sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um trio de peso: Tejo - Adriano Correia de Oliveira - Manuel da Fonseca

O mais belo rio de Portugal, uma das mais bonitas vozes portuguesas, um poema extraordinário de um grande poeta do nosso país.

Para descontrair... que bem preciso. É que logo há mais uma maratona na Assembleia Municipal de Almada...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A lei da mordaça - ou a falsa democracia da CDU.



Ontem, na Assembleia de Freguesia de Cacilhas, a bancada da CDU mostrou, finalmente, a sua verdadeira face...
O Bloco de Esquerda tem de ser impedido de falar no plenário. Melhor dizendo, a sua eleita, já que fizeram questão de frisar o meu nome e não o do partido. Este é, pois, o objectivo da CDU para fundamentar a introdução de uma grelha de tempos no plenário: "porque a Ermelinda Toscano ocupa mais de 50% do tempo da Assembleia", "porque a Ermelinda Toscano é do partido que tem menor representação e não pode falar tanto" e por aí adiante.
Um chorrilho de asneiras que chocou os restantes partidos e que levou à intervenção do PS e do PSD (além do BE, obviamente) dizendo ser inadmissível que se fale dos valores de Abril e da liberdade e a seguir se tente calar a voz da oposição.
Sendo certo que eu sou a autarca que mais vezes intervem (afinal sou a única representante do meu partido), também é verídico que nem sequer sou a que mais fala... pronuncio-me sobre todos os assuntos, é um facto, mas até podia "entrar muda e sair calada" e, mesmo assim, iria conseguir fazer passar as minhas opiniões pois sou a única autarca que entrega por escrito todas as suas intervenções sobre os diferentes pontos da Ordem de Trabalhos e, como faço a sua distribuição prévia até as costumo resumir.
Portanto, o que os incomoda, mais do que aquilo que falo é aquilo que escrevo. Mas, desenganem-se... as actas vão continuar a ter de anexar os meus textos e aí sim, podem dizer até que ocupo mais, muito mais mesmo, de 50% desse espaço. Disso não se livram. É que só assim tenho a garantia de que não deturpam o que digo... e mesmo que aconteçam "problemas técnicos" e as sessões não fiquem gravadas, as minhas intervenções estão sempre salvaguardadas ao contrário das dos outros partidos.
Fica assim claro qual é, afinal, a ideia de democracia da CDU: amordaçar quem os incomoda.

terça-feira, 27 de abril de 2010

A palavra e o poder

Do meu amigo Vítor Hugo, trago-vos hoje um texto para reflexão:


... "Todas as religiões através dos seus manuscritos, como a bíblia, o talmude, o alcorão e outros, existem somente com essa base de palavra escrita que lhes dá legitimidade, direcção e aceitação; como poderiam sobreviver sem tal?"...


... "A palavra dada como certeza, usada em tribunal ou numa queixa nem sempre carece de testemunhas visuais ou auditivas, tem a capacidade do poder de aderência ou de rejeição, por parte das instâncias."

"A palavra falsa e/ou injusta pode e é usada pelo próprio tantas vezes que ao acreditar e interiorizar essa mesma passa a ser verdade para si e para os outros."...


... "Actualmente a comunicação social, espelhada em toda a parte e a toda a hora é uma arma poderosa, com ligações indirectas com o poder político e até directas (veja-se o caso de Berlusconi, dono dos media de Itália, que tenta controlar a opinião pública e as escolhas partidárias); ela é acessível à maioria da população e vai ao encontro dos seus desejos, forma opinião pública, mas não deixa espaço para intervir, exceptuando o espaço para os leitores ou o dos comentários na internet.; a palavra tem aqui um sentido mais unilateral que bilateral, se bem que era difícil abarcar todos os contributos à mesma."...

