terça-feira, 6 de outubro de 2009

Será este um exemplo de boa gestão?

Estamos em pleno período da campanha eleitoral para as eleições autárquicas e proliferam pelo concelho de Almada dezenas e dezenas de cartazes de publicidade paga pela CMA recorrendo, portanto, ao dinheiro dos contribuintes.
Estando nós num concelho com tantos problemas ainda por resolver, nomeadamente ao nível social, os milhares de euros gastos desta forma não seriam muito melhor aplicados noutro tipo de acções?
Quando uma autarquia se socorre deste tipo de meios para divulgar a sua actividade, estando nós em época de campanha eleitoral, a fronteira da ética democrática ultrapassa-se facilmente na medida em que estes anúncios se confundem com a propaganda do partido que está no poder.

Na minha opinião, esta propaganda institucional visa apenas fins eleitoralistas e é a demonstração óbvia de que a gestão orçamental da CMA não é, afinal, assim tão rigorosa.

33 comentários:

Analista disse...

Se tivesse visto o debate desta noite, talvez percebesse.

Anónimo disse...

Ora bem, a questão é que a Minda viu (!) o debate desta noite, não me restam quaisquer dúvidas. E porque viu, ficou ainda mais em desespero de causa.

Lear disse...

Cara Minda,
A MES não tem solução.
A propaganda é a alma da sua câmara: sem propaganda o que seria da câmara dela ?
Pergunto, quanto gasta a Câmara em propaganda em cada mandato ?
Há tanto por onde gastar bem gasto esse dinheiro que não é de MES nem da CDU mas de todos nós!
O problema está que MES sente que Almada é a sua coutada privada e faz aqui o que bem quer e lhe apetece. E ai de quem lhe queira disputar a propriedade.
Enfim, palavras para quê, é o caciquismo (instituição de grande tradição aqui no rectângulo à bira mar plantado) no seu melhor.

Nuno Carinhas disse...

A candidata do Bloco não tem capacidades para estar á frente do Bloco. A melhor participação foram Paulo Pedroso e o candidato do CDS, esse sim não tem medo da emilia peixeira

Francisco Cruz disse...

Dia 11 de Outubro nas mesas de voto é preciso muita atenção às mãozinhas dos comunistas e delegados do partido aí presentes e igualmente nas manobras destes nas contagens dos votos.Vota PS. Votar Bloco é um voto a mais para a MES

Anónimo disse...

Se a Ermelinda for coerente não vota BE para a Câmara.
Tenho a certeza de que a enojou aquela colagem da Helena Oliveira (ex- sobreiro não se quantos!) à manipuladora e sem vergonha MES, no debate da RTPN.
Do que leio aqui, a Ermelinda é uma mulher sensata que não se deixa enredar nos ódios de estimação e percebe o que é melhor para Almada, o seu concelho!
Tenho a certeza que saberá optar entre um reforço para a prepotência da CDU que é a Helena Oliveira e um projecto que porá Almada entre as cidades de maior qualidade de vida, se a escolha for Paulo Pedroso.
Ermelinda, por uns segundos não olhe os simbolos e pense em pessoas, verá que faz bem.
Na freguesia, o meu voto será seu...no concelho será PS, sem dúvida!

Liberdade disse...

Vi o debate da RTPN e mais uma vez a candidata Helena Oliveira do BE escolheu o PS/Paulo Pedroso como o seu "inimigo principal" como já tinha feito no anterior debate, colocando-se ao dispor da CDU/PCP para governar.

Está cada dia mais claro para todos aqueles que querem derrotar a ditadura da MES que o voto no BE não é o melhor caminho.


Esteve bem o candidato do CDS mas ainda não tem votação para discutir a eleição dum vereador e o PSD não passará do mesmo com um candidato tão fraco.

É cada dia mais evidente que a única candidatura que vai discutir a vitória contra a CDU é o PS/PAULO PEDROSO e é nele que é preciso concentrar votos.

A vitória do PS/Paulo Pedroso é também a única que permitirá a participação de todos as forças na vida pública de Almada.

O PS/Paulo Pedroso é a democracia participativa e inclusiva que Almada precisa contra a "democracia" partidária vigiada da CDU/MES.

NO DIA 11 VAMOS VOTAR PS/PAULO PEDROSO!

