Ribeira de Santarém, Janeiro de 2003
«Dizemos que um rio separa as suas duas margens... será que se reunificarão pelas pontes? São ligadas por vezes por um barco de barqueiro, como ainda se usa nestes lados do Ribatejo. Ou, quando são mais largos, por barcos a sério, daqueles que levam automóveis e tudo. Mas, afinal, há com frequência uma ponte. Ou duas, como aqui neste caso.
Aliás, dificilmente imaginamos um rio, qualquer rio, sem uma ponte. Acho que mesmo a primeira coisa que nos ocorre quando chegamos à beira duma corrente é como iremos atravessar para o outro lado. Como se fosse para contrariar a propriedade das margens paralelas, que é suposto nunca se encontrarem. Mas o mais certo é por não gostarmos de barreiras, separações, obstáculos.
Oxalá também sentíssemos sempre o mesmo anseio de construir as pontes que ligassem tudo o que nos desune dos outros, quer sejam pessoas ou povos, credos ou bandeiras, cultura ou abastança. É que quase sempre esses rios que nos dividem são tão estreitos que para atravessá-los bastaria esticarmos os braços e agarrarmos as mãos de quem está do outro lado. A Humanidade agradeceria.»
Vasco Ribeiro
Setúbal, Fevereiro de 2003
«Dizemos que um rio separa as suas duas margens... será que se reunificarão pelas pontes? São ligadas por vezes por um barco de barqueiro, como ainda se usa nestes lados do Ribatejo. Ou, quando são mais largos, por barcos a sério, daqueles que levam automóveis e tudo. Mas, afinal, há com frequência uma ponte. Ou duas, como aqui neste caso.
Aliás, dificilmente imaginamos um rio, qualquer rio, sem uma ponte. Acho que mesmo a primeira coisa que nos ocorre quando chegamos à beira duma corrente é como iremos atravessar para o outro lado. Como se fosse para contrariar a propriedade das margens paralelas, que é suposto nunca se encontrarem. Mas o mais certo é por não gostarmos de barreiras, separações, obstáculos.
Oxalá também sentíssemos sempre o mesmo anseio de construir as pontes que ligassem tudo o que nos desune dos outros, quer sejam pessoas ou povos, credos ou bandeiras, cultura ou abastança. É que quase sempre esses rios que nos dividem são tão estreitos que para atravessá-los bastaria esticarmos os braços e agarrarmos as mãos de quem está do outro lado. A Humanidade agradeceria.»
Vasco Ribeiro
Setúbal, Fevereiro de 2003
2 comentários:
"A ponte é uma passagem para a outra margem"
PreDatado:
Essa frase faz-me lembrar uma música, salvo erro, dos "Trabalhadores do Comércio" da qual eu gostava bastante.
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