No âmbito do SIIAL (Sistema
Integrado de Informação das Autarquias Locais) a Assembleia Distrital de Lisboa
tem de prestar contas, mensalmente, dos "pagamentos em atraso" no mês
findo (que não tem) e indicar quais são os fundos disponíveis para o trimestre
seguinte (que em 2013 são muito, muito escassos).
Ao governo apenas interessa saber
se temos dívidas a fornecedores, mas já não lhes interessa saber quanto nos
devem a nós aqueles que, nos termos da lei, têm compromissos a liquidar... e
muito menos querem saber das consequências que esses "calotes" acabam
por ter no funcionamento regular dos serviços e quais são os prejuízos sociais
que acarretam para os seus trabalhadores.
Numa entidade que tem de
orçamento anual, em média, desde 1998, cerca de 200.000€, a lista que se segue
é um escândalo:
Estradas de Portugal - 557.957,80€
(proposta indemnizatória aceite pela ADL em maio de 2011 pela expropriação de
uns terrenos na Pontinha, mas ainda por liquidar);
Câmara Municipal de Lisboa -
53.770€ (contribuição nos termos do artigo 14.º do DL 5/91, de 8 de janeiro,
referente ao ano de 2012, que ficou por pagar);
Câmara Municipal de Sintra -
50.878€ (contribuição nos termos do artigo 14.º do DL 5/91, de 8 de janeiro,
referente aos anos de 2011 e 2012, que ficou por pagar).
E se é intolerável a posição das
Estradas de Portugal, a dívida das autarquias é muito mais grave na medida em
que ambas sustentam a sua recusa em pagar no facto de a ADL “nada fazer” para
os seus municípios... contudo, se não pagam é mesmo impossível fazer seja o que
for. Já diz o povo que “não se fazem omeletes sem ovos”…
Pura hipocrisia a destes senhores
autarcas, que são quem tem nas suas "mãos" a decisão sobre o destino
daquela "casa" (junto com os outros membros) mas tanto um como outro se
desobrigaram de marcar presença nas reuniões do órgão deliberativo.
António Costa e Fernando Seara
comportam-se, assim, como uma espécie de "terroristas autárquicos" e
com a sua posição política isolada (ao que tudo indica não houve deliberação do
órgão executivo pois se até os respetivos orçamentos aprovados em assembleia
municipal previam os pagamentos à assembleia distrital) arrastam a imagem da
autarquia que lideram.
Porque agem assim, desrespeitando
a lei e muito provavelmente conscientes disso, não sei. Mas fazem-no porque,
infelizmente, a nossa "justiça" (tutelar e judicial) permite que
atitudes destas fiquem impunes...
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