sábado, 30 de setembro de 2006

Uma questão de justiça?

Ontem, em declarações à imprensa, a propósito do aumento do desconto para a ADSE sobre o vencimento do pessoal da Administração Pública, o Ministro das Finanças disse que se tratava de uma “questão de justiça” porque não era justo estarmos todos a pagar a segurança social dos funcionários públicos. Para corrigir esta suposta injustiça (???) o governo ia passar a cobrar 1% aos reformados (até aqui isentos desse desconto) e aumentar 0,5% à contribuição mensal daqueles que estão no activo.

Obviamente que fiquei chocada com estas declarações. Felizmente posso suportar tal encargo, mas à maioria talvez faça diferença mais este “desbaste” no seu já curto salário mensal, mesmo sendo este um aumento graduar (0,1% por ano durante 5 anos, para quem está no activo ou 0,09% durante 11 anos no caso dos aposentados).

Mas o que mais me revolta e indigna é que tudo isto não passa de uma falácia cujos objectivos desconheço. Justiça? Mas onde é que está ela, afinal? É que não nos podemos esquecer que esta medida não vem isolada... a ela temos de juntar a recente diminuição da comparticipação nos medicamentos e o aumento, nalguns casos mais de 1.000%, dos custos nos exames auxiliares de diagnóstico na tabela da ADSE.

Então, como pode um ministro dizer uma tal barbaridade? Que noção de justiça é esta que só serve para colocar os trabalhadores do sector privado contra os do sector público?

Os funcionários públicos descontam no seu vencimento, mensalmente, 10% para a CGA e 1% para a ADSE, tal como os trabalhadores do sector privado descontam 11% para a Segurança Social. No caso dos reformados, estão ambos isentos nos dois regimes. Até aqui não vejo onde está o desequilíbrio que é preciso nivelar: 10+1 = 11, ou não?

Se os trabalhadores suportam o mesmo valor percentual, sejam eles do sector público ou privado, a que propósito vem esta de estarmos todos (mas todos quem?) a suportar o regime de segurança social dos funcionários públicos? É que se os nossos descontos, os dos trabalhadores, são os mesmos, em termos percentuais, tão legítimo é dizer que os do privado suportam os do público como o inverso é verdadeiro.

Se há que acertar contas e financiar a ADSE ponham as instituições públicas que os empregam a pagar uma percentagem equivalente, já que, actualmente, não contribuem com nada (enquanto entidade empregadora, a Administração Pública contribui apenas para a CGA na mesma proporção do desconto dos funcionários, ou seja, 10%) em vez de penalizar os funcionários do sector público e, em particular os reformados, que passarão, agora, a descontar mais do que os do sector privado. Pergunto, mais uma vez: que raio de sentido de justiça é este?

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Afinal é verdade!


Afinal é verídica a expressão que diz terem as mulheres quatro braços... só podia mesmo ser, face à sobrecarga de trabalho que muitas delas têm (emprego, casa, filhos, etc.) e, mesmo assim, conseguem tempo livre para ir passear. Com que então sexo fraco, hem?

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Adivinha


Ele é tão escasso, tão escasso, que só mesmo de lupa...
é que se consegue ver!

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Uma ideia original


Aqui está uma ideia original: um jornal de parede (neste caso, de porta) na casa-de-banho da Biblioteca Municipal de Portimão... com espaço para as leitoras (trata-se do wc feminino) opinarem e tudo (tipo "cartas ao director"). É naïf e a selecção de notícias deixa muito a desejar, mas vale pelo inusitado e, além disso, protege a porta das "garatujas" mais inconvenientes.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Jogo do Fotodicionário

Este está a ser, de longe, o jogo on-line em que participo que mais gozo me está a dar. Chama-se FOTODICIONÁRIO e é uma iniciativa da Manuela do «Palavra Puxa Palavra» que está a ser um êxito com cada vez mais participantes a aderirem.
Deixo-vos aqui os links para as palavras que eu já fotografei (não ficam as imagens para criar suspense e porque assim podem ver os comentários e tudo):
Parabéns Manuela, por esta excelente iniciativa... além do convívio desenvolve a nossa imaginação. Vamos lá ver como os cibernautas vão ilustrar a próxima palavra: Travessia.

domingo, 24 de setembro de 2006

Passeio de domingo.


