segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Poetas Almadenses...

O 1.º Encontro de Poetas Almadenses foi um evento preparado com muito poucos recursos financeiros, onde o material de divulgação (cartazes, folhetos com o programa e as próximas iniciativas) teve de ser elaborado de forma caseira, mas com qualidade e muito profissionalismo, por isso há que começar por salientar o empenho da equipa responsável pela organização… com boa vontade, tudo se consegue.

De seguida, não posso deixar de referir o pormenor da poesia espalhada pelas paredes, nas mesas, pelas cadeiras e no balcão do bar… eram centenas, quase um milhar, de poemas de autores locais (nascidos, residentes, filhos adoptivos ou, apenas, amigos do concelho de Almada), todos diferentes (não havia uma única repetição), disponíveis para oferecer a todos os presentes sob diversas formas: marcadores de leitura, rolinhos com um laço de fita de seda e exposição de cartazes no cantinho da Feira da Poesia (os quais, no final, foram retirados e entregues aos autores presentes: não ficou nem um! E até houve inscrições para encomendar mais alguns exemplares). Diz quem por lá esteve (e foram cerca de uma centena de pessoas): na Casa Municipal da Juventude respirava-se, efectivamente, poesia por todos os lados.

Depois da leitura do Manifesto Poético, por António Boieiro, deu-se início ao painel de reflexão subordinado ao tema: A Poesia e a Vida. Falaram cinco oradores: Alexandre Castanheira (consagrado poeta almadense, recentemente agraciado com a Comenda da Ordem da Liberdade), Luís Van Seixas (em representação da editora Thisco), Maria Gertrudes Novais e José Nogueira Pardal (poetas almadenses) e Francisco Naia, que além de poeta é músico e fez uns improvisos brilhantes pegando em vários poemas da antologia Alma(da) Nossa Terra e musicou-os deixando-nos a todos admirados… pela beleza da sua voz e, sobretudo, pela capacidade de num instante, pegando na viola de quem nunca se separa, tocar uns acordes e fazer de um simples poema, como se fosse um passe de mágica, uma lindíssima canção.

Alexandre Castanheira recebeu um quadro que o pintor Zal ofereceu, alusivo à Liberdade, em jeito de homenagem pela obtenção da distinção da mis alta distinção da República Portuguesa.

Nogueira Pardal leu, com muita emoção, um poema de Fernando Barão (seu amigo de longa data), prestigiado autor cacilhense, ausente por motivo do falecimento de sua esposa (cujo funeral fora poucas horas antes), e que muito emocionou os presentes.

Apesar do debate com o público ter ficado aquém das expectativas (na medida em que as pessoas se coibiram de expor as suas ideias sobre as várias propostas em discussão, nomeadamente a possível e necessária criação de uma cooperativa de poetas almadenses), falaram várias pessoas cujo contributo irá ficar registado em acta.

De seguida, Ermelinda Toscano fez a apresentação do livro Index Poesis: Colectânea de Poesia e agradeceu a todos os 57 autores que participaram assim como ao Luís Miguel, jovem pintor almadense que ofereceu o desenho que serviu de ilustração para a capa, e António Boieiro apresentou o Cd Poetas & Vozes d'Almada.

Finalmente, chegou a hora mais esperada: a sessão de «Poesia Vadia»… mas, antes, foram distribuídos a todos os membros da mesa um poema seu (em tamanho A3, tendo como fundo o cartaz do Encontro, como se se tratasse de um diploma) e um exemplar de ambas as obras editadas. A Luís Van Seixas foi-lhe entregue um poema do mais velho poeta do concelho de Almada, como forma de homenagear o sr. Arriaga (a quem foi entregue, também, um poema, o livro e o Cd), que, aos 93 anos continua a fazer e declamar poesia de uma forma extraordinária, conforme assim o puderam comprovar todos os presentes.

Depois da declamação de poesia, onde intervieram vários poetas que leram um ou mais trabalhos seus, acabou-se o dia cantando os parabéns a uma das declamadoras que participou no Cd: a Rosette, que fazia anos no sábado.

Antes de encerrar portas, ainda houve oportunidade para "dois dedos de conversa" no bar, dar autógrafos, comprar uns livros na Feira da Poesia (coordenada por Luís Milheiro) e, sobretudo, fazer novos amigos… (a poesia tem este dom: o de aproximar as pessoas!).

Por tudo isto, considero que esta iniciativa foi um êxito e só me resta esperar que a futura e necessária cooperativa de poetas almadenses venha a ser uma realidade em breve. Tudo farei para que assim seja!

Quem quiser ver a foto-reportagem do evento basta que se dirija ao site:
BLOG DOS POETAS ALMADENSES.

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