... "A evolução humana desenvolveu mecanismos de diversificação de fontes de informação e a hipótese de escolha é maior, por via das palavras. Podemos e devemos utilizar esse poder; dou o exemplo do uso do livro de reclamações, da queixa por escrito, da resposta a questionários, inquéritos, da difusão literária, da indagação aos poderes públicos, políticos e outros, ao desenvolvimento e participação de encontros como este, à participação nas consultas públicas, nas assembleias municipais e de freguesia."...
Se quiser consultar a versão integral do texto, clique AQUI.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Argumentos menores


Através desta notícia do Jornal da Região - Almada, de 23-04-2010, ficámos a saber que para a Câmara Municipal de Almada as questões relativas ao aumento do número de contratos de trabalho a termo resolutivo certo na autarquia (de 63, em 31-12-2008 para 167, em 31-12-2009) são assuntos arquivados na pasta dos "argumentos menores".
O que pensará desta observação o PCP, o STAL e a CGTP? Uma das suas bandeiras políticas é, precisamente, a luta contra a precariedade e, no entanto, nenhum deles se manifesta contra a situação vivida na CMA... Estranho, não?
Uma conivência passiva, de responsabilidade partilhada com a própria Comissão de Trabalhadores da CMA que se mantém "cega, surda e muda" perante todas as arbitrariedades cometidas pelos sucessivos executivos da autarquia.
É assim que defendem os direitos dos trabalhadores? Ou só interessa proteger os interesses de alguns?

domingo, 25 de abril de 2010

Faz hoje 36 anos




Democracia

Democracia é um bem em Liberdade
Que faz parte da humanidade
Do berço até ao caixão
Olhando os frutos crescer
É um orgulho poder ver
Seu pouso de mão em mão

Quanto a mim só faz sentido
Se for um bem adquirido
Através de votação
Se um povo assim decidir
A democracia pode servir
Pró bem-estar duma Nação

Mas se este bem adquirido
For por alguém destruído
E a democracia ameaçada
Ouve-se um grito lá na frente
É o grito da nossa gente
Dizendo que foi roubada

Meu povo, ninguém controla
Nem com mordaça, ou pistola
Nem masmorra ao deus dará
Povo Luso sem rival
És Abril em Portugal
Cravo que não murchará.

Poema da minha amiga ROSA DIAS, escrito em Março de 2009 para a colectânea Almad'Abril editada pelso Poetas Almadenses.
Imagem: retirada DAQUI.

sábado, 24 de abril de 2010

O Meu Bairro - exposição antológica dos 30 anos de carreira de Isidoro Augusto

Isidoro Augusto à conversa com o assessor do Presidente da República, Dr. Fernando Lima, durante a inauguração da sua exposição (15 - Abril - 2010)

Faltam-me as palavras para descrever o quanto me vai na alma depois de ter ido ver esta bela exposição. Não pude estar presente no dia da inauguração (estava numa reunião da Comissão de Revisão do Regimento da Assembleia de Freguesia de Cacilhas) mas fui lá hoje, cumprindo o prometido ao meu amigo Isidoro.

São trinta anos de um trabalho incrível como fotógrafo, poeta, pintor. Isidoro Augusto é multifacetado, qual camaleão da arte e do saber, com uma sensibilidade extraordinária para os pormenores que passam despercebidos à maioria de nós, que caminhamos tão desatentos pelos dias que correm velozes e não os conseguimos prender na nossa memória...

Isidoro Augusto, e (podem crer) não é por ser sua amiga que assim o julgo (outros cuja palavra tinha um peso considerável que não a minha, como Fernando Namora que lhe dedicou uma elogiosa nota, era ele um promissor jovem talento, e que exibe-a hoje, com orgulho, nesta mostra que aqui vos apresento), é um Homem pleno em todo o seu mais amplo sentido - que vai do humano à dimensão que o transcende quando o acto criativo inspira o artista...

... e o faz ter este dom de captar imagens de rara beleza ou, no outro extremo, mostrar a frieza e crueldade do sonho perdido, da tristeza da solidão, ou, simplesmente, da nudez perante nós próprios numa sociedade egoísta que não nos compreende... e fá-lo de uma forma subtil e, ao mesmo tempo, evidente... as emoções estão ali, presas nas molduras, entre linhas, no recanto das imagens fotografadas com génio e sabedoria.

