Depois da notícia de primeira página do jornal Expresso de ontem: «Três dos quatro professores de Relvas nunca o avaliaram», finalmente o Ministro Relvas emitiu um comunicado sobre o assunto da sua "turbo licenciatura":
E após uma semana de recusas sucessivas em esclarecer as dúvidas surgidas, o Ministro Relvas autoriza a consulta do seu processo e a Universidade Lusófona emite dois comunicados:
Antecipando o prometido, a Lusófona acaba por divulgar ontem mesmo os nomes dos docentes que leccionaram as cadeiras a Miguel Relvas, como se pode ler no segundo comunicado da instituição.
Estas reações levaram a Direção do Expresso, por sua vez, também a emitir um comunicado:
Resumindo, temos 1 + 2 + 1 = Nada de novo sobre o assunto. Ou seja, zero esclarecimentos efetivos sobre que tipo de competências foram consideradas e em que moldes se processou a respetiva certificação (li algures que até haviam sido consideradas algumas "cartas de recomendação" apresentadas por Miguel Relvas para atestar a sua valência académica... estranhamente não se fala uma única vez, por exemplo, na eventual frequência de cursos e/ou ações de formação profissional... foi tudo com base apenas na experiência política).
Assim como ficam por esclarecer as razões pelas quais se tem escondido informação de acesso público (os nomes dos docentes, as cadeiras frequentadas e as notas obtidas pelos alunos, não são dados de acesso restrito mas sim público... tanto assim é que as pautas são afixadas nos estabelecimentos de ensino em locais de acesso ao público em geral)... se não havia nada a esconder, se tudo estava conforme a lei, porque recusar a consulta do processo? Ter-se-iam evitado muitas especulações e escusavam agora de aparecer as"virgens ofendidas".
Sinceramente, a mim pouco me importa se Miguel Relvas é ou não licenciado (o grau académico não é requisito para o exercício de cargos políticos). Mas já me incomoda, e muito, que tivesse andado a mentir sobre o seu percurso académico e a permitir-se usufruir de benefícios de ética duvidosa (já no direito romano se ensinava que: nem tudo o que é lícito é honesto, nem tudo o que é legal é moral), pois mostra a sua falta de caráter... e um político sem escrúpulos a esse nível não é uma pessoa de confiança, logo não merece ocupar um lugar de responsabilidade governativa.
Sobre o que devia ser esclarecido, tomo a liberdade de fazer minhas as palavras de Alexandre Guerreiro, do blogue "Nem tudo Freud explica": «Miguel Relvas: 50 perguntas que deviam ter resposta.»
Sobre o que devia ser esclarecido, tomo a liberdade de fazer minhas as palavras de Alexandre Guerreiro, do blogue "Nem tudo Freud explica": «Miguel Relvas: 50 perguntas que deviam ter resposta.»
6 comentários:
"sinceramente a mim pouco me importa se tem ou nao titulo académico" ...
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Então mas se não lhe interessa para que é tanta conversa?
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Essa nova pérola de agora já não é importante ser legal (!), tem também de ser moral (seja lá isso o que for em termos práticos!), fica mesmo a matar!
O que importa é cozer o Relvas em lume brando, que o gajo queria acabar com a mama das freguesias, esse antro de parasitas que gastam o dinheiro do Estado para organizar as máquinas partidárias.
Concordo com o conteúdo deste artigo. É, de facto indiferente, se um dirigente político tem ou não habilitações académicas - embora não deixe de parecer estranho que os dirigentes que sejam inferiores hierárquicos de um Ministro tenham de ter curso académico para poderem dirigir e o Ministro, superior hierárquico, está dispensado.
Porém, se estamos perante um curso em que alguém lá chegou com relativa batota, aí a questão já releva. Não consigo compreender Passos Coelho e outros que desvalorizam a questão ou imputam aos autarcas (já me cruzei com esta teoria da conspiração) como se fossem os autarcas os culpados de Relvas alegadamente ter feito batota!
O que maior censura me provoca é o facto de vivermos num país de muito brandos costumes: o Ministro ameaçou a jornalista? Qual é o problema? O Ministro tem ligações ao pessoal do avental e está envolvido em escândalos «secretos»? Não há crise, é normal. O Ministro fez batota com o curso? É um fait divers. O Macário Correia violou o PDM e ordenou a construção de uma piscina em zona protegida sob a justificação de ajudar os bombeiros? O PDM e a Lei querem é perseguir autarcas sérios e ninguém prende os outros! E assim caminhamos para um ponto em que qualquer diz o Ministro fez um desfalque ou matou alguém mas está tudo bem, não há problema algum...
O que já não é irrelevante é existirem vagas submetidas a Concurso Público de Admissão, para dirigentes municipais em que se exige Licenciatura em um determinado Curso e o "escolhido" tenha um Diploma duvidoso, bem pouco legal e absolutamente fora do Curso exigido.
Ex.: C. M. e SMAS de Almada.
vao la investigar o curso de engenheiro do paulo goçalves, dos smas
diz que tem curso, mas o que tem é ser filho do encarregado geral
Minda
Quer falar de turbo cursos?
Então que tal as muitas dezenas de camaradas da CMA e SMAS que por obra do RVCC passaram da 4ª classe e menos para o 9º ano em meia dúzia de meses, através de um dossier de recortes.
E os que depois deste recorde ainda conseguiram chegar ao 12º em mais 6 meses? E depois saltaram para coordenador técnico?
Nenhum fez nenhuma aula, não sabiam escrever e continuam a não saber, faziam contas básicas e assim continuam.
Por acaso gostava de ver o camarada Jerónimo a comentar isso!
A Marinha Portuguesa também já promoveu a Maria Emília a Drª quando do comemoração do Dia da Escola Naval aqui no burgo, lembram-se?
Na boca do Jerónimo é uma Drª da mula-russa.
Hi hi hi........
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