Liberdade disse...

HELENA OLIVEIRA E O PLANO DE MOBILIDADE

“O plano não está mal concebido, apenas funciona mal. Precisa de ser ajustado à realidade e às necessidades do concelho quanto ao estacionamento, à coordenação dos transportes públicos e aos sentidos de trânsito”, declarou recentemente Helena Oliveira a propósito do Plano de Mobilidade.


Ficamos na dúvida: então o Plano não está mal concebido mas funciona mal? Mas então não porque está MAL concebido que funciona MAL?

Se está bem concebido, não deveria funcionar bem?

Helena Oliveira leva tão longe a colagem à CDU/PCP que parece já nem perceber bem o sentido das contradições em que está sempre a cair.

Ora Toma! disse...

O Liberdade tem uma grande fézada no PS/Paulo Pedroso.
Eu também acho que o Paulo Pedroso seria um grande presidente para Almada. Disso não tenho dúvida, basta lembrar o que ele foi no governo PS ao lado do Ferro Rodrigues.
O meu problema é o PS/Paulo Pedroso.
O que fará a outra componente desta dupla?
Eu nem quero imaginar o eixo central de Almada de novo todo revolvido e alcatroado sem MTS, para os carros se deslocarem mais facilmente e seus proprietários estacionarem ao longo das Avenidas,enquanto vão ledos e felizes ao comércio local...
Tenho cá para mim que este é o preço que a facção PS (da dupla PS/Paulo Pedroso) lhe está a cobrar.
Porque é que o PS nunca foi uma oposição credível em Almada?
Ou será que o Paulo Pedroso é a esquerda que o PS quererá queimar definitivamente?
Uma cura de oposição para a CDU, seria uma dádiva ao Concelho de Almada.
Penso que o Paulo Pedroso seria um bom presidente para Almada, mas a dupla PS/Paulo Pedroso deixa-me dúvidas.
Para ficar sem elas, as dúvidas, vou votar no BE e na Helena Oliveira para controlar a dupla que espero que ganhe a câmara.

Casimiro

Ora Toma! disse...

Ó Liberdade.
Um plano pode estar bem concebido mas mal aplicado.
Ainda não pensou nisso?
Só facto de os sinais luminosos não estarem adequados á intensidade de tráfego mas apenas ao tempo, já mostra que a implementação do Plano de Mobilidade não está a ser correcta.

Liberdade disse...

Caro Casimiro,

Não sou socialista e por isso não me interessam nada as tendências internas do PS (ou de qualquer outro partido), a minha batalha é Almada, que como sabe é muito mais do que o eixo central da cidade. Mas há de facto erros cometidos no eixo central que têm origem numa gestão errada do espaço público municipal e não na existência do MST. A começar pelo planeamento e acabar na sua execução. E não é o facto do antigo Director do Planeamento Urbanístico de Almada ser uma conhecida figura do BE (arqtº José Pedro), que me vai limitar nas críticas aos erros de planeamento, culpando a execução...

Mas recomendo a leitura do programa eleitoral do PS/Paulo Pedroso, a dupla que espero ver vitoriosa no dia 11 de Outubro, e verá que tem uma visão global dos problemas de TODO o concelho e propostas concretas para executar.

Finalmente, estou convencido que se o próximo presidente da CMA for Paulo Pedroso, a vereadora do BE terá muito mais oportunidades de colaborar do que de controlar (só a palavra faz-me calafrios porque o controlo do orgão executivo é feito pela Assembleia Municipal.

No dia 11 de Outubro à noite espero que ambos possamos festejar.

Ora Toma! disse...

Caro Liberdade,

Se pensar em termos de Gestão( Planeamento e Controle) passam-lhe os calafrios. Além disso, estando no Executivo, a Helena Oliveira terá a pssibilidade de ver o filme com melhor perspectiva.
Se o Paulo Pedroso ganhar, o que espero, não terá maioria absoluta, cruzes canhoto, ou será que irá fazer uma aliança com o PSD ou a CDU?
Espero que não.
No fundo não estamos em lados
opostos.
Também espero que festejemos, ambos, no próximo Domingo á noite.

Analista disse...

