terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Declaração de princípios

Hoje trago ao vosso conhecimento uma espécie de "manifesto" que acabei de redigir na sequência de uma carta aberta que recebi de um camarada do BE. É um texto extenso e, por isso mesmo, transcrevo apenas três parágrafos (mas no final do artigo encontram a ligação para a versão integral que inclui, também, a carta aberta atrás referida):

«(…) No espectro da política autárquica em Almada, o BE e a CDU não têm o monopólio exclusivo dos actos democráticos e muito menos são os únicos que defendem objectivos de equidade e justiça social. Existem outras forças partidárias que o fazem, como o PS, e até o PSD e o CDS… aliás, penso que, perante o totalitarismo que a CDU tem vindo a demonstrar ao longo das últimas quase quatro décadas no poder, qualquer um daqueles partidos apresenta uma postura muito mais consentânea com os valores da Democracia plural em que, presumo, todos acreditamos.

Por isso, mais importante do que colocar rótulos nos partidos políticos, com base nos discursos públicos dos seus líderes e na interpretação dos seus objectivos programáticos, é saber afastar a cortina dos preconceitos ideológicos, separar a política nacional da política local, e ter a capacidade para, de forma isenta e imparcial, analisar a prática quotidiana dos eleitos, face às disposições legais vigentes e, em termos políticos, compará-la com aquilo que, em teoria, os seus partidos prometem fazer (e lhes serve de bitola para exigir aos outros um determinado comportamento) e, depois, o que os seus autarcas executam.

O caminho para a sociedade mais justa e solidária que pretendemos atingir não é para ser percorrido isoladamente. Disso todos estamos conscientes. Mas o compromisso que leva à partilha de objectivos pontuais entre parceiros com pensamentos globais diferentes nunca deve fazer com que sejamos coniventes com práticas lesivas de direitos constitucionais que defendemos, apenas porque o infractor é um dos nossos putativos companheiros de jornada. Há valores que, para mim, se sobrepõem a este tipo de acordos de circunstância, e que são aqueles que comecei por enunciar no início deste texto: o estado de Direito e a Justiça. Porque eles são o suporte da Democracia e da Liberdade que tanto prezamos. Abdicar de um deles, é impedir que cheguemos ao fim pretendido: uma sociedade mais justa e solidária. (…)»

Consulte o texto integral AQUI.
Espero contribuir para uma reflexão séria e saudável sobre a política autárquica em Almada.

22 comentários:

EMALMADA disse...

Parece-me que a Ermelinda Toscano está a incomodar muita gente ou pelo menos gente que não esperava uma intervenção cívica tal qual está a fazer e de pleno direito, enquanto cidadã e ex-eleita por um partido político.

Quem entra na Política ou na política partidária tem de entender que todos seus actos são passíveis de avaliação pelos cidadãos e nem todos pensam igualmente.Está pois sujeito/a a críticas.
Em Almada e pricipalmente por culpa da oposição, os autarcas do PCP foram-se insinuando e enraizando como legítimos e únicos democratas,(dizem eles) o que é falso.
Por pensarem assim, quem discorda deles é facilmente rotulado de conservador ou mesmo fascista.

Este voltar costas da oposição à luta por Almada e pelas pessoas foi e é muito negativo ao exercício da democracia e à defesa dos interesses da terra e da população almadense.

A posição por si assumida tem toda legitimidade, perturba o poder instalado, porque o desmascara e deixa incomodada a suposta e dita oposição que tem convivido e suportado o despotismo dos autarcas do PCP, não fazendo ondas, porque limita-se a representar a peça teatral da democracia nas reuniões de Câmara ou nas Assembleias Municipais, apoiando o poder instalado, dando-se por satisfeita com isso, mas esquecendo de realizar alguns seus deveres, desmascarando incompetências, ilegalidades, procedimentos antidemocráticos e de defender interesses de Almada.

Quando fez a sua opção sabia que não era fácil e livre de obstáculos a via escolhida de exercer cidadania porque iria mexer com muitos interesses instalados.

As críticas que lhe dirigem não lhe retiram o mérito nem ao seu trabalho.
A oposição e muitos seus críticos sentem-se incomodados, porque a Ermelinda Toscano está a fazer aquilo que eles não são capazes de fazer (embora tivessem obrigação).

