Esperemos que neste mandato (2013-2017)
a Assembleia Municipal de Almada deixe de ser a correia de transmissão em que a
CDU a transformou durante décadas e que possamos vir a assistir a um verdadeiro
fórum de debate, não condicionado, e de fiscalização da atuação do executivo
pois que antes, com o empate técnico, havia sempre forma de desempate que era
feito em suposta "qualidade" mas que mais não era do que a bênção
final do Presidente da AMA.
Composição da Assembleia
Municipal de Almada no mandato 2013-2017:
CDU - 14 eleitos + 4 presidentes
de juntas = 18 deputados municipais;
PS - 10 eleitos + 1 presidente de
junta = 11 deputados municipais;
PSD - 5 deputados municipais;
BE - 2 deputados municipais;
CDS - 1 deputado municipal;
PAN - 1 deputado municipal.
São, portanto, 38 membros no
total: 18 para a CDU e 20 para a oposição.
Uma pergunta se impõe:
Será que iremos assistir à
réplica do que no mandato anterior (2009-2013) se passou no órgão executivo e
os dois votos que faltam para o empate técnico que pode transformar uma maioria
relativa em maioria absoluta (e que, tal como no mandato anterior, quando
acontecia, era sempre resolvido com o "ámen" do presidente da AMA) se
irão passar a chamar, agora, Carlos Guedes e Fátima Marras, em vez de Helena
Oliveira?
Pela parte que me cabe, como
cidadã politicamente interventiva, irei estar atenta ao funcionamento destes
órgão colegial em particular (sem esquecer a câmara municipal), dentro das
minhas possibilidades e com toda a limitação de meios que os munícipes fora da
esfera partidária têm. Quem sabe se não irei retomar uma série de iniciativas
que, entretanto, por motivos diversos, tive de deixar em
"suspenso"...
Não dou por adquirido aquilo que
não sei se vai acontecer... Porque não sou adivinha. Apenas pretendo aqui
deixar expressa uma hipótese que pode bem vir a ocorrer e não é assim tão
estranha quanto isso. No passado recente, e ainda era eu deputada municipal,
várias vezes aconteceu que PS+PSD+CDS+BE (22 deputados municipais) votaram a
favor/contra determinada moção e a CDU (22 deputados municipais) em sentido
inverso. O desempate era sempre, obviamente, resolvido nos termos da lei (isso
nem sequer se questiona) a favor da CDU pelo presidente da AMA. Apenas pretendo
colocar uma dúvida, tendo presente o que aconteceu nos últimos quatro anos com
a vereadora do BE.
Espero, portanto, que percebam que
não se trata de estar já a partir do pressuposto que metade dos deputados da
Assembleia Municipal de Almada vão estar sempre contra tudo e contra todos... Caramba!
Se assim fosse ainda iam todos parar ao “purgatório partidário” pois
dificilmente haveria vencedores e vencidos... Aniquilavam-se!
E esta última ironia mais não é
do que o aligeirar da situação pois acho que no início de qualquer mandato há
sempre que "dar o benefício da dúvida" à nova equipa que toma posse e
nesta caso em concreto, apesar de ser a mesma força política alguns
protagonistas mudaram e estou em crer que vai haver mudanças para melhor ao
nível da gestão autárquica.
1 comentário:
Conheço Joaquim Judas há muitos, muitos anos e parece-me uma pessoa estimável, para além de, ao contrário, da sua antecessora, ter sido preso político e conhecido a clandestinidade. Tem o condão de vir de fora da "máquina CDU almadense", o que também lhe pode ser caro, pois será rapidamente engolido por ela. Nunca teve funções executivas e não sei em que se poderá apoiar para fugir ao cerco «Pardalo-Ruisiano"
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