Admiro a intensidade com que aqui se debatem algumas questões com denominador comum.
Com respeito mútuo, como deve ser.
Pelo que me cumpre dizer, só uma vitória do PS retirará Almada do "buraco" onde a CDU a meteu.
É mais que evidente que o Plano de Acessibilidades 21 está mal. Foi mal concebido e pior executado.
Por culpa de quem? CDU, a do poder.
Qualquer mexida que tenha que ser feita no pavimento, e tem, vai ser objecto de (mais) obras.
Mas o que tem feito a CDU, a do poder, a não ser (mais) obras?
Refiro-me apenas ao canal MST.
São constantes os "arranjos". Por isto e por aquilo e até por nada.

Convenhamos que a candidata do BE não se tem mostrado à altura do posto para que concorre.
Apesar de considerar que Helena Oliveira é um erro de "casting" do BE, até nem vejo inconveniente na sua eleição. Que, a acontecer, não é suficiente para retirar o poder à CDU.
E, com todo o respeito por todas as outras forças políticas no terreno, a única que pode puxar o tapete à CDU é, quer gostemos ou não, o PS.

E deixem-se de questões menores.
O Paulo Pedroso não é uma coisa para o PS queimar. É uma pessoa com valor, com conhecimentos e com perfil para liderar a CMA.

O meu voto vai para ele. Ou para o PS como entenderem.
E não sou socialista...

Cumprimentos

Lear disse...

Caros amigos,
Numa coisa todos parecemos estar de acordo, na defesa da dignidade de Almada, coisa que a pandilha que a governa há décadas nunca soube fazer.
Por isso, deixemos de lado as nossas diferenças (e que bom é haver diferenças de opinião!) mas neste momento o que interessa é o toque a reunir, contra os males maiores (CDU/MES) que com os males menores podemos nós bem.
Não vejo neste momento que o toque a reunir se possa fazer em torno de outra personalidade que não seja Paulo Pedroso, ponham-lhe ou tirem-lhe o PS, tanto faz e isso pouco interessa.
Espero, sinceramente, poder comemorar na noite do dia 11 de Outubro.
Para que Almada volte ao pelotão da frente a nível nacional, para que Almada tenha dignidade e confira dignidade aos seus cidadãos, a todos os seus cidadãos sem excepção e, para o que o fututo seja mais rsinho.
Eu voto Paulo Pedroso.

Minda disse...

Analista:

Perdoe a pergunta: eu vi o debate, mas o que lá se passou que me escapou e ajuda a esclarecer o assunto deste artigo?

Minda disse...

Anónimo de 6-10, 22:37

Claro que vi o debate desta noite. Agora quem me parece que tem motivos sérios para estar em desespero de causa é a CDU e isso foi notório no nervosismo da MÊS, em particular no final quando deixou estalar o verniz do seu discurso e mostrou a prepotência que se esconde na sua actuação.

Minda disse...

Al-Ma’dan:

As perguntas que coloca são pertinentes. E saber a sua resposta seria um contributo importante em nome da transparência na gestão autárquica. Algo a que a CDU é alérgica aqui na CMA.

Minda disse...

Nuno:

Aquilo que diz é injusto. Conhece o trabalho de Helena Oliveira na Assembleia Municipal? Se conhecesse saberia como ela tem sido uma autarca sem papas na língua, que não teme enfrentar a MÊS. Veja, por exemplo, as discussões levantadas em torno dos recursos humanos…

Minda disse...

Francisco:

No dia 11 é, e facto, preciso muita atenção na contagem dos votos até porque esta é uma eleição três em um.

O voto no BE é mais um para a MÊS? Olhe que eu garanto-lhe que não! Votar PSD isso sim, por mais estranho que pareça é que é validar a aliança pós eleitoral que a CDU irá celebrar para manter o poder caso ganhe as eleições sem maioria absoluta (que eu espero não aconteça, ou seja, desejo que a CDU vá fazer uma cura de oposição).

Minda disse...

Anónimo de 7-10, 9:35

Nunca aqui escondi que desejo que Paulo Pedroso ganhe a Câmara Municipal de Almada. Porque acredito que será um bom Presidente, além de ser o único candidato com possibilidades reais de lá chegar. Assumo-o frontalmente e já aqui apresentei as minhas razões (noutros artigos e/ou comentários) pelo que não vale a pena repeti-las.

