Começo por dizer que sou a favor da campanha «A água é de todos» e que não concordo com a privatização da água. Todavia, não posso deixar de concordar com as questões que o Alexandre Guerreiro coloca neste seu texto, nomeadamente no que concerne às contradições da posição da CDU nesta matéria e em particular no caso de Almada.
A CDU de Almada e o acesso à água: no mínimo, paradoxal!
Do blogue «Nem Tudo Freud Explica»
«Li com atenção o manifesto que «Os Verdes» entregaram na Assembleia da
República, ontem, com vista a “garantir o direito humano à água e ao saneamento”.
Não posso deixar de salientar a tremenda incoerência e crise identitária que
vai num partido que se alia a outro e forma uma coligação que tem feito vários
estragos em Almada. Entre estes paradoxos encontram-se:
Por um lado, regozijam-se com a proposta da UNESCO para parar obras da Barragem de Foz Tua,
mas, por outro lado, patrocina a betonização das Terras da Costa - o mesmo projecto que foi suspenso por Assunção Cristas e travada recentemente pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de
Almada;
Além destes temas, agora «Os Verdes» debatem-se com um novo
paradoxo: a água. Depois de contribuírem para que o
acesso a algumas praias da Costa de Caparica em troca do pagamento de uma
entrada, agora defendem que «a água é um direito, não é uma mercadoria» e
manifestam-se «contra esta mercantilização» e «lógica de (...) lucro». Mais,
«recomendam ainda que seja garantido o acesso universal das populações à água»
e, pasmem-se, «que os modelos de gestão deste recurso (...) sejam eficientes de
modo a que o custo da água seja o mais baixo possível».
“Os Verdes” têm memória curta e esquecem-se do quanto custa
a água no concelho de Almada, senão vejamos: de acordo com os dados mais recentes (2009) disponibilizados
pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), Almada ocupa
o 79.º lugar (num total de 308 municípios) onde os serviços de saneamento e de
abastecimento são mais elevados. Com efeito, o consumo anual de 120m3 de
água tinha um custo associado de €187,08, bastante mais elevados do que os
€129,65 de Lisboa. Aliás, o consumo de 180m3 anuais de água em Lisboa (€176,32)
continuava a ter um valor mais baixo do que 120m3 em Almada. Conjugo o verbo
ter no passado porque, como se sabe, em 2012, os Serviços Municipalizados de Águas
e Saneamento (SMAS) de Almada enviaram uma missiva aos munícipes onde dão conta
do agravamento dos preços desde o início do presente ano.
Pergunto: “mercantilização da água”, “acesso universal das
populações à água” e “custo da água seja o mais baixo possível”? Querem mesmo
discutir o tema?»
1 comentário:
Agua em Almada versus barragens no Tua e corridas de touros!
Estão mais criativos que os atrasados que ontem levaram um baile do Relvas no Parlamento.
E o mais idiota é que até existem contradições, mas não vos interessa falar nelas!
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