domingo, 26 de abril de 2009

Evocar Abril: fotografias com palavras

Amigas e amigos,

É com muito prazer que vos envio, em anexo, o convite para a inauguração da minha nova exposição “Evocar Abril, fotografias com palavras”, no próximo dia 2 de Maio, sábado, às 18h, no Convento dos Capuchos, na Caparica.

Esta exposição foi organizada pela Câmara Municipal de Almada e insere-se nas comemorações dos 35 anos do 25 de Abril, a quem agradeço, desde já, o inestimável apoio que me deram na preparação física dos textos que acompanham as fotos, e não só, além da elaboração do primoroso folheto/convite em anexo.

Sinto-me ainda extremamente grato e honrado que, para um pequeno sarau cultural que acompanhará a inauguração, tenham aceitado o meu convite pessoal para participar:

- O coro Flamma Vocis, formado por cerca de 25 professores de escolas secundárias do concelho do Seixal, sob a orientação técnica de Vítor Reino, e que, de uma maneira geral, dedica-se à recriação e interpretação de peças musicais dos grandes períodos da polifonia europeia (Renascimento, Maneirismo e Barroco) procurando simultaneamente cultivar e dar a conhecer géneros musicais que não integram o repertório coral vulgar, incluindo música tradicional portuguesa e estrangeira;

- O professor Alexandre Castanheira, muito conhecido poeta e declamador de Almada, que nos empolgará com algumas poesias relacionadas com Abril;

- O professor Francisco Naia, cantor de Abril, com um percurso artístico inicial ligado a Zeca Afonso, e que, com a sua poderosa voz, nos fará sentir que o 25 de Abril está ainda bem presente.

Aguardando a vossa presença, despeço-me com amizade.



Evocar Abril, fotografias com palavras


No País de Abril

Por experiência pessoal, de há muito que conheço a dificuldade em explicar, a alguém actualmente com menos de 45 anos, o que era viver sob o regime fascista que foi derrubado em 25 de Abril de 1974. Por vezes, apetece-me apenas citar factos simples como o de sermos proibidos conversar com as raparigas (obrigadas a usar sempre saias) nos pátios dos liceus, mesmo nos poucos que eram mistos. Pois, por feliz contraste, basta-nos ir hoje a qualquer escola secundária e ver o amplo convívio de que gozam as moças e os moços.

Para além da repressão da polícia política.
Para além da guerra colonial.
Para além de que as mulheres não eram cidadãs, pois nem podiam votar.
Etcetera, etcetera, etcetera.

Assim, nesta exposição, partilho imagens e reflexões que têm a ver com o País e o Mundo onde vivemos neste pós-Abril. Simples apontamentos sobre alguns direitos e liberdades que, muitas vezes, não parecem assim tão garantidos como se pensava. Como o emprego para todos, a educação dos jovens, a saúde, o viver uma velhice tranquila.

Afinal, mesmo aquilo que consideramos direitos básicos continuam a ser postos diariamente em causa, acrescendo à preocupação de não vermos serem tomadas medidas consequentes sobre o estado do ambiente, que têm a ver com a “casa” onde todos vivemos e que todos os nossos filhos herdarão.

Será que precisaremos de um novo 25 de Abril, mas na aldeia global?

Vasco Ribeiro
Seixal, Abril de 2008

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