Mas votar no PS para a CMA é algo que não farei, obviamente. E não deixo de ser coerente por causa disso. Muito pelo contrário. Até porque votar BE para a CMA é preciso para que a HO seja eleita vereadora.

Quanto à ideia que pretende fazer passar de que o BE será um aliado da MÊS deixe que lhe diga que está muito, mas muito errado mesmo. Aliás, afirmar isso é branquear a realidade e que são as alianças da CDU com o PSD, ou vice versa, nalgumas freguesias (Feijó, Costa da Caparica e Cacilhas, sendo que nesta última o “casamento” já dura há oito anos, com partilha do executivo e decisões assumidas sempre por unanimidade… afinal CDU e PSD têm desígnios políticos idênticos!! E esta hem?) e até no município (já reparam na apagada oposição do PSD na AMA e a forma quase subserviente como Pedroso de Almeida se tem comportado nesta campanha eleitoral?).

Minda disse...

Liberdade:

Parece-me que o debate que você e eu vimos não foi, afinal, o mesmo que a RTP-N transmitiu. A HO colocou-se a dispor da MÊS? Ou será que queria dizer o Pedroso de Almeida colocou-se à disposição da MÊS para o que der e vier?

Olhe que está perfeitamente enganado. Ou, então, finge que desconhece (o que não acredito) que o PSD é o companheiro preferencial da CDU e de há longos anos (em Cacilhas o “casamento” já dura há oito longos anos)?… e que essa “coabitação estratégica” que CDU e PSD mantêm em Almada são sempre acertos pós eleitorais não avalizados pelos eleitores?

Por isso, custa-me a perceber esta fixação em continuarem a dizer que é o BE que está ao dispor da CDU limpando, deliberadamente, o que se passa nestes acordos de bastidores com o PSD.

Não tenho qualquer problema em afirmar que votar PS é garantir a mudança de que Almada precisa. Mas votar BE é garantir uma oposição consistente. Em contrapartida, votar PSD é desperdiçar votos na medida em que eles servirão, apenas, para segurar o poder da CDU.

Minda disse...

Liberdade:

Então a HO apoia a MÊS apenas porque refere que o plano de mobilidade está bem concebido? Será que o Liberdade conhece o plano original?

E que raio de confusão é essa sobre o bem/mal concebido e uma boa/má aplicação do mesmo? È ingenuidade pensar que apenas os planos mal concebidos são implementados de forma errada. Quantos projectos por esse país fora, de grande valor, acabam de forma desastrosa porque são mal implementados? Parece-me, infelizmente, que é mais comum de acontecer do que devia, por isso não nos dê a entender que é impossível porque não o é.

E contraditório é pretender criticar um plano apenas porque a sua execução foi errada. E inconcebível é pagar para se fazer um plano e, depois, no terreno, aplicar outra coisa qualquer…

Minda disse...

Casimiro:

Gostava de ter a mesma “fezada” que o Liberdade tem no Paulo Pedroso, apesar de também eu achar que daria um bom Presidente de Câmara. Mas o Paulo Pedroso precisa é de votos e não da fé dos eleitores.

E precisamos todos, a bem da democracia, sobretudo, que a abstenção diminua. Porque esses eleitores é que têm vindo a contribuir, por omissão, para as maiorias da CDU. Desobriga-se dos seus deveres mas, depois, sabem criticar…

Sou sincera e aqui, publicamente, afirmo, que apesar de não concordar com o Paulo Pedroso quanto à revogação do Plano de Mobilidade, depois do debate no bar Acercadanoite e de ter lido mais em pormenor o Programa do PS sobre a matéria (para criticar há que saber do que estamos falando – não tolero aqueles que criticam as ideias dos outros sem as conhecerem e as classificam segundo a sua cor política), confesso que acho alguma consistência nas suas propostas sobre o assunto.

Pena é que durante as campanhas eleitorais não se consigam debater ideias em concreto, fazendo fóruns de discussão (que até podiam ser na internet) e onde as pessoas soubessem respeitar as propostas uns dos outros e analisá-las com ponderação sabendo agregar os contributos positivos de cada uma.

