«Após, um ano e meio, do chamado
programa de assistência financeira, acordado entre o anterior e o atual governo
português e a Troika, o resultado é, um país mais endividado, mergulhado numa
recessão sem precedentes, com níveis insustentáveis de desemprego e pobreza.
É preciso pôr fim a esta agressão
aos trabalhadores, aos reformados, à juventude, aos micro, pequenos e médios
empresários, aos utentes dos serviços públicos, ao movimento associativo e
popular, ao poder local democrático, que afunda o país e empobrece os
portugueses.
A ofensiva dirigida contra o
poder local, que, procura atingir simultaneamente o seu caráter democrático e o
principio constitucional da sua autonomia administrativa e financeira, é parte
integrante do ataque dirigido contra as populações e seus direitos, que visa
impedir o exercício de atribuições e competências indispensáveis ao bem estar,
ao progresso e desenvolvimento locais.
O governo contra a vontade
popular e dos órgãos autárquicos aprovou, com os votos do PSD e do CDS a lei
22/2012, que tinha o objetivo de impôr a extinção de mais de 1000 freguesias.
Esta lei assente em princípios antidemocráticos pretende, independentemente da
vontade das populações consagrar a obrigatoriedade de uma suposta reforma
administrativa do território das freguesias criando, para esses casos, uma
unidade técnica, onde só estão representantes do governo, para implementar,
mesmo contra a opinião das populações e das autarquias, a extinção de
freguesias.
A esmagadora maioria das
Assembleias Municipais disse não à extinção de freguesias! O país está contra!
A extinção de freguesias, põe também em causa, centenas de postos de trabalho
no distrito e no país, lutar pela sua manutenção, é lutar pelo direito
constitucional ao emprego com direitos. Não é admissível, que o governo e as
suas políticas de direita queiram mandar para o desemprego, mais trabalhadores
da administração pública, retirando às populações qualidade de vida.
Também os reformados,
pensionistas e idosos são um alvo do governo e das suas desumanas politicas de
austeridade, agravando as suas já débeis condições de vida, cerceando o seu
acesso aos cuidados de saúde e retirando uma significativa fatia dos seus
rendimentos.
A ofensiva levada a cabo por
sucessivos governos contra os serviços públicos e as funções sociais do estado,
conquistas da revolução de Abril que a Constituição da República consagra, tem
resultado em encerramentos de serviços de proximidade, degradação da qualidade
nos serviços prestados, aumento crescente dos custos para os utentes. A saúde,
a educação, a segurança social, a justiça, os serviços postais, a água, os
transportes públicos, são, entre outros, essenciais e de grande significado
para as populações que o governo PSD/CDS, pretende destruir, nomeadamente,
através dos brutais cortes orçamentais para 2013.
Também o Movimento Associativo e
Popular e em particular as colectividades de cultura e recreio, se confrontam
com acrescidas dificuldades no desenvolvimento das suas múltiplas actividades, sofrendo
com a ofensiva da politica de direita, através de uma menor participação das
populações devido às suas, cada vez mais difíceis condições de vida, e da
continuada desresponsabilização por parte dos sucessivos governos no apoio à
promoção da cultura e do desporto.
No sábado, dia 27 de Outubro,
pelas 15h, em Setúbal, realizamos uma manifestação da Praça do Brasil (estação
de comboios de Setúbal) até à Avenida Luísa Todi, para dizermos não, tal como
em muitas outras cidades do pais, à extinção de freguesias, em defesa do poder
local democrático e dos serviços públicos, contra o desemprego, em defesa da
produção, pelos direitos e interesses da população.
Setúbal, 22 de Outubro de 2012
Delegação Distrital da ANAFRE
Plataforma Nacional Contra a
Extinção de Freguesias
Associação dos Municípios da
Região de Setúbal
União dos Sindicatos de
Setúbal/USS-CGTP
Movimento dos Utentes dos
Serviços Públicos
Confederação Portuguesa das
Colectividades de Cultura, Desporto e Recreio»
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