E que tal hoje à tarde virem dar um passeio a Cacilhas? Até temos festa na rua, as «Tasquinhas e Burricadas» (vejam AQUI a reportagem que eu efectuei o ano passado para a Associação de Cidadania de Cacilhas - O FAROL), e depois podem passear no Ginjal (apesar de degradado é um sítio magnífico para fazer uma caminhada, sempre à beira do Tejo, com uma óptima vista sobre Lisboa) e descansar no Jardim do Rio (se não chover), ou subir de elevador (se não estiver avariado) até ao miradouro do castelo de Almada onde pode disfrutar de uma excelente panorâmica sobre a nossa capital. Um bom domingo para todos.

sábado, 23 de setembro de 2006

Surpresa!

A inspiração continua fraca, e o tempo disponível escasso.
Por isso, deixo-vos esta ternurenta imagem...
e votos da continuação de um bom fim-de-semana para todos.

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Sexta-feira

As coisas ontem não me correram bem em Portimão, estou com a neura, e, ainda por cima, hoje é sexta-feira o que quer dizer que não me apetece fazer nada... muito menos escrever. Assim, resolvi apresentar-vos umas quantas fotos destes dois dias por terras algarvias.
Um gelado na esplanda da «Nosolo Itália» a olhar os barcos no Rio Arade é que vinha mesmo a calhar, mas fica para a próxima. Ou, então, um chá com uma torrada (ou uma fatia de bolo de maçã, caseiro) na «Casa da Isabel» (na Rua Direita) também já me alegrava.
Ontem, a chuva (que em Portimão também deu "forte e feio" a meio da manhã) acabou por levar o pessoal para os cafés...
Em Portimão, na estação à espera do comboio regional, eram bem visíveis os vestígios da chuvada que terminara havia momentos. E em Tunes, enquanto o intercidade não chegava, um jovem aproveita para descansar.
Já no comboio, eu e o meu parceiro do lado.
Deixo-vos aqui algumas fotografias de Portimão que cada vez está mais bonita (vejam com os vossos olhos se não tenho razão):
Um bom fim-de-semana a todos. Quanto a mim, espero estar mais inspirada amanhã e menos chateada. A ver vamos. Vou fazer por isso (ou seja, vou tentar animar).
Xau.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Não me quero iludir



Docemente, a noite chega
E acalma meu coração…
Dispo-me das vestes do dia
Tiro a máscara que trazia
E adormeço…

Pelas brumas do sonho
Entre silêncios agonizantes
De uma intranquila consciência
Procuro os nadas indizíveis
Oiço murmúrios inaudíveis
Sinto-me perdida…

Cito de cor o que não me dizes
Fico ébria de desilusão
Entre lágrimas esquecida
Afogo-me num rio de mágoa
E acordo sobressaltada…

Não me quero iludir
Muito menos ficar conformada
Mas de ti já não espero nada!
E rejeito com convicção
Sentimentos de fachada
Amor de conveniência
Ou qualquer outra ingratidão.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Hipocrisia

Muito haveria para dizer acerca do triste e lamentável episódio das declarações do Papa Bento XVI que, ao introduzir no seu último discurso público uma citação de um imperador bizantino do século XIV sobre a utilização da violência pelos muçulmanos como meio para difundir a sua fé (como se a religião católica estivesse isenta de comportamentos desta natureza e não tivessem nunca existido as cruzadas, a inquisição, etc. etc.) provocou uma onda de indignação no mundo islamita e injustificáveis actos extremistas à mistura. Mas eu pergunto apenas:

Se Bento XVI pretendia, de facto, tão-somente, mostrar que a violência não é compatível com Deus, porque razão foi citar um texto que nem sequer era consentâneo com a sua opinião pessoal (segundo veio ontem esclarecer)?

E assim sendo, se as suas palavras pretendiam ser, efectivamente, “um convite ao diálogo franco e sincero” entre ambos os credos (mais um motivo para não se perceber o porquê da utilização do texto de imperador Manuel II) o que o impede de pedir desculpa aos muçulmanos?

A reacção a estas palavras era por demais evidente, e se Bento XVI não pensou no alcance que poderiam ter isso significa que faz discursos irreflectidos, cujas consequências tem a ousadia de dizer que o “entristecem muito” (como se isso bastasse e fosse suficiente para reparar a asneira que fez), e, na minha opinião, só evidencia uma total falta de sensibilidade para ocupar o cargo de Papa, além de demonstrar que a hipocrisia é a sua principal bandeira.

Fotografia: daqui.

domingo, 17 de setembro de 2006

O Historiador

Foi considerado o livro sensação de 2005, embora eu só o tivesse descoberto nas férias deste Verão, mais precisamente na Feira do Livro de Armação de Pêra.

