«Militante histórico comunicou hoje [5 de março] a decisão à
Comissão Política, numa carta em que diz que o Bloco é hoje "um factor de
bloqueio, alimentando-se e alimentando o sectarismo" e onde afirma que
Francisco Louçã, "o coordenador anterior, não desistiu de continuar a
coordenar, sem ocupar o cargo, o Bloco de Esquerda". [leia AQUI o texto da missiva de Daniel Oliveira]
Daniel Oliveira, abandonou hoje a militância do
Bloco de Esquerda, partido onde estava desde a fundação, há 14 anos. A carta
onde anuncia a decisão foi enviada esta tarde para a Comissão Política e para a
Comissão de Direitos do Bloco de Esquerda. Daniel Oliveira, que não apoiou a
direcção eleita no última Convenção - que elegeu João Semedo e Catarina Martins
-, e não aprovou a moção política vencedora, decidiu agora sair do Bloco
por não terem disso dado "sinais no combate ao sectarismo que, nos últimos
anos, foi tomando conta do Bloco de Esquerda". "O sectarismo interno,
que enfraqueceu o partido e o seu debate democrático, e o sectarismo externo,
que tem impedido o Bloco de ser, como sempre quis ser, um factor de
convergência e reconfiguração da esquerda portuguesa".
Defendendo, que depois da Convenção - que
assinalou a saída da liderança de Francisco Louçã -, os sinais dados foram
"exactamente os opostos", critica directamente a criação da nova
corrente, que junta, entre outros, Loucã, Semedo e José Manuel Pureza. Uma
corrente que, segundo Daniel Oliveira, pode ser hegemónica e transformar-se num
"partido dentro do partido, que terá capacidade de definir sozinho as
principais opções políticas e a 'distribuição de cargos' no Bloco".
Segundo Daniel Oliveira, a criação desta nova corrente interna impedirá a
"democratização da vida interna do Bloco" e mostra que o partido se
"entretém com estes pequenos golpes palacianos", enquanto o país
"se desmorona".
Daniel Oliveira, que é jornalista, colunista do
Expresso e comentador residente do Eixo do Mal, acusa directamente Francisco
Louçã de não ter desistido de "continuar a coordenar, sem ocupar o cargo,
o Bloco de Esquerda", defendendo que este facto resulta "mais do que
de características do próprio, da promoção de um certo culto da personalidade
que deveria estar arredada" do Bloco. Explica ainda que as opções de
"correntização do Bloco, de forma definitiva, a uma linha justa, o boicote
premeditado a qualquer entendimento à esquerda e a continuação de uma lógica
sectária na vida interna do partido (...) mantêm e reforçam os principais erros
dos últimos anos". É por isso que afirma que o Bloco "é hoje um
factor de bloqueio, alimentando-se e alimentando o sectarismo, competindo com o
PCP nesse sectarismo, e querendo-se afirmar através do sectarismo".»
Fonte: Expresso online.
Textos que escrevi, era ainda aderente do BE, e nos quais abordo algumas das preocupações/críticas que o Daniel Oliveira também refere agora:
Carta aos eleitores. A propósito da renúncias aos mandatos autárquicos. (agosto de 2010)
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