Isidoro obriga-nos a reflectir sobre o mundo que nos rodeia, desnuda-se e partilha connosco, num acto de profunda intimidade, o que sente e não consegue calar... porque a empatia é total. Nâo sei explicar porquê, mas foi o que senti ali naquele espaço, rodeada pelo fruto do seu trabalho... retratos do quotidiano captados com sábia mestria, mostrando-nos outros ângulos do visível mas que nos escapa...

Parabéns amigo. E muito obrigada por estes momentos de prazer.


Incoerência e dualidade de critérios na CMA

Faço minhas as palavras contidas neste texto recebido ontem...

Uma palavra de incompreensão com a CMA
Caros Senhor@s vereadores,
Depois do pedido que dirigimos a 29 de Março, acabámos agora, (19 Abril e porque nos dirigimos aos serviços) de ser informados que a CMA, pela primeira vez em 24 anos de existência do acercadanoite, não autorizou o prolongamento do horário de 24 para 25 de Abril. A justificação, que ainda não tiveram tempo de enviar por escrito, deverá ser a de sempre… queixas dos moradores em Almada Velha. Concordamos a 100% com a necessidade de resolver esse problema atendendo aos interesses de todos: os moradores, os proprietários dos bares, os clientes, a cidade em que gostamos de pensar. E já demonstrámos a disponibilidade de colaborar nessa reflexão, apesar de não sermos directamente atormentados por esses problemas. Não temos, como sabem, vizinhos nem queixas. Os problemas que nos atormentam são antes as medidas que a CMA decidiu tomar e aplicar cegamente.
A pergunta que vos deixamos é a óbvia: o que é que o acercadanoite tem a ver com esses problemas e esses moradores e o que é que mudou do ano passado para este? É um bar que completa 25 anos este ano e está localizado numa zona onde nem tem vizinhos. Nunca tivemos uma única queixa de quem lá mora perto. Vizinhos tem o bar licenciado pela CMA no auge desta confusão, perto do acercadanoite, esse sim, colado a prédios de habitação, numa contradição absoluta com o que é supostamente uma estratégia para estancar os problemas, levando-os onde não haviam.
Atingimos o nosso limite de compreensão das coisas. Estamos a falar de um Sábado, 24 para 25 de Abril, noite de festa em Almada, diríamos Graças a Deus, se não fosse uma heresia. Até o absurdo tem limites!
E estamos a falar de um bar onde a vossa justificação não se encaixa e onde há muitos anos se reúnem pessoas vindas de todo o lado para cumprir a tradição de comemorar Abril porque ainda têm memória. Certamente não pensarão que o têm de fazer nos recintos onde a CMA decide as comemorações oficiais e onde aliás, também há moradores, certamente muitos mais que em Almada Velha.
Deixamos uma proposta e um contributo para reflexão:
O que é que se passa nesta cidade onde parece que nos querem pôr a todos a dormir à mesma hora dos tais moradores de Almada Velha, promovidos a entidade mítica, para justificar estas decisões?
Almada Velha tem infelizmente tão poucos moradores que, com todo o respeito, os podemos encaixar a todos em duas categorias: os que vão à missa e os que fizeram Abril. Eventualmente, haverá uma ou outra excepção que até se encaixa simultaneamente nas duas. Nós temos esperança nos que fizeram Abril. E esses só se deitam cedo para chorar.
P´lo acercadanoite,
Túlia Marques e Álvaro Silveira

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Finalmente...


Jardim Constantino (Lisboa)

Foi longa a espera, após ter estado vedado vários meses. As melhorias nem sequer são muito evidentes... a não ser o quiosque com uma pequena esplanada, bastante agradável e convidativa.
Já lá fui beber um café (muito bom, diga-se em abono da verdade) e assim conto passar a fazer à hora do almoço (já que trabalho mesmo ali em frente).
Falta, ainda, recuperar a fonte e, já agora, as casas-de-banho públicas (uma interessante construção, diferente do habitual).
Espero que não se fiquem por aqui... Há que terminar o que ficou por fazer e passar a cuidar melhor das plantas ali existentes. Este espaço tão aprazível bem o merece e a população agradece.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mas que esquerda é esta, afinal?