Como gosto de livros extensos (adoro andar vários dias com o mesmo livro na mão, uma companhia que me seduz e cujo enredo vou descobrindo aos poucos como quem vai conhecendo o carácter de um amigo na convivência diária), este chamou-me logo a atenção por ter cerca de 600 páginas. A sua capa branca, simples, e o título despertaram a minha curiosidade e peguei-lhe para ler o resumo. Os livros contemporâneos que investigam, no presente, mistérios do passado com base em pesquisas históricas atraem-me sobremaneira e, por isso, decidi comprá-lo, de imediato.

Sendo certo que O Historiador, de Elizabeth Kostova, é, de facto, «uma aventura de proporções monumentais, um fascinante thriller literário e uma notável história de amor», confesso que, todavia, apesar de considerar este romance fantástico, fiquei desiludida pelo cariz demasiado esotérico da linha condutora e, em particular, do final.

Mas não posso deixar de dizer que me deixei fascinar, sobretudo, pelas descrições das viagens que os protagonistas empreenderam enquanto tentam desvendar o labirinto de segredos que rodeia a vida de «Vlad o Empalador, o governante medieval cujo bárbaro reinado esteve na base da lenda do Drácula.»

Durante esta empenhada busca da verdade, a qual somos levados a pensar ser baseada numa investigação documental autêntica, embora conscientes de que assenta numa interpretação ficcionada, vamos descobrindo uma série de pormenores sobre a história de vários países (Bulgária, Turquia, Roménia e Hungria, por exemplo) que, para mim, são a principal razão para vos aconselhar a leitura deste livro... desde a descrição geográfica dos lugares até aos usos e costumas da terra, vamos percorrendo uma série de caminhos por sítios que nos deixam fascinados e com vontade de empreender uma viagem até lá.

Os mais curiosos podem ler o 1.º capítulo do livro
AQUI.

sábado, 16 de setembro de 2006

Mistura explosiva

Política e futebol é o que é... uma mistura explosiva que acaba por desprestigiar ambos. Agora temos uma nova versão: política e religião.

Sinceramente, enoja-me ver o que fazem estes políticos só para angariar votos. Mas, mais ainda, agonia-me observar como estes eleitores se deixam levar por tão pouco... eu sei que se trata de mera manipulação, de pessoas sem escrúpulos que se aproveitam das fragilidades dos outros, que o aceitar sem contestar pode ser, apenas, sinónimo de indiferença... não deixo, contudo, de me chocar com estas manifestações da esperteza de uns e da burrice da maioria.

Todavia, o que me provoca uma total indignação é a forma abusiva como o dinheiro público (e não se trata de meia dúzia de cêntimos, com toda a certeza) anda a ser gasto impunemente por alguém que se julga acima da lei e, sobretudo, como é possível ninguém contestar estas acções (porque será que tenho a estranha sensação de que existe uma certa conivência passiva do poder judicial?).

Falo do caso da peregrinação a Fátima organizada pela presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, no passado dia 9 de Setembro, e à qual aderiram cerca de 3500 idosos, com o aplauso da população local, uma despesa avaliada em milhares de euros (publicidade e transporte incluídos).

Para o efeito foram impressos, em papel de óptima qualidade, a cores, milhares de folhetos com a imagem de N.ª S.ª e dos pastorinhos em fundo esbatido, ao lado de uma fotografia de Fátima Felgueiras, com a identificação do cargo autárquico e do endereço web da respectiva Câmara:

«Meus queridos amigos,
Vamos de novo juntos a Fátima com o coração cheio de alegria.
Já lá vão uns anos que, em boa hora, decidimos organizar um passeio anual para podermos conviver e renovar a esperança e confiança que tanto precisamos sentir nestes tempos que atravessamos.
Sabemos que podemos contar uns com os outros.
Sentimo-nos e estamos juntos com enorme carinho e amizade.
Essa é a maior riqueza que qualquer sociedade pode ter.
E porque acreditamos e assim nos conduzimos na vida vamos com o coração tranquilo partilhar a nossa devoção à Mãe de quem esperamos e queremos merecer sempre a protecção e benção.
Para todos o meu abraço amigo e o desejo de um passeio inesquecível e feliz...
“Não durmamos como os outros, mas permaneçamos vigilantes e sóbrios” – 1.ª Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses
A Presidente da Câmara Municipal
(Dr.ª Fátima Felgueiras)
Felgueiras, Terra com Futuro
www.cm-felgueiras.pt»

Propaganda desta, associada a um órgão autárquico, com a mais do que provável utilização do orçamento municipal, irá passar impune? As instâncias tutelares a quem compete fiscalizar a actuação das autarquias locais, como a Inspecção Geral da Administração do Território por exemplo, vão continuar a fingir que nada se passa? E a Associação Nacional de Municípios Portugueses, cujo presidente é tão ligeiro a defender os seus associados nas situações mais caricatas, apoia este tipo de comportamento?

