Estes
são os terrenos (melhor dizendo, parte deles) objeto da cobiça que originou uma
mirabolante história de abuso de poder, desvio de dinheiros públicos, gestão
negligente de bens patrimoniais de valor arquitetónico e cultural de relevo, ocupação
ilegal de terrenos e edifícios.
Abrangem
dois concelhos: Amadora (freguesia da Brandoa) e, sobretudo, Odivelas
(freguesia da Pontinha). São mais de 200ha de prédios rústicos, onde temos
quintas seculares, capelas, uma escola agrícola, vários bairros sociais.
Uma
história de interesses pessoais e manobras político partidárias, expropriações
pagas a peso de ouro a quem não era o seu legítimo proprietário – um confisco
que só foi possível de realizar com a conivência das autarquias locais da área
em causa que, ao arrepio da lei, permitiram fossem realizadas as escrituras que
formalizaram a passagem para a Junta Autónoma de Estradas de 268.630m2
de terrenos destinados à construção da CRIL – IC16 (Radial da Pontinha) e IC17
(sublanço Pontinha/ Odivelas) por 4.382.132€.
Loteamentos
urbanos e industriais clandestinos, sem licenciamento municipal, em terrenos
agrícolas não edificáveis. Negócios com cooperativas de habitação, empresários
e construtores que, felizmente, saíram gorados devido às múltiplas irregularidades
cometidas, à incompetência dos responsáveis mas, sobretudo, em consequência dos
resultados das eleições legislativas de 1995.
Uma
teia de influências que envolve, também, a conservatória do registo predial e a
repartição de finanças locais, num jogo de estranhas conveniências mantido em
segredo mais de vinte anos mas que, finalmente, se começa a desvendar em 2013.
A
inépcia de certos defensores jurídicos e uma justiça complacente que protegeu
os infratores e penalizou quem nada tinha a ver com o assunto: os funcionários
da entidade espoliada que acabaram por, em 1991, estar quatro meses
consecutivos sem receber vencimento (pois as contas bancárias da instituição
foram, literalmente, deixadas a zero de um dia para o outro) e, ainda hoje,
sofrem no seu quotidiano as consequências deste processo inconcebível num
Estado de Direito e num regime Democrático.
Assumindo
o risco de identificar todos os que participaram ativamente neste enredo digno
de Kafka, é bom começar por lembrar quem esteve sempre por detrás de tudo dando
o seu aval a tais ocorrências (mais por indiferença e excesso de confiança nos
colaboradores do que por anuência expressa, presume-se): o então Primeiro-ministro
Cavaco Silva, hoje Presidente da
República.
Um
apoio que foi imprescindível para levar a cabo o plano congeminado entre os
bastidores da Assembleia da República e o Governo de então, passando pelo
gabinete do Governador Civil Afonso de
Moura Guedes, em prejuízo do conjunto de autarquias do distrito de Lisboa, apenas
para satisfazer o ego de um único político cuja ambição extrema fê-lo
ultrapassar a ética e a lei para atingir os seus fins: António Machado Lourenço (Vice-governador Civil de Lisboa).
Se
querem saber a história, leiam o texto que se segue:
AQUI.
Anexos:
Inventário do património predial da ADL
Relatório das expropriações (anexo à ata de 8-7-13)
AQUI.
Anexos:
Inventário do património predial da ADL
Relatório das expropriações (anexo à ata de 8-7-13)
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