Quanto à questão que aborda da dupla PS / Paulo Pedroso, como se fossem duas entidades distintas, não sei se percebi bem a sua ideia. Quererá dizer que o PS de Almada não é assim tanto à esquerda como Paulo Pedroso e a sua equipa o são? Que até confia no Paulo Pedroso mas já não na estrutura do PS local? Sobre isso não me posso pronunciar mas espero que esteja errado.

E obrigada pelo seu voto de confiança no Bloco de Esquerda.

Minda disse...

Analista:

Também me congratulo por aqui nesta minha humilde casa se estar a discutir assuntos opondo pessoas que pensam de formas diferentes mas que até se conseguem fazer entender com elevação.

Mal ia a democracia se todos pensássemos de forma idêntica.

Quanto à Helena Oliveira, e embora até aceite algumas críticas (temos de ter a humildade de admitir os nossos erros porque só assim conseguimos ultrapassá-los), não posso deixar de expressar a minha opinião: tenho a certeza que irá ser uma óptima vereadora, empenhada e diligente. Por isso, a sua candidatura não foi nenhum erro de casting, foi uma escolha acertada. Erro de casting seria colocar uma qualquer figura pública à frente da lista só para captar votos e depois das eleições acabasse por ficar como vereadora a número dois.

E sendo eu do BE, e HO a minha candidata e a pessoa que irá ter o meu voto, não posso deixar de concordar consigo quando refere que Paulo Pedroso «é uma pessoa com valor, com conhecimentos e com perfil para liderar a CMA»… por isso, espero que número suficiente de almadenses lhe dê o seu voto, pois o meu, e o de todos quanto simpatizam com o BE, é preciso para que elejamos a nossa vereadora.

Minda disse...

Al-Ma’dan:

O nosso grande adversário é a abstenção. Espero que dia 11 os almadenses resolvam dar o primeiro passo em direcção a um futuro diferente: votando no PS e no BE de preferência mas, sobretudo, votando de acordo com a sua consciência.

O poder político em Almada precisa de se renovar. Nos últimos anos, com a abstenção acima dos 50%, é uma falácia dizer que a maioria dos eleitores confia na actual gestão autárquica. Por isso, há que mudar de rumo, seguir novas escolhas… e compete à oposição fazer o seu papel, seja no órgão executivo seja no deliberativo.

Liberdade disse...

Minda,

Não me passa pela cabeça perder tempo com o PSD porque toda a gente sabe das boas relações com a MES.

Mas confesso que me espanta que o BE se queira afirmar na esquerda sem se demarcar claramente da CDU/PCP.

E toda a gente tem visto que Helena Oliveira é a única candidata da oposição que ataca um outro candidato da oposição, ou seja, quando todos se concentram na questão central que é criticar a gestão CDU/MES, a candidata do BE nunca deixa de repartir as críticas pela MES e por Paulo Pedroso, para enfraquecer ambos.

É por isso que acho que Helena Oliveira está mais interessada na afirmação do BE, o que é legítimo, do que na derrota da CDU.

Mas acho que ela faz um erro de análise política. É que na situação indesejável de manutenção da CDU com maioria simples, mesmo com uma vereadora do BE, a MES vai fazer um acordo global com o PSD para a CMA e Freguesias.

Neste cenário a Helena Oliveira fica a pregar aos peixes...

É por isso que insisto na ideia de que o BE só teria a ganhar com a vitória do PS/Paulo Pedroso, pois teria garantia de respeito pela democracia e pela oposição.

E Almada é mais importante do que a afirmação de qualquer partido em particular.

Liberdade disse...

Minda,

Quanto ao Plano de Mobilidade garanto-lhe que aqui no DAU tenho informação mais do que suficiente para manter o que escrevi. E mais não lhe posso dizer sob pena de um dia destes ter o vereador Gonçalves à perna.

Como deve imaginar tenho de ter os cuidados da clandestinidade, mesmo quando ouço comentar estes debates nos corredores e salas do DAU.

Mas não posso nem quero perder o emprego.

Minda disse...

Liberdade:

Correndo o risco de alguns camaradas meus do BE não gostarem do que vou escrever, não posso deixar de dizer que até concordo consigo.

Aqui em Almada o BE é oposição à actual gestão CDU e não ao PS (esse é o "campo" de intervenção do BE na Assembleia da República).

