Mostrar mensagens com a etiqueta cinema. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta cinema. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Budapeste

Já li o livro e gostei imenso. Chico Buarque além de um excelente cantor é, também, um ótpimo escritor. E gostava imenso de ver o filme, que já estreou no Brasil (salvo erro a 22 de Maio último), se ele chegar a Portugal...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Aos cinéfilos

1370 FILMES, de 1943 a 2007.
Um site sensacional.
Um verdadeiro "achado" para quem gosta de cinema.

domingo, 3 de dezembro de 2006

"A linguagem de Deus"

Copiando Beethoven”, de Agnieszka Holland, é um filme sobre os três últimos anos da vida do compositor alemão Ludwig van Beethoven onde realidade e ficção se encontram lado a lado com a música como estrela principal.

O argumento integra uma personagem feminina (Anna Holtz) que desempenha o papel de copista do mestre (uma figura introduzida apenas para captar a atenção do público e tornar a história mais apelativa em termos comerciais já que nunca existiu), aqui apresentado como um velho rabujento e agressivo, com um comportamento antisocial e algo esquizofrénico, oscilando entre momentos de euforia, outros de calma relativa e, principalmente, uma raiva contra tudo e contra todos, presume-se consequência da surdez que o vitima e impede de ouvir a própria música.

É durante este período que Beethoven apresenta a grande obra da sua vida: a Nona Sinfonia. E o momento alto do filme é, sem margem para qualquer dúvida, a breve recriação, em palco, da estreia desta peça: é impossível ficar indiferente... digo-vos, sem vergonha, que chorei ao ouvir esta fantástica música.

São dez minutos de puro êxtase, impossível de descrever. Somos transportados para outra dimensão, apetece fechar os olhos e deixar os sentidos fluir... mas, por outro lado, presos num encantamento mágico, não conseguimos desviar os olhos do ecrã para observar os músicos vestidos a rigor (sentimo-nos em 1827, viajando no tempo), os acordes a sair desenfreados dos instrumentos, o grupo coral a elevar as vozes num cantar que arrepia e as expressões do rosto de Ed Harris (no papel de Beethoven) ou da bela Diane Kruger (como Anna Holdz), duas actuações plenas de força e sensibilidade.

Pouco me importa, pois, se a história é banal no que toca aos elementos extra-musicais (o confronto emocional entre o mestre e a copista, unidos pelo génio da música que toca a ambos de forma fenomenal, numa época em que a sociedade é, ainda, demasiado castradora no que se refere à emancipação feminina, aparece, claramente, com intuitos comerciais)... só sei que adorei!

Por isso, aconselho-vos a irem ver “Copiando Beethoven”. A música deste grande compositor, magistralmente interpretada, é mais do que suficiente para o considerar um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos.

E quem é apreciador do género, decerto nunca esquecerá instantes marcantes como, por exemplo, quando Ed Harris diz, com convicção, uma expressão de olhar inebriado, que «a música é o idioma de Deus» (tendo como ambiente de fundo acordes de piano e violino), ou, mais tarde, num sofrimento atroz, destilando a sua revolta contra o todo poderoso senhor do universo: «Deus infestou-me a cabeça de sons para, depois, me fazer surdo»... momentos dramáticos que nos fazem sentir no lugar da personagem e viver a sua angústia, numa empatia total que causa em nós uma estranha sensação de frustração que só a sublime música de Beethoven, sempre presente, consegue acalmar.

SÍTIO OFICIAL DO FILME
TRAILER
MAIS INFORMAÇÕES E FOTOGRAFIAS
MP3 DA 9.ª SINFONIA (pela Orquestra Sinfónica da Academia de Música da Ucrânia, regida por Roman Kofman. A gravação foi realizada ao vivo em 8 de Outubro de 2001, na Beethovenhalle de Bonn).

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

As Horas

Finalmente consegui ver, ontem, o filme «As Horas», de Stephen Daldry. E, confesso, adorei!

Não só pela mestria das interpretações, sobretudo de Nicole Kidman, que se excedeu a si própria como actriz (mesmo sem dizer uma palavra, apenas através da expressão corporal, consegue exprimir toda a dor de Virgínia Wolf, nomeadamente a angústia que a consome e o desequilibro psíquico que a levará ao suicídio) mas pelo enredo muito bem construído (mérito de Michael Cunningham, autor do livro com o mesmo nome, The Hours, em que se baseou o filme):
· na década de 20, Virgínia (a única personagem com existência real) escreve a sua obra Mrs. Dalloway e tenta manter sob controle a sua loucura, medicamente diagnosticada;
· em 1949, Laura (Julianne Moore), tenta conciliar o facto de ser mãe, esposa e dona-de-casa apesar da solidão ser o que mais deseja.
· nos dias de hoje, Clarissa (Meryl Streep), empenha-se na fútil preparação de uma festa para um amigo que sofre de SIDA, e que conquistou um prémio literário.

Este é um filme dramático, em certa medida cruel mesmo, não só porque aflora o problema da depressão, do suicídio e das relações homossexuais (sobretudo femininas, assumidas ou escondidas), mas, principalmente, porque trata de uma questão muito actual (embora o filme se passe mais no passado do que no presente, sendo os dias de hoje um mero epílogo de que nos vamos apercebendo ao longo das duas outras histórias que aconteceram há décadas de distância, em épocas diferentes): o medo de viver, ou, melhor dizendo, a agonia de não saber o que fazer com o tempo que ainda nos resta.

Num mundo pautado pela busca individual e bastante egoísta da felicidade, da permanente ilusão da possível realização plena, em que os únicos empecilhos parecem ser a morte e o fracasso, a dor de viver é aqui abordada de forma magistral. Virgínia e Laura, sobretudo, mas também Clarissa e Richard (o amigo com SIDA) sentem sobre seus ombros a pressão do enorme fardo de existir, que tem um peso muito maior do que a família e os amigos imaginam…

Mas pode a vida, enfim, trazer-nos mais do que felicidade e realizações efémeras? Depois de ver o filme ficamos com a sensação de que o mais provável é a vida trazer-nos, apenas, uma injustificada insatisfação sem precedentes e um permanente desgosto de viver.

Este é, pois, um filme a não perder… apesar do pessimismo, aconselho-o porque são aqui levantadas questões muito sérias e que era bom que sobre elas reflectíssemos para trazer outro colorido à nossa existência.

E para quem gosta desta temática, deixo-vos um artigo muito interessante, publicado na Revista de Psiquiatria do Rio de Janeiro (Janeiro/Abril de 2006): «Depressão e Suicídio no filme “As Horas”».
Related Posts with Thumbnails