Ou como mais de três décadas no poder autárquico provoca sérios problemas de amnésia e leva ao esquecimento dos princípios democráticos, provocando o constante atropelo dos mais elementares direitos dos trabalhadores.

A APOSTA NA PRECARIEDADE

Quase na véspera do aniversário dos 36 anos do 25 de Abril e a pouco menos de uma semana do Dia do Trabalhador, julgo ser oportuno trazer à conversa as más práticas de gestão de recursos humanos numa suposta autarquia de esquerda: a Câmara Municipal de Almada.

Comecemos, então, por um facto muito concreto. Em 31-12-2008, segundo dados do Balanço Social, a CMA tinha ao seu serviço 63 contratados a termo resolutivo certo. E em 31-12-2009, esse número subiu para 167 (mais do dobro), conforme consta do Relatório de Actividades de 2009. E, no final do primeiro trimestre de 2010, são já 171 os trabalhadores com vínculo precário, como se pode ler na Informação da Presidente à próxima reunião ordinária da Assembleia Municipal.

Sabemos que há actividades que estão sujeitas a grande mobilidade do pessoal, isso não contestamos, além de haver tarefas sazonais que obrigam, necessariamente, à contratação por tempo determinado, contudo, isso não justifica que, no curto prazo de um ano, a taxa de precariedade tenha tido um aumento de 165%, sobretudo quando grande parte deste pessoal até ocupa postos de trabalho permanentes, em claro desrespeito pelas regras legais sobre a matéria.

Mas temos a considerar, ainda, os números da contratação indirecta, cujo alcance se desconhece. Trata-se dos trabalhadores precários das empresas a quem a autarquia adjudica, nomeadamente, a limpeza urbana, e que contribuem para alargar este universo de forma exponencial. Segundo testemunho de vários desses trabalhadores, além da precariedade, os baixos salários e a falta de formação profissional são uma constante. E com tudo isto a CMA é conivente pois prefere fingir que não sabe.

Dirão que, a esse nível, a CMA não pode intervir. Dizemos nós, todavia, que estão enganados. Bastaria que, a quando da definição das cláusulas do concurso se colocasse uma condição que impedisse essas empresas de se candidatar. Mas a CDU chumbou a proposta que o BE apresentou na Assembleia Municipal no mandato anterior, preferindo continuar a fomentar a precariedade.

A OPÇÃO PELA DUALIDADE DE CRITÉRIOS


A coberto daquela que, pomposamente, designam por “política global de gestão de recursos humanos” (cujos princípios nunca foram, no entanto, apresentados de forma clara, objectiva e transparente, quiçá para poder ser adaptada consoante os casos como adiante demonstraremos), a Câmara Municipal de Almada tem vindo, no entanto, a cometer verdadeiros atentados aos direitos dos seus trabalhadores, em contradição com aquela que é, e sempre foi, a bandeira da luta sindical do seu partido (o PCP).

Dizem-se muito preocupados com a justiça e a igualdade de oportunidades no acesso aos lugares de técnico superior e, por isso, se recusam a deferir os requerimentos de mobilidade interna inter-carreiras. Todavia, se os pedidos forem entre as categorias de assistente (de operacional para técnico, por exemplo), essas já não são preocupações que os afectem e despacham-nos favoravelmente.

Nada na lei obriga, de facto, a autarquia a satisfazer este tipo de pretensão dos seus trabalhadores, estamos na esfera do poder discricionário da Administração é certo, mas convenhamos que esta dualidade de critérios é, no mínimo, estranha. Mais ainda tendo nós sabido que nos Serviços Municipalizados aquela regra já não se aplica, embora o Presidente do Conselho de Administração até seja o vereador dos Recursos Humanos da CMA.

Diz aquele responsável que não é razoável “integrar na carreira técnica superior apenas um ou dois trabalhadores licenciados numa determinada área e não a totalidade” de todos os que estão nas mesmas condições, porque a “escolha seria ingrata” e “os demais sentir-se-iam injustiçados”, aconselhando os interessados a “acompanhar os procedimentos concursais em curso”.