Nas autarquias, embora os candidatos sejam eleitos por partidos e, em princípio, prossigam os seus ideais, o certo é que a política está muito mais centrada na pessoalização, isto é, nos candidatos em si e nas suas capacidades técnicas, humanas e políticas.

Por isso, é importante avaliar a gestão autárquica não por aquilo que, supostamente, o partido do candidato faz ou deveria fazer, mas, em concreto, ponderar o que aquela pessoa tem feito ou não.

Aqui em Almada a gestão da CMA não pode ser olhada através do conceito de que a CDU é de esquerda e como a MES pertence à CDU branquear a política de direita que esta senhora tem feito. E se a CDU lhe dá cobertura, é porque é conivente, logo tem de ser repsonsabilizada politicamente.

Fiz-me entender? É que acho que posso ter sido um pouco confusa na expressão desta minha ideia.

Além disso, depois de 35 anos de gestão CDU (PCP) é tempo de dar oportunidade a outros para mostrarem o que valem. A bem da democracia e da participação... Almada não é uma coutada do PCP!

E como Paulo Pedroso é, na minha opinião, o único candidato capaz de tirar a MES do poder, há que conseguir captar os votos da abstenção e fazer os almadenses perceberem que o que está em jogo é o futuro desta terra que precisa, urgentemente, de renovar as políticas de intervenção autárquica.

Minda disse...

Liberdade:

Esqueci-me de falar no Plano de Mobilidade...

Acredito que terá as suas fontes de informação. Ao que parece até melhores do que as minhas pois está dentro da CMA (coisa que eu desconhecia) e eu sou uma mera espectadora, apesar de ter tido acesso a alguma documentação através dos deputados municipais do BE.

Não pretendo que coloque em rsico o seu emprego. Percebo perfeitamente os constrangimentos existentes.

Mas em face dos elementos que eu tenho, continuo a achar que o PM foi bem elaborado... o que falhou foi a concretização. Agora seria importante saber o que falhou e por que falhou. Fazer um balanço isento é urgente.

Analista disse...

O Plano de Mobilidade, ao contrário do que a Minda sugere, não foi bem elaborado.
Foi, aliás, muito mal pensado.
A execução efectuada pela TRANSITEC, firma a quem a autarquia pagou milhões, limitou-se a cumprir a encomenda.
A Câmara nomeou um engenheiro da Divisão de Trânsito, Jorge Aleixo, para fazer de conta que fiscalizava.
Dito isto, é pertinaz concluir que o Plano de Acessibilidades vale ZERO.
Com a responsabilidade de MES e seus lacaios.
E o "Liberdade" sabe bem que tenho razão.

Cumprimentos

Minda disse...

Analista:

Daquilo que me foi dado observar, e das conversas havidas com quem sabe mais do eu eu nesta matéria, não considero o Plano de Mobilidade assim tão mau como quer fazer crer.

Na teoria, ele está bem concebido, continuo a dizê-lo, embora reconheça que nalguns aspectos falha na ligação com a realidade mas, principalmente, porque não souberam fazer os devidos ajustes e implementaram-no de forma errada e incompleta, sem assegurar uma série de acções complementares (como os estacionamentos dissuasores e a intermodalidade entre os transportes públicos) que teriam de estar tratadas a montante.

E a questão da fiscalização é, de facto, um sério problema... deixaram a obra ir sendo executada com deficiências apenas para dizer que era concluída a tempo (de satisfazer determinados interesses?). Saiu asneira, claro...

Carlos Pinto disse...

Sobre o Plano de Mobilidade é claro que nem tudo está mal feito e alguns dos defeitos apontados são opções de projecto, com as quais uns concordarão e outros não.

Mas, na minha opinião, também há erros elementares que resultam de preconceitos ideológicos que informaram os projectistas e depois os decisores políticos.

Paulo Pedroso tem chamado a atenção para os preconceitos contra o automóvel e para e erro de implantar uma zona pedonal em cima do principal eixo rodoviário da cidade.

E tem toda a razão num e noutro caso. Serão erros, serão opções de projecto? Pouco importa e o relevante é que é prejudicial ao funcionamento da cidade.

Em termos de gestão da mobilidade urbana devemos considerar dois níveis diferentes ou, se quiserem, duas grelhas de mobilidade que devem funcionar sobrepostas e articuladas, sem se anularam uma à outra, antes colaborando mutuamente.