É isto que os deixa em desconforto político e até envergonhados, porque talvez as razões que os levaram a meterem-se na política foram outras que não servir a causa pública e a defesa de interesses colectivos.

Oxalá a oposição fosse atenta aos problemas de Almada e da população e interventiva quanto baste para se revelar alternativa a este podre poder autárquico que desgoverna Almada.

A Ermelinda Toscano lançou uma pedrada no charco da simbiose poder instalado-oposição.
Os salpicos da água fétida estão a estragar as casacas de supostos democratas, que correm o risco de as despir porque começam a sentirem-se sujos.

Anónimo disse...

Ora aqui está: para quê esta "declaração de princípios"? Para conseguir o tremendo elogio do EmAlmada? É disso que D. Ermelinda Toscano anda à procura?

E no fim, que declaração é esta? Que princípios advoga? Depois da leitura do que prometia ser um "documento extenso", mas que de tão repetitivo acaba por ser um documento muito curto, retiro três princípios de D. Ermelinda: o primeiro princípio, anti-CDU (e anticomunista primário, até contra a ideologia fala ... ai se Mussolini, Hitler, Salazar fossem vivos ...); o segundo princípio anti-BE (ai que amigos nós éramos ...); o terceiro princípio, anti-anónimos (os maus, porque há os bons).

Não consigo retirar nem mais uma ideia que se aproveite de tão pomposa "declaração de princípios". Ah, há uma "prosissão de fé" no final: não serão apagados quaisquer comentários no blog! A bem da naç ... ai, o que eu ia escrever ...

D. Ermelinda, será que considera este meu comentário, que a critica frontalmente, como "difamatório" e "calunioso"? Serei eu um dos anónimos que refere na sua "declaração de princípios" como assumindo atitudes condenáveis? Se for, explique-me lá o que é que não é difamação e calúnica sem ser o amen permanente ao que você pensa! Depois, venha do alto da sua cátedra falar de Democracia e de Justiça.

E sim, estou a antecipar, porque já sei o que a cada gasta ...

Antunes Vidal disse...

Pois é Ermelinda...

Estás a incomodar esta gente demais e a fazer o que nunca lhes passaria pela cabeça: discutir publicamente questões de fundo sobre a forma de fazer e estar na política... algo que, até aqui, era reservado às elites partidárias, já que os militantes de base (e o povo) são demasiado ignorantes para reflectir sobre essas questões restando-lhes confiar nos iluminados que os irão orientar.

A estes políticos que classificas, e muito bem, "escravos da idiologia", falta-lhes a coragem que tu tiveste de, frontalmente, trazer para o domínio público, a reflexão sobre os princípios que deverão estar, efectivamente, por detrás de quaisquer políticas de intervenção democrática e social.

Parabéns pelo teu trabalho. E só espero que nunca desistas. Tens demonstrado ser uma mulher de fibra e é nessa força que muitos de nós acreditamos.

Anónimo disse...

Este Sr. que envia o comunicado a Ermelina, ou Antonio Tavares, só vê os comunicados anónimos que quer ver e que criticam a atuação do BÊ e CDU em Almada.

Sr Tavares, o Sr. tem leido os brutais e horríveis comentários feitos pelos que apoiam a CDU com quem o Sr. tanto concorda ?

Leia, leia e espero que não fique escandalizado já que demonstram a pior educação e o mas baixo que pode ter em uma pessoa.

flash disse...

Contorce, distorce, baralha, dá de novo.Finalmente, é como se apalavrasse uma eventual resposta ao seu palvavroso comentário.
Então, explique lá, em concreto, o que deveria conter (já que não contém) a tal "declaração de princípios" para fazer jus ao seu nome.

Fernando Miguel

flash disse...

palavroso

Fernando Miguel

EMALMADA disse...

É bastante curioso como comentadores anónimos e "tão democratas", se insurgindo contra o anonimato, vêm dar palpites criticando os anónimos!
Revelam coerência.

Ficam incomodados com comentários do "EMALMADA" e outros, porque para tais, democracia é só votar, abdicar de ter opinião, deixar de ser gente, de ter vida activa para passar a ter vida vegetativo ou ser cordeirinho, entre a carneirada do rebanho e clientela do "pastor/a".

Atazanador disse...