Esclareçamos, pois, as coisas devidamente. Não se trata de promover ninguém de forma indevida (como quase se dá a entender) e nem tão pouco está em causa a integração de todos os licenciados da autarquia, já que nem todos possuirão a habilitação adequada aos lugares de que a CMA necessita – se a licenciatura é, suponhamos, em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Alemão, e o município não precisa de tradutores, obviamente que não fará sentido aceitar o pedido de mobilidade.

Mas estamos a falar de postos de trabalho considerados deficitários, em comunicação social (por exemplo), para os quais existem funcionários da autarquia em número suficiente para os preencher sem recorrer ao exterior, pelo que a atitude da CMA configura um claro e evidente desrespeito pelo princípio constitucionalmente consagrado do direito à igualdade de oportunidades, apesar de insistirem em afirmar o contrário. Direito este que se encontra, também, previsto no Código do Contrato de Trabalho em Funções Públicas, em especial na parte do igual tratamento no que se refere à promoção profissional.

Fica, assim, demonstrada a dualidade de critérios utilizada pela autarquia no tocante à matéria do reconhecimento da valorização profissional adquirida pelos seus trabalhadores: a uns permite a mobilidade inter-carreiras e a outros tem vindo a negá-la, de forma sistemática e sem fundamentação consistente gerando, dessa forma e não como consequência do deferimento daqueles pedidos de mobilidade, insatisfação e instabilidade entre o pessoal.

E para quem fala de ingratidão e injustiça, o que pensar da vergonhosa situação de exploração que acaba por ser o facto de, em contrapartida, já não se coibirem de exigir a alguns desses trabalhadores o exercício de funções equivalentes às do seu nível académico (técnico superior), desde há anos consecutivos e de forma continuada, e não se importem nem tenham quaisquer problemas de consciência por lhes continuarem a pagar, apenas, a remuneração mensal (muito inferior) da categoria que detêm.

É caso para perguntar: mas que raio de esquerda é esta, afinal? E depois admiram-se que, em Almada, comece a verificar-se uma tendência preocupante: a existência de cada vez maior número de jovens a preferir militar nos partidos de direita... com exemplos destes, pudera!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O culto da incompetência... (onde é que eu já vi isto?)


"O povo gosta que os seus eleitos se lhes assemelhem, que tenham os sentimentos e as paixões populares.

Porém governar é uma arte e pressupõe uma ciência; mas, a representação do país, está reservada aos incompetentes, representação que tudo quer fazer e faz tudo mal, governando, administrando e espalhando a incompetência e a paixão no governo e na administração. Assiste-se hoje ao espectáculo de um povo governado por homens sem arte nem ciência, escolhidos precisamente por essas qualidades negativas."

"O culto da incompetência é como uma nódoa de azeite: propaga-se por contágio, sendo bastante natural que, sendo endémico, seja também epidémico, e que, encontrando-se no centro e núcleo do Estado, isto é, na constituição deste, se transmita e alastre nos hábitos e costumes do país."


Estas são afirmações de Émile Faguet, autor do livro O culto da incompetência, uma obra cuja leitura vos aconselho vivamente.
E não, não está a falar da situação política de hoje... é que este texto tem, imaginem... cerca de 100 anos. Sim. 100 anos!
Mas bastante actual. Infelizmente, não é?

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Sociedade é assim:


O POBRE TRABALHA
O RICO EXPLORA-O
O SOLDADO DEFENDE OS DOIS
O CONTRINUINTE PAGA PELOS TRÊS
O VAGABUNDO DESCANSA PELOS QUATROS
O BÊBADO BEBE PELOS CINCO
O BANQUEIRO “ESFOLA” OS SEIS
O ADVOGADO ENGANA OS SETE
O MÉDICO MATA OS OITO
O COVEIRO ENTERRA OS NOVE
O POLÍTICO VIVE DOS DEZ.
(Azulejo em Toledo, Espanha)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Nas brumas da democracia da CDU


Vem este título a propósito da odisseia que está a ser a alteração ao Regimento da Assembleia de Freguesia de Cacilhas. Como é usual fazer-se no início de cada mandato autárquico, criou-se um grupo de trabalho que, em situação normal, reuniria no máximo duas vezes sendo possível apresentar uma proposta comum, quase sempre consensual. Mas, em Cacilhas, vamos na quarta reunião e as divergências são de fundo… e não é ainda na reunião de Abril que o regimento para 2009-2013 irá ser apresentado.

