Decorreu ontem, entre as 16:30 e as 20:00 horas (e, coisa excepcional, começou e acabou a horas), na Sala Pablo Neruda, do Fórum Romeu Correia, uma iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Almada e dos Poetas Almadenses, integrada nas comemorações dos 35 anos do 25 de Abril.
Desde a decoração da sala, que estava um primor (obrigada à equipa da Biblioteca - Dr.ª Cecília, Dr. Armando, Dr. Augusto e Dr.ª Eunice, assim como aos trabalhadores anónimos aqui não citados e que contribuiram, também, para que tudo estivesse a funcionar neste sábado), ao excelente beberete oferecido pela autarquia, e que foi uma ideia extraordinária, pois permitiu criar um ambiente descontraído, de café concerto, que deixou todos os participantes muito satisfeitos, esta foi, sem margem para dúvidas, uma das melhores acções desenvolvidas até ao momento no âmbito da parceria informal estabelecida entre a CMA e os Poetas Almadenses.
A começar pela elucidativa e muito educativa exposição da União dos Resistentes e Anti-fascistas Portugueses, secção de Setúbal, e pela Conferência/Recital do professor Alexandre Castanheira (um dos mais conceituados autores do nosso concelho e do país, comendador da Ordem da Liberdade pelo seu contributo na luta contra o fascismo, pela Democracia), uma fantástica licção sobre o papel da poesia na construção da identidade democrática de Portugal, contando com a participação das duas dezenas de autores que vieram partilhar os seus poemas com todos os presentes, sem esquecer a música dos D'Age, um misto de intimismo com uma sonoridade envolvente, à voz clara e prenhe de conteúdo das Cantadeiras da Alma Alentejana (que nos trouxeram a emoção do cante alentejano), esta foi, de facto, uma sessão simplesmente fantástica.
Em nome dos Poetas Almadenses, que represento, não posso deixar de agradecer o contributo de todos: CMA, equipa do Fórum já aqui referida, prof. Alexandre Castanheira, os que vieram ouvir, os que declamaram poesia, ao António Silva (dos D'Aje), às Cantadeiras e ao seu ensaiador Luís Moisão (que não esteve presente por motivos imprevistos) e à Alma Alentejana (na pessoa do seu Presidente Joaquim Avó).
Inauguração da exposição "Um cravo vivo de sonho", organizada pela URAP.
Breve homenagem ao Zeca Afonso, por Ana Magalhães.
Início da sessão de "Poesia Vadia", por Bernardes-Silva, e na qual cerca de duas dezenas de pessoas disseram poesia alusiva ao 25 de Abril, de sua autoria e de outros autores.
E não podia terminar sem uma referência ao discreto caderno n.º 75, da colecção Index-Poesis, uma publicação periódica dos Poetas Almadenses, cujo título deu nome à sessão ALMAD'ABRIL: nela participaram trinta e cinco autores, almadenses sobretudo, mas também do Brasil (que nos apresentam a sua visão sobre a "revolução dos cravos" que se vivia em Portugal enquanto no seu país a ditadura ainda continuava), uns com menos de 20 anos, outros com mais de 80, homens e mulheres com diferentes vivências, culturas e sensibilidades, e que ofereceram cada um um poema para, em conjunto, comemorarmos os trinta e cinco anos do 25 de Abril.
No Blogue dos Poetas Almadenses poderá ver em breve a fotoreportagem completa e alguns videos da sessão.
12 comentários:
Parabéns pela iniciativa e pelo seu êxito.
realmente diviam ter sido os doutores a trabalhar para estar tudo um primor! São tantos os anónimos que não merecem destaque!
Observador:
Obrigada. Estou muito contente, como deves calcular.
**
Anónimo:
Os funcionários da Biblioteca (a quem também agradeci mas não podia citar porque não sei, exactamente, quem foi que fez e o quê) terão contribuído com o seu trabalho. Não duvido. Por isso lhes dirigi um agradecimento geral.
Mas a coordenação é, também, um papel importante. Sem a aprovação dos dirigentes, sem as ideias dos técnicos superiores, enfim, sem o empenho de todos, nada teria sido possível.
Como o cargo que cada um desempenha, ou o título académico que possui, não é demonstrativo do seu grau de participação num qualquer projecto, não considero legítimo seja a quem for vir aqui lançar desconfianças sobre aquilo que não sabe.
Quer com as suas palavras dizer que quem tem uma licenciatura não trabalha? Será que tem a veleidade de achar que apenas os não licenciados é que trabalham? Parece que as suas palavras deixam mas é transparecer uma grande inveja (para não lhe chamar outra coisa).
Frequento a Biblioteca desde a sua inauguração. Foi a primeira vez que assisti a uma comemoração alusiva ao 25 de Abril na Biblioteca com esta qualidade.Deu para perceber que a equipa referida demonstrou vontade e capacidade, de não deixar passar em branco o 25 de Abril. A exposição está interessante e a animação que seguiu, com a intervençaõ dos poetas almadenses foi muito agradável. Viva o 25 de Abril sempre, comunistas oportunistas e fascistas nunca mais
Também tenho reparado que as comemorações do 25 de Abril em Almada traduzem-se somente com inaugurações dos equipamentos, sempre com a presença da EMilia de Sousa,(que de comunista nunca o foi)somente para captar votos e fazer propaganda politica.Emilia=Socrates~
Anónimo
Concordo consigo inteiramente. No que se refere à equipa que nos proporcionou momentos tão agradáveis, como em relação à frase "viva o 25 de Abril sempre, comunistas oportunistas e fascistas nunca mais".
É exactamente isso que penso. faço minhas as suas palavras.
Estive na Sala Pablo Neruda. Foi uma cerimónia muito bonita. A Minda e o resto dos trabalhadores envolvidos estão de parabéns.
Também fiquei muito feliz com esta iniciativa. Participei com alguns poemas. Sendo uma almadense, estranhei não ver nenhum representante politico da Câmara neste encontro. Parabéns a todos
Parabéns
Gostei muito de ouvir as cantadeiras. Gostei de ouvir o discurso do director da Biblioteca. Concordo com a resposta que foi dada pela Ermelinda ao comentário do segundo anónimo. Vi toda as pessoas a trabalharem e vi também alguns doutores da biblioteca a carregarem cadeiras e prontos para ajudarem no que fosse necessário, pois a sala estava completamente cheia. Bem Hajam
José Fernando:
Em nome dos Poetas Almadenses agradeço as suas palavras. Muito obrigada.
E ainda bem que gostou. Esperamos poder contar consigo nas próximas iniciativas.
Alzira Santos:
Obrigada pelas suas palavras.
Se você se sentiu feliz eu, então, senti-me muito orgulhosa.
E espero que continue a participar nas nossas iniciativas, partilhando connosco a sua poesia.
Lina:
Ainda bem que apreciou a nossa iniciativa. Fico muito satisfeita por isso.
Também achei que o Dr. Armando falou muito bem.
Aliás, estivemos todos de parabéns.
E quanto ao trabalho de cada um, só posso acrescentar que há, infelizmente, muito boa gente que tem preconceitos a mais e sofre do sindroma da inferioridade e, por isso, só vê defeitos nos outros.
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