Fazer uma declaração de princípios e publicá-la é um acto de frontalidade e honestidade.
Só é possível a quem dá a cara para defender os seus princípios.
Vir para aqui vomitar bojardas encobertas por grandes e eloquentes truísmos, em defesa da Dona (Presidente da CMA e seu séquito), a coberto do puro anonimato, é uma triste forma de ganhar a triste e envergonhada vida.
Mas venham porque é divertido ver o mau estar e a urticária dos “anónimos”.
Como diriam os MRPPs, emulando o estilo Maoísta: que mil Mindas floresçam nesta estropiada Almada.

José Eduardo disse...

Ermelinda: concordo em absoluto com o conteúdo da declaração de princípios por ti publicada neste blog e reafirmo que muita falta fazes a Almada. Valores como a dignificação do exercício de funções públicas, a defesa dos direitos dos trabalhadores, a transparência na gestão autárquica e a luta contra a corrupção são os objectivos pelos quais pugnamos na Plataforma de Cidadania do Concelho de Almada; da qual, como bem disseste, és o seu rosto. Não deixa de ser curioso, que supostos "esquerdistas" e "defensores dos trabalhadores" que lançam as atoardas narcotizantes da Propaganda da defesa dos mais desfavorecidos, sejam quem mais tem beneficiado com a corrupção dos valores de cidadania e Democracia por nós partilhados, usufruindo das benesses (+- 125 milhões de euros de orçamento anual da CMA) criadas pela situação de Poder ditatorial do PCP (vejam as fortunas que acumularam, o nepotismo existente e como se aburguesaram; contradição ideológica, até passaram a ser "católicos") em Almada.
Quanto ao B.E em Almada e sobre o acordo com a CDU : não se pode dizer mais do que serem uns traidores da confiança de quem neles votou e perfeitamente desfasados da realidade política que se vivencia no país e, em particular, em Almada! O Povo saberá julgar…
Força Ermelinda, não estás só nesta luta pela moralização, dignificação, transparência da gestão autárquica, contra a corrupção e defesa dos trabalhadores do nepotismo e mobbing da CMA/SMAS. Lutamos por um município mais digno e aberto à participação cívica dos seus residentes, onde todos os munícipes tenham prazer de viver, existam oportunidades de progresso e desse modo poderem constituir as suas novas famílias.
O que os vai deixando cada vez mais irados é a adesão que o teu blog e o Observatório Autárquico, com as suas denúncias têm junto da população do concelho; os comentários de indignação e repulsa, pelo conhecimento que vão tendo dos desmandos e arbitrariedades destes Social Fascistas do PCP, que têm (des)governado Almada, que vão circulando cada vez mais junto à população do concelho.
Em próximas eleições autárquicas o Povo saberá como votar (já só são 18% e a maioria da população nem tem votado; estão em vias de extinção e os Almadenses querem que se extingam).

Anónimo disse...

Força Minda, todos os que lutamos (uns de maneira anónima e outros mas publicamente como é o seu caso )por ter uma cidade digna, rejuvenecida, com vida e honradamente gerida estamos no bom caminho.

Anónimo disse...

Chegue de visitar a uns familiares na Alemanha onde está um frio horrível, -15º ainda asim as ruas estan cheias de feiras e de gente.

Saí a dar uma volta esta tarde por Almada com +19º e não há ninguém nas ruas, que raio de cidade e politicos temos aqui que esta tudo morto ?

Anónimo disse...

O problema do poder local é precisamente o de não se poder extrapolar duma forma directa a luta politica a nivel nacional e a gestão duma autarquia.
Dizer que são fascistas as populações que votam no PSD e CDS é um mau presságio do que aconteceria se essas forças...tivessem mais força.
A nivel local o que é mais importante é o apego à terra, o inovar, o ser inteligente nas escolhas que fazem, e isso não é apanágio de nenhuma força politica.
Conheço algumas autarquias que não serão própriamente de esquerda e que funcionam e algumas até muito bem. Ao contrário, conheço outras pretensamente de esquerda e que não funcionam ...nem bem nem mal.

Minda disse...

