«Desde as eleições autárquicas de setembro, há novas regras,
com a prevalência de um duplo critério: número de presidências de câmara (PCP
tem vantagem) e maioria de eleitores (PS ganha folgadamente). A primeira
reunião dos órgãos da AML, para eleição do conselho metropolitano e elaboração
da lista para a comissão executiva, tem lugar amanhã, em Lisboa.
A proposta socialista choca frontalmente com a defendida
pelos comunistas. O PCP, como o Expresso noticiou no sábado, pretende continuar
com a presidência do órgão deliberativo (mantendo no cargo o presidente da
Câmara do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho) e aceita que o PS fique à
frente da comissão executiva.
Esta divisão de lideranças não tem acolhimento junto de
António Costa, que apenas pretende dar ao PCP uma vice-presidência do conselho
metropolitano (o órgão é constituído por um presidente e dois vice-presidentes,
sendo que o eleito seria do PSD) e dois dos cinco lugares da comissão
executiva. Aqui, além da liderança, o PS pretende ter um secretário, propondo
que o quinto seja do PSD.
No fundo, PS e PCP fazem leituras diferentes de uma lei que cria
uma teia complexa para a eleição. Os comunistas, com 9 dos 18 municípios da
AML, entendem que este critério é o mais importante (embora estejam dispostos a
dar a presidência do órgão executivo ao PS).
Já para os socialistas o que conta em primeiro lugar é o
número de eleitores. Como Lisboa e Sintra são duas das seis câmaras
conquistadas, a vitória do PS neste ponto é esmagadora.
A fonte próxima de António Costa salienta que existe ainda
outro factor a favor dos socialistas: "o número de mandatos" conquistados
nos 18 municípios. Contudo, na lei, os critérios estão bem explícitos -
presidências de câmara ou número de eleitores -, não havendo qualquer
referência a mandatos.
Caso falhe um acordo entre socialistas e comunistas, só há
uma solução aritmética para encontrar um vencedor: uma aliança do PS com o
independente Paulo Vistas, de Oeiras, e as duas câmaras do PSD (Mafra e
Cascais).
Neste quadro, haveria um empate entre PCP e o bloco liderado
pelo PS. Mal tal chegaria a António Costa, pois a lei em vigor não exige a
maioria de câmaras. Basta que os votos a favor sejam pelo menos tantos quantos
os votos contra.»
Fonte: Expresso Online.
Sem comentários:
Enviar um comentário