E tudo porque a CDU, por motivos que não nos foram apresentados até à data, pretende introduzir regras que além de violarem disposições da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro (mais conhecida pela LAL – lei das autarquias locais), desrespeitam uma deliberação da Assembleia de Freguesia, aprovada por unanimidade já no actual mandato.

Com esta atitude prepotente, a CDU está a conseguir um feito inusitado: colocar do mesmo lado da barricada PS, PSD e BE, que se têm manifestado contra a aprovação das alterações que a CDU quer ver implementadas, porque limitam direitos dos autarcas e promovem a ingerência do órgão executivo naquelas que são atribuições próprias do órgão deliberativo, denotando uma confrangedora falta de sentido democrático.

De notar que este comportamento da CDU nem sequer é o da sua bancada na Assembleia Municipal onde, aliás, defendem aquilo que em Cacilhas rejeitam, como seja a atribuição de tempo aos partidos para intervirem no "período do público" e a possibilidade de o órgão executivo se manifestar no período" Antes da Ordem do Dia".

Não acreditam? Leiam o artigo “Um Regimento Nublado”, consultem os documentos nele referidos e, depois, formulem a vossa opinião.

domingo, 18 de abril de 2010

Domingo de chuva...

S. Pedro não atendeu ao meu pedido.
E a chuva veio com fartura...
De manhã, quando fui fazer o meu passeio matinal, o cenário era de desolação.

Almada em dia de chuva é assim... triste e deserta.
Salvam-se os reflexos no piso molhado...

Será que vamos ter um domingo de chuva?


Depois do dia de sábado ter-se aguentado sem chover, apenas com alguns aguaceiros esporádicos, a noite está a ficar bastante feia, com chuva e vento forte. Pelo menos na hora em que estou aqui a escrever (00:23h).

Espero que, entretanto, o tempo melhore pois começo a estar farta de tanta chuva...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Amanhã é sábado!

Embora tenha um fim-de-semana muito ocupado com as minhas actividades extra-profissionais, e apesar do belo cenário que tenho o privilégio de observar da varanda do meu quarto (como a primeira imagem desta série de três o demonstra) pareça ser suficiente para desanuviar (mas não é!) faça chuva ou faça sol vou passear até à Costa de Caparica ver o mar ao entardecer...Mas, antes, não posso deixar de passar pela minha terra: a Trafaria... onde "o Tejo se faz ao mar"!

Regressarei a casa muito mais bem disposta, com toda a certeza.

BOM FIM-DE-SEMANA!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

BE sanciona Contas de 2009 da CM de Almada

(…)

«Efectivamente, da leitura do presente Relatório, que nos mereceu toda a atenção, fácil seria concluir que em 2009, quase todos os dias tivemos motivo para festejar e não faltou obra feita, para almadense ver!

Mas então, porque estão insatisfeitos os almadenses?

(…)

Facto é que as desigualdades sociais e as assimetrias entre as freguesias continuaram a existir, e não é a existência, só por si, de uma Rede Social com mais de 50 instituições (que o Relatório nos diz que foi reforçada e alargada!), ou de um Plano de Desenvolvimento Social feito há uma década, que resolvem a questão. Não descortinamos, neste Relatório, qual a avaliação e monitorização que foi feita aos objectivos deste Plano. E tal é essencial, para se corrigirem erros e deficiências, que necessariamente existem e têm que ser ultrapassados.

Porque continuamos a assistir à degradação do património urbano construído, espalhados por todas as freguesias do concelho, e não apenas nos designados ‘núcleos históricos’?