A primeira grelha de mobilidade deve utilizar os arruamentos principais e estruturantes na frente mais pública da cidade, a frente dos edifícios, em particular onde existem actividades económicas e equipamentos urbanos. Nesta grelha devem circular todos os modos de mobilidade possíveis: metro ligeiro, autocarro, automóvel, motociclo, bicicleta, a pé, etc.... sejam públicos ou privados.

É a grelha de mobilidade que garante a ligação entre e a acessibilidade dos cidadãos a todas as funções urbanas e sem ela a cidade entra em colapso e promove a saída das actividades comerciais para outras localizações com melhores acessos. É a estrutura de suporte daquilo que alguns autores chamam de cidade "densa e intensa".

A segunda grelha de mobilidade urbana deve utilizar os arruamentos secundários, mais locais, as pracetas, o interior dos quarteirões, as "traseiras" dos edifícios, em particular de uso habitacional. Esta grelha deve dar prioridade aos percursos pedonais e a outros modos de mobilidade suave, podendo em muitas situações afastar totalmente o automóvel. Esta grelha é "outra face" da cidade densa e intensa e deve relacionar-se com a primeira grelha em locais de estadia, de esplanada, de descanso, de usufruto cultural, social, desportivo e também de comércio pontual. Deve ser, quando possível, acompanhada de estruturas de verde urbano, como os jardins e as vias arborizadas.

É a cidade onde os cidadãos não se encontram principalmente para trocas comerciais, mas para para trocas culturais e sociais. Sem esta grelha de mobilidade a cidade perde humanidade, perde urbanidade e empurra os seus habitantes para fora, para a periferia.

O Plano de Mobilidade de Almada não entende esta forma de funcionar da cidade e não oferece nem uma boa "primeira grelha" nem uma boa "segunda grelha" nem uma boa articulação entre ambas.

E é por isso que tira os automóveis do eixo principal, empurrando-os para os arruamento secundários e implantando uma zona falsamente pedonal no centro do principal eixo rodoviário.

Está tudo invertido. Por erro ou opção, mas errado. Tão errado que entra em contradição com o Plano da Cidade da Água que considera o eixo central de Almada e a avenida da Lisnave como os eixos estruturantes dos acessos RODOVIÁRIOS a Cacilhas.

O que o Plano de Mobilidade faz mal parece ser corrigido pelo Plano da Cidade da Água.

Duma vez por todas, entendam-se!

Minda disse...

Carlos:

Apesar de não pensar exactamente da mesma forma no que toca, sobretudo, à dicotomia carros / usufruto da cidade, não posso deixar de dizer (sem complexos) que, depois de ler o programa do Paulo Pedroso, passei a olhar de forma diferente para este plano de mobilidade.

Todavia, continuo a achar que a sua concepção parte de um princípio com o qual concordo (e que se trata de uma questão cultural): o primado do automóvel e a ideia de que todos temos o direito de tê-lo à porta de casa (se possível até dentro de casa, gostariam alguns) tem de acabar pois primeiro estão as pessoas e não os carros, mesmo que estes existam para servir as pessoas... mas a poluição, o espaço que ocupam, os acidentes que provocam, etc. impedem que possamos usufruir da cidade em pleno.
Há quem não saiba deslocar-se sem levar o automóvel nem que seja para ir beber um café duas ruas acima do local onde mora. As pessoas perderam o hábito de andar a pé. Pensam que qualidade de vida é moverem-se seja para onde for (trabalho, compras ou lazer) sempre de carro e que o mesmo fique estacionado a escassos metros da origem e do destino.

Claro que isto não se pode fazer de um dia para o outro, como a CMA tentou fazer. É preciso criar condições para o efeito, nomeadamente apostar numa rede intermodal de transportes públicos de qualidade (que não existe em Almada, é verdade).

Muito mais haveria para falarmos, mas hoje não será o dia certo pois todos estamos demasiado ansiosos em relação aos resultados das eleições. Todavia, gostava que, noutra oportunidade, trocássemos umas ideias sobre o assunto... para evoluir, é preciso confrontar as nossas opiniões com aquelas que nos são contrárias e do debate saber extrair ideias positivas.

Um resto de bom domingo.

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