Caro Dr. António Costa
Não sou simpatizante do PS, muito
menos militante, e não apoio nenhuma candidatura nas primárias que, por coincidência,
se irão realizar no dia do meu aniversário. Mas recebi hoje esta sua mensagem, apesar
de nunca o ter autorizado a utilizar o meu contacto pessoal para efeitos de
campanha partidária.
Ainda assim não posso, contudo,
deixar de aproveitar a oportunidade para lhe dirigir algumas palavras, apesar
de não o considerar “meu amigo” e classificar essa sua forma de tratamento abusiva
atendendo aos factos que a seguir exponho (sobejamente de si conhecidos):
Mercê da sua atitude prepotente,
assumida à margem da lei e à revelia dos órgãos autárquicos do município, a
entidade onde exerço funções há quase trinta anos (www.ad-lisboa.pt) entrou em rutura
financeira e deixou de poder honrar os compromissos com os seus trabalhadores a
partir de agosto de 2013.
Embora careça de sustentação
jurídica e dificilmente se encontrem quaisquer outras justificações atendíveis,
por aquilo que apenas pode ser um mero capricho político pessoal dada a
ausência de fundamentos legítimos, V.ª Ex.ª não autoriza que a Câmara Municipal
de Lisboa pague à Assembleia Distrital, desde janeiro de 2012, as contribuições
a que está legalmente obrigada sendo, nesta data, a única autarquia do Distrito
que assim procede.
Em consequência desse seu
comportamento arrogante, intransigente, antiético, antidemocrático e
inconstitucional, há SALÁRIOS EM ATRASO HÁ MAIS DE NOVE MESES CONSECUTIVOS
(além do subsídio de férias) num órgão da Administração Pública cujos
trabalhadores merecem ser tratados com respeito e dignidade mas os quais o
senhor não tem pejo em humilhar de forma tão cruel privando-os da sua
remuneração mensal por tempo indeterminado.
Por isso a sua missiva me deixou
tão chocada e revoltada por constatar a hipocrisia das suas palavras.
Começa por dizer que Portugal
precisa de mim. Pois eu, caro Dr. António Costa, termino dizendo-lhe a si que preciso
dos vencimentos que desde novembro de 2013 não recebo por sua culpa.
E, já agora, informo-o de que,
por razões óbvias, não pretendo integrar a sua Comissão de Honra nem faria
sentido que divulgasse o apelo ao voto na sua candidatura.
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