(…)

E que dizer do processo de Revisão do PDM? Onde está, onde esteve durante todo o ano de 2009, e nos anteriores, a Direcção de Projecto de Revisão do PDM que a Assembleia Municipal aprovou, por proposta da Câmara, em Abril de 2006? É verdadeiramente extraordinário que o Relatório de Conta de Gerência que hoje estamos a apreciar nem uma menção a esta Direcção faça. Foi extinta? Talvez seja por isso mesmo, que assistimos em Janeiro de 2009 à publicação de um designado Relatório de Avaliação da Execução do actual PDM, que esteve na base de um pseudo-período de consulta pública em Fevereiro, e nem a estes factos este Relatório faz referência! Assim sendo, cabe perguntar: quem assegurará, já que até hoje nenhum Serviço o fez, que a metodologia aprovada, incluindo a ampla participação das populações, será cumprida? E quando?

(…)

Sobre a política de Recursos Humanos adoptada pelo anterior Executivo Municipal, não basta apregoar que foi adoptada a Opção Gestionária que abrangeu 549 trabalhadores, decisão a que não será alheia a intervenção do Bloco no anterior mandato. Mas outra das questões levantadas por nós, mantém-se: sabendo que em 31 de Dezembro de 2008, os contratados a termo certo resolutivo na CMA eram 63 (segundo dados do Balanço Social de 2008 – quadro 1.1), constatamos no presente Relatório (pág. 144) que este número aumentou para 167. Ou seja, durante o ano de 2009, o trabalho precário na CMA teve um crescimento de 165%. Como explica uma autarquia de esquerda este facto?

(…)

Das transferências correntes, quase metade (47%) tiveram como destino as autarquias e entidade equiparadas e as Escolas Públicas (para assegurar o funcionamento dos refeitórios e o prolongamento do horário escolar). Segue-se o Teatro (TMA e Teatro Extremo) com 21,5%, os Bombeiros Voluntários (Almada, Cacilhas e Trafaria) com 10% e o Instituto Piaget com 4%. Ficamos assim com cerca de 18% desta rubrica para apoiar 125 associações e colectividades do nosso concelho.

(…)

Nem chegou a ser um apoio por dia! Mas, se está bem assim, ou não, ficamos sem saber. Porque não há Regulamento de Atribuição de Subsídios no concelho de Almada. Se o dinheiro foi bem empregue ou não, também não sabemos. Porque o Relatório não explica, sequer, qual o fim último a que se destinaram os apoios dados, e se foram mesmo concretizadas as acções a que se destinavam.

Estamos convictos que o poder central tem grandes responsabilidades na crise económica e social que afecta os portugueses, e necessariamente os almadenses. Mas este facto só nos leva a concluir que é necessário criar mecanismos e medidas de carácter social alternativas, de apoio a todos os que, cada vez mais, precisam da solidariedade da sua autarquia, para ultrapassarem as situações difíceis que atravessam.

O anterior Executivo, em fim de mandato, optou por dar prioridade à obra feita, em detrimento de políticas sociais de fundo, que cada vez mais se tornam urgentes.

Tendo votado contra as Opções do Plano para 2009, e cabendo-nos agora avaliar a execução deste Plano, o Bloco de Esquerda não pode, em consciência, votar favoravelmente este Relatório e Conta de Gerência.»

Helena Oliveira

»»»»»»»»»»»»»»»»»»
Veja AQUI a versão completa da intervenção da vereadora do Bloco de Esquerda na reunião de ontem na Câmara Municipal. Resultado da votação: 5 votos a favor (CDU), 4 votos contra (PS e BE) e 2 abstenções (PSD).

