora antes
Vice-Presidente da Direção e onde desempenho, no mandato atual (2011-2013), as
funções de Secretária, pertencendo, ainda, à Direção de uma outra há três
mandatos sucessivos (igualmente como Secretária), já para não falar da
coordenação cultural de uma outra desde 2006, faço votos para que ponderem
devidamente essas ocorrências e me sejam atribuídos os créditos devidos.
Contudo, como ao contrário do
senhor Ministro já possuo uma licenciatura (Geografia e Planeamento Regional, de
quatro anos bem esforçados) concluída com média final de 15 valores, e uma
pós-graduação (Gestão Autárquica Avançada) onde obtive Muito Bom (18 valores),
havendo ainda que juntar a conclusão de quatro disciplinas (média de 12 valores)
e dois seminários (média de 13 valores) de um mestrado (Planeamento Regional e
Urbano), é da mais elementar justiça que me atribuam, no mínimo, o grau de
Mestre.
É que, além de várias dezenas de
cursos e ações de formação diversificada na área da administração pública
autárquica que frequentei ao longo dos 25 anos de carreira como funcionária
pública (17 como técnica superior e 8 como dirigente, tendo recebido duas “menções
de mérito excecional” do órgão deliberativo onde exerço funções desde 1987) e,
ainda, do desempenho como autarca de freguesia (6 anos) e deputada municipal (1
ano), coordenadora de uma comissão nacional de trabalhadores desde 2000 e seis
anos como delegada sindical, acho que é de ponderar até uma possível atribuição
do grau de Doutor.
Isto quanto à parte letiva. Já
não peço que me dispensem de apresentar o projeto de tese pois que, nesta data,
até estou a preparar um trabalho de investigação que poderá servir os objetivos
pretendidos. Podem, isso sim, deixar uns créditos suplementares para garantir a
aprovação final.
É certo que nunca desempenhei funções
no Governo, não pertenço à Maçonaria, nem exerci cargos de gestão em empresas
privadas (apesar de ter trabalhado num consultório médico como rececionista,
numa papelaria e numa escola de música como empregada de balcão e como
professora de Geografia num externato particular), mas também fui militante partidária
muitos anos (mais de três décadas, embora nunca tenha sido no PSD), paguei
sempre as propinas, nunca faltei às aulas (apesar de ser trabalhadora
estudante), realizei todas as frequências presencialmente e dispensei sempre de
ir a exame, mesmo no ensino secundário onde também obtive médias bastante
razoáveis: 16 (no curso complementar de secretariado e relações públicas), 15 (no
curso liceal) e 14 (no 12.º ano).
Estão, assim, satisfeitas todas
as condições para a certificação de competências e a obtenção do correspondente
título académico.
Para terminar, espero vir ainda a
obter igual desconto no que se refere aos encargos financeiros do processo pois
que com esta austeridade dá muito jeito. Além do mais espero que pesem de forma adequada o facto de, no que se refere à prova das habilitações e/ou experiência profissional não haver no meu currículo lapsos convenientes e tudo o que afirmo estar devidamente documentado.
Há apenas dois senão. Não tenho cartas de recomendação nem conheço nenhum professor universitário que possa assinar o parecer...
Há apenas dois senão. Não tenho cartas de recomendação nem conheço nenhum professor universitário que possa assinar o parecer...
1 comentário:
A Emília pode dar uma ajuda porque a topa quando faz parte de uma mesa num debate onde estão licenciados apresenta na mesa ficha com Dr.
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