domingo, 4 de janeiro de 2009

Ser ou não ser... Democrata.

Imagem retirada DAQUI.
Um conjunto de amigos, a maioria aderentes e simpatizantes do BE, reuniu-se para conversar, entre outros assuntos, sobre a política autárquica em Almada.

Eis senão quando um de entre eles afirma, perante uma plateia espantada: - Eu cá não sou democrata! Faço questão de o dizer já.

Estaria a brincar? pensaram os restantes membros do grupo... - Se tu não és democrata, aqui todos nós o somos, alguém responde indignado.

Ao que o visado, argumenta: - Até podem ser, mas democratas burgueses não serão com certeza.

De seguida, ouve-se alguém dizer: - Então, se pensas assim, estás no sítio errado.

De novo o "não democrata" esclarece: - Estou aqui para observar como isto funciona...

À cautela, temendo que a troca de palavras azede, há quem proponha:- Esta era uma discussão que daria "pano para mangas", mas não é o objectivo da nossa conversa de hoje. Num outro dia talvez... Por isso, vamos lá ao que interessa.

A polémica parecia arredada definitivamente da discussão até ao momento em que veio à colação o assunto do trabalho precário na Câmara Municipal de Almada, as iniciativas já encetadas pelo BE na denúncia pública da situação e o que fazer a seguir perante a prepotência da CDU...

- Mas, afinal, quem é o nosso inimigo? Julgava que o BE combatia a direita e não andava por aí a atacar a esquerda. O que é que se ganha com isso? Só vejo vantagens pessoais, pois do ponto de vista político o BE só tem a perder com o ataque ao PCP. Não nos podemos esquecer que a convergência de esquerda só é possível com o PCP.

De imediato, ouvem-se várias perguntas quase em uníssono: - Mas, afinal, o que é que tu queres dizer com isso? Que as irregularidades que a CDU pratica na CMA devem ser desculpadas, mas se fossem cometidas pelo CDS ou pelo PSD, por exemplo, já eram condenáveis? Que devemos ser tolerantes com as ilegalidades cometidas pelo PCP em nome de uma suposta convergência de esquerda?

Colocando a máscara do ente iluminado que está falando para a plebe ignorante que de estratégia política nada sabe, o tal "não democrata" insiste: - Temos de pensar no futuro. E definir se o BE quer fazer parte do poder ou não. Atacar o PCP é um erro que se irá pagar caro em termos eleitorais.

O incómodo era visível nos rostos de todos. A indignação crescia a olhos vistos...

- Há que saber "separar as águas"... estamos falando da actuação do PCP em Almada. Não confundamos as coisas. Trata-se do mesmo partido que na Assembleia da República e nos sindicatos levanta a bandeira contra a precariedade, mas aqui no nosso concelho faz precisamente o contrário. O BE está ao lado dos trabalhadores na luta pelos seus direitos. Defendemos o princípio do trabalho com dignidade. Calar é consentir, é pactuar com esta incoerência e ser conivente com o incumprimento da lei. A denúncia pública é o caminho. Não podemos agir de outra forma. Os trabalhadores nunca nos perdoariam...

Obviamente aborrecidos com o discurso do "não democrata" alguns já falavam que: - Deve ser um infiltrado do PCP. Era o que faltava... fingir que nada sabemos. É por esta e por outras que os cidadãos se afastam da política.

E dirigindo-se especificamente ao polémico interveniente: - Sabes que, aqui em Almada, para não perder a maoiria absoluta, o PCP fez alianças com o PSD nalgumas freguesias? Como classificas este tipo de pactos? Será o" poder a qualquer preço" uma atitude de esquerda?

A reunião ainda continuou, mas julgo que este excerto já contém matéria suficiente para reflectir. Fico à espera das vossas opiniões.

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