EmAlmada:

Agradeço-lhe, sinceramente, as amáveis palavras. Confesso que me sinto fortalecida após ler o seu comentário e o ânimo para seguir em frente é cada vez mais. Obrigada.
Ressalvo, de tudo o que disse, a seguinte frase:
«… a suposta e dita oposição que tem convivido e suportado o despotismo dos autarcas do PCP, não fazendo ondas, porque limita-se a representar a peça teatral da democracia nas reuniões de Câmara ou nas Assembleias Municipais, apoiando o poder instalado, dando-se por satisfeita com isso, mas esquecendo de realizar alguns seus deveres, desmascarando incompetências, ilegalidades, procedimentos antidemocráticos e de defender interesses de Almada.»
Penso que é aqui que reside o principal problema. Fazer oposição a sério dá muito trabalho. E exige um vasto leque de conhecimentos, a começar pela legislação sobre o funcionamento dos órgãos autárquicos. É preciso disponibilidade dos eleitos e uma equipa coesa que apoie técnica e politicamente os autarcas (porque não podemos ser especialistas em todas as matérias).
Além disso é preciso que os políticos se compenetrem de que fazer Oposição não é um exercício de retórica casual mas, antes, uma tarefa que inclui a fiscalização permanente dos actos de gestão e não apenas a intervenção pontual nos órgãos colegiais.

Minda disse...

Caro Anónimo de dia 7, 07:58h

Começo por agradecer a sua madrugadora intervenção. E congratulo-me por verificar que apesar do notório desagrado pelo conteúdo do artigo em causa se incomode a comentá-lo.

Apesar do meu esforço em tentar explicar, com clareza, quais são os fundamentos da minha actuação, admito que possa não me ter sabido expressar convenientemente e daí o senhor chegar às conslusões que apresenta. Por isso, acrescento alguns esclarecimentos adicionais:
È evidente que sou “anti”, assumo-o, mas não anti CDU (e o que é isso de anti comunista primária?), muito menos anti BE, nem sequer anti anónimos. Sou, sim, uma assumida anti incompetência, anti fraude, anti corrupção, enfim… anti muito mais coisas, mas julgo que estas são suficientes para que perceba que o problema está nas pessoas que estão no poder, nos actos que praticam e na “protecção” que os partidos lhes dão de forma a encobrir as ilegalidades cometidas. Agiria da mesma forma se na CMA estivesse outra força política e os seus autarcas cometessem os mesmos crimes. Não entende ainda? Bem… que lhe hei-de eu fazer? Frontalmente que digo que não me incomoda… estou bem segura do que pretendo e continuarei a lutar por aquilo em que acredito.
Tenha um bom feriado.

Minda disse...

Antunes Vidal:

Obrigada pelas suas palavras. É bom saber que, apesar dos que não compreendem a nossa mensagem, muitos mais há que a entendem e nos apoiam.

Minda disse...

Anónimo de dia 7, das 9:44h

Infelizmente parece que para alguns há aqueles que podem ser caluniados (eu própria) e os inatingíveis (a Helena Oliveira e o Luís Filipe).

Minda disse...

Fernando Miguel:

Ao contrário do que possam pensar, são estes anónimos (como o de dia 7, das 7:58h), que acabam por tornar evidente a razão de tudo o que escrevo. Eles não o entendem, senão já tinham deixado de comentar, mas acabam por ser os que mais contribuem para valorizar as minhas posições.

Minda disse...

Atazanador:

Obrigada pelos elogios e pelo voto de confiança.
A força que encontro para seguir em frente encontro-a nestas palavras que aqui me vão deixando. Dão ânimo e conferem cada vez mais segurança aos meus propósitos.

Minda disse...

José Eduardo:

Que mais te hei-de dizer amigo, além de agradecer, publicamente?
O que tinha a comunicar já to disse ontem na nossa profícua vídeo-conferência.
Obrigada pelo apoio, pela confiança e pela disponibilidade para ajudar nesta causa.

Minda disse...

Anónimo de dia 7, 17:58h

Obrigada.
Fico contente por saber que cada vez somos mais.

Minda disse...

Anónimo de dia 7, 18:08h

Aqui em Almada, fruto de opções políticas inconsistentes, sem estudos estratégicos adequados, o pessoal vai todo passear para os centros comerciais… e deixa-se desertificar o centro da cidade, que cada vez está mais cinzenta, envelhecida e triste.

Minda disse...

Anónimo de dia 7, 21:08h

Esse é, de facto, um dos principais problemas da governação das autarquias locais. Os partidos políticos trazem para o âmbito autárquico as lutas do parlamento nacional e deixam que sejam as questiúnculas político-ideológicas a comandar a sua acção. Resultado: uma intervenção local ineficaz com notórios prejuízos para a população.

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