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Bola de Cristal



Trata-se de um livro para crianças, é bem verdade. O autor, Armindo Reis, foi meu colega da faculdade e escreve de forma magistral. Digo-o com toda a sinceridade e, podem crer, não é pelo facto de o conhecer há mais de vinte anos.
É que, como já aqui referi, a sua forma de escrever cativa qualquer um, seja criança ou adulto... pela linguagem simples que utiliza, pela mensagem que as suas histórias contêm sempre, pela riqueza das ilustrações (também de sua autoria), pela magia que se pode ler nas entrelinhas.
Em relação a este seu último livro, A Bola de Cristal, acabado de sair do prelo, confesso que fiquei fascinada... lê-se num ápice e, no final, deixa-nos com a sensação de que é possível sonhar e ser feliz, mesmo no mais cinzento dos mundos. E que transmitir valores às crianças e incentivá-las à reflexão não é, afinal, assim tão complicado.
Este é, pois, um livro que aconselho vivamente a filhos, pais e avós... ideal para uma leitura conjunta e para a partilha de ensinamentos sobre a vida.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Roteiro dos Cafés de Braga


Café Vianna e Astória Café
É, necessariamente, um apontamento escasso.
Braga tem inúmeros cafés e pastelarias de qualidade, alguns centenários e até edificados sobre ruínas da milenar Bracara Augusta e com piso vidrado para que se possa observar os vestígios arqueológicos, como é o caso da pastelaria Frigideiras do Cantinho.
Todas elas estão no centro histórico, a maioria em ruas pedonais e de sombras aprazíveis, com óptimas esplanadas.

A Brasileira e Pastelaria Ferreira Capa
A oferta em termos de doçaria é espantosa. Não só pela qualidade como pela variedade. Bolos regionais, então não se fala e, também os salgados... como os folhados de carne típicos da região, as famosas frigideiras, que dão nome a dois destes espaços.

Pastelaria Frigideiras da Sé e Pastelaria Frigideiras do Cantinho

Dos vários cafés que visitámos destaco estes seis espaços que recomendo. E a juntar ao que atrás disse, não posso deixar de salientar a limpeza das instalações, a simpatia dos empregados e o seu profissionalismo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Reportagem do passeio a Braga

Depois de verificar (quando chegámos ao hotel) que me esquecera do carregador do telemóvel e do computador portátil, fiquei bastante chateada. Costumo ir dando notícias dos meus passeios e, assim, não ia poder fazê-lo... Mas há males que vêm por bem e acabei passando uns dias óptimos sem me preocupar em "blogar" ou "facebookar".
Apenas tive pena de não conseguir contactar com a Inês, uma jovem amiga de Braga que conheci através daquela rede social, e com quem combinara encontrar-me durante estes dias, pois queria muito apresentar-lhe a minha família e conhecê-la a ela e à filhota Bárbara.
E lá teremos que voltar a Braga um dia destes... até porque ainda agora de lá saímos e já estamos com saudades...
Como oferta, deixo-vos três foto-reportagens:
Um passeio por Braga (feito entre quarta e sexta-feira) e arredores (do centro da cidade, passando pelo estádio do Sporting Clube de Braga, até aos santuários do Bom Jesus e do Sameiro) com destaque para o Convento de Tibães (onde fomos no dia 10) e o Palácio dos Biscaínhos (que visitámos no domingo de manhã). Espero que gostem...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Vou de férias... mini, mas férias!

Nestes últimos dias (faz hoje, precisamente, uma semana) tenho andado muito ocupada (questões profissionais, sobretudo, mas também o período da Páscoa em família, e uma saúde ainda um pouco debilitada em consequência do episódio da toxidermia que deixou rastos que teimam em não desaparecer) e por isso acabei por não ter tempo (nem paciência, diga-se de passagem) para blogar... ando tão cansada, mas tão cansada mesmo, que resolvi tirar uns dias de férias. Até porque preciso de retemperar forças para a semana que vem, que se adivinha bem complicada lá para as bandas do meu trabalho...
Eu, o Manel e a Sofia partimos hoje, às 14h, para Braga... e só regressamos no domingo à tarde. Quando voltar retomarei as minhas visitas diárias a esta casa. Espero que com inspiração suficiente... Até lá, peço a vossa compreensão...
Desejo-vos uma óptima semana e espero que nos encontremos em breve.
Obrigada a todos/as.
Related Posts with Thumbnails