Programa
15h00 – Descerramento de uma placa no edifício onde o poeta morreu,
sito na Rua Mário Sacramento, nº. 66 Cova da Piedade. (frente à paragem do
Metro denominada Parque da Paz - Perto da Igreja Nova).
Intervenções: Associação Caboverdeana, em nome da
comissão organizadora; representante da Câmara Municipal de Almada e do
representante da Embaixada, a par da possível leitura de um poema do
homenageado.
16h00 – Inauguração,
no Fórum Municipal Romeu Correia, da Exposição sobre a Morna (género musical de
Cabo Verde), no âmbito da candidatura a património imaterial da humanidade,
explicada pelo Dr. Eugénio Sena, Presidente da Fundação
Eugénio Tavares, a convite da Embaixada.
Alocuções: Sra.
Embaixadora de Cabo Verde e Representante da Câmara Municipal de Almada,
acompanhada da Leitura de uma breve introdução sobre a Morna e do poema de JB
"A Morna", Interpretação de mornas por Zenaida Chantre e Mário Rui,
acompanhados por Armando Tito e Zé António, ao violão e cavaquinho.
16h30 – Mesa Redonda sobre a vida e obra de Jorge Barbosa,
coordenada pelo Dr. José Luís Hopffer Almada, com a participação do Prof.
Doutor Alberto Carvalho e dos Drs. Hilarino da Luz e Joaquim Saial.
18H30 - Recital
de poesia de Jorge Barbosa com a participação de Charlie Mourão, Filomena
Lubrano, Luís Lobo, Manuel Estevão, Marlene Nobre e Regina Correia. Selecção de
textos de José Luís Hopffer Almada, direcção artística de Manuel Estevão e a participação musical de Armando Tito, José
António e Zenaida Chantre.
Co-fundador
da revista Claridade
Poeta
cabo-verdiano Jorge Barbosa
evocado na Cidade
de Almada
O poeta cabo-verdiano Jorge Barbosa, falecido na Cova da
Piedade, Almada, no início da década de
setenta e um dos fundadores da revista e do movimento literário Claridade, vai
ser objecto de homenagem a 15 de Junho.
A iniciativa, com inicio marcado para as 15h00 junto ao
edifício onde o poeta faleceu e no qual será descerrada uma placa evocativa do
autor, inclui ainda a inauguração pelas 16h, no Fórum Municipal Romeu Correia,
de uma exposição alusiva à candidatura apresentada à UNESCO por aquele país de
expressão portuguesa, visando a classificação da Morna ( canção nacional de
Cabo Verde) a património imaterial da humanidade, uma conferência sobre a obra
do homenageado e um recital de poesia, integralmente preenchido com poemas da
sua autoria.
Organizado por uma comissão constituída pela Associação
Caboverdeana de Lisboa, Embaixada de Cabo Verde em Portugal e um grupo de
admiradores do aludido poeta; o evento conta com o apoio da Câmara Municipal de
Almada e pretende salientar a importância deste autor da lusofonia e o
relevante papel que a sua obra assumiu no contexto do aparecimento da actual
poesia cabo-verdiana.
Associando-se ao programa tendente a assinalar as Festas da
Cidade, a aludida homenagem constitui, igualmente,
uma das várias formas usadas pelo povo de Almada para evidenciar a sua vocação universalista, homenageando
um autor que amava a língua de Camões e, por essa via, saudar todos os cabo-verdianos que residem no
concelho ou nele trabalham.
Alguns dados bibliográfico de Jorge
Barbosa
É
co-fundador, com Manuel Lopes e Baltasar Lopes da Silva em 1936, da revista “Claridade”, publicação que está no centro de
um movimento de emancipação cultural, social e política da sociedade
cabo-verdiana. Seguindo as pegadas dos neo-realistas portugueses, os claridosos assumiram no arquipélago a causa do
povo na sua luta pela afirmação de uma identidade cultural autónoma baseada na
criação da "cabo-verdianidade" e na análise das preocupantes
condições socioeconómicas e políticas das Ilhas, a par de revolucionarem a
literatura local, marcando o início de uma fase de contemporaneidade estética e
linguística.
Fazem
parte da obra de Jorge Barbosa os livros “Arquipélago”,
“Ambiente” e “Caderno de um Ilhéu”. A estes juntam-se os três livros inéditos
durante anos, mas já publicados, “Expectativa”, “Romanceiro dos Pescadores” e
“Outros Poemas”. Jorge Barbosa publicou ainda dois contos: “Cinco vidas num
escritório” e “Conversa interrompida”.
Escreveu várias
crónicas que saíram no boletim “Cabo Verde”, alguns artigos de opinião, cartas
aos amigos, entre eles Manuel Lopes, João Lopes, Arnaldo França e outros, de
grande importância pelos dados reveladores do seu percurso intelectual, e um
romance deixado incompleto, “Bia Graça”.
Fernando Fitas
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