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Silêncio

Escuto...
as palavras que não me dizes.
Oiço-as com atenção!
E, pacientemente, espero...
que cheguem dias felizes
de partilha e emoção.
Desejo...
que não me venhas oferecer
o que, espontaneamente, te negas a dar:
uma palavra de amor
afagos e outros carinhos prometer.
Por isso, prefiro...
o teu silêncio, a imaginar
que dizes o que não sentes
apenas para me conquistar!

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Assembleias Distritais...

SABIA QUE?

As Assembleias Distritais são as únicas estruturas de âmbito supramunicipal que representam todas as autarquias do Distrito (câmaras municipais, assembleias municipais e juntas de freguesia)?

Embora integrem a organização administrativa do Estado (conforme assim o estabelece o artigo 291.º da Constituição e o Decreto-lei n.º 5/91, de 8 de Janeiro), as Assembleias Distritais têm vindo a ser tratadas, pelos sucessivos Governos, como se nem sequer existissem?

Apesar da sua existência legal, as Assembleias Distritais são, quase sempre, esquecidas pelo legislador a quando da feitura dos diversos diplomas que se aplicam à Administração Local criando situações de vazio legal contrárias à Constituição?

As Assembleias Distritais são as únicas entidades da Administração Pública (central, regional e local) que, mesmo perante graves problemas de liquidez de tesouraria, estão impedidas de contrair empréstimos?

Os trabalhadores de algumas Assembleias Distritais já estiveram mais de três meses consecutivos sem receber vencimento? E que, ainda hoje, são vários os que não recebem, atempadamente, o seu salário no final de cada mês?

As Assembleias Distritais de Beja, Faro e Setúbal, possuem importantes museus regionais, cujo espólio é fundamental para a preservação da «memória cultural» dos respectivos distritos? E que aquelas instituições, em particular as de Beja e Setúbal, desenvolvem vários projectos de ligação à comunidade escolar da região?

As Assembleias Distritais de Bragança e de Viseu, são as responsáveis pela edição das prestigiadas revistas Brigancia e Beira Alta, respectivamente?

As Assembleias Distritais de Castelo Branco e de Santarém, através das suas colónias balneares (na Areia Branca e na Nazaré, respectivamente), prestam apoio social meritório, sobretudo às crianças e jovens mais desfavorecidos dos seus distritos?

A Assembleia Distrital de Lisboa, além de possuir uma Biblioteca pública (fotografia que ilustra este artigo) e um Núcleo de Investigação Arqueológica, promove a realização de exposições temporárias e edita, regularmente, um Boletim Cultural, uma Revista de Arqueologia e a colectânea Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, obras de reconhecido mérito científico a nível nacional e internacional?

Devido à permanente escassez de recursos financeiros, técnicos e humanos, o funcionamento dos Serviços afectos às Assembleias Distritais só é possível pelo esforço e empenho dos seus funcionários e colaboradores? Que, na maior parte dos casos, desempenham funções que excedem, em muito, o conteúdo funcional das respectivas categorias?

Não sabia, pois não?

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Um dia no campo: 40 anos atrás...

Maria nasceu à beira-rio e José entre verdes campos. Vivem separados geograficamente por dezenas de km e só se vêem nas férias escolares. A uni-los estão laços de parentesco de 2.º grau, mas quem os observa, sempre juntos, julga-os irmãos.

Quando Maria chega à quinta dos avós, José pressente-o esteja onde estiver… e num ápice corre ao seu encontro, por montes e vales, seja dia ou de noite, faça sol ou faça chuva.

São ambos de poucas falas, todavia entendem-se como ninguém… sabem decifrar os pensamentos um do outro e não necessitam de palavras para comunicar, tal a empatia que se lê nos seus olhares e se sente nos gestos que o silêncio afaga.

Estão meses longe um do outro, sem trocar correspondência sequer, no entanto não sabem viver separados assim que ela chega a casa dos avós, para quem esta relação parece roubar o precioso tempo que têm para estar com a neta. Entre um ralhete, com muitos carinhos à mistura, reclamam a sua atenção, mas até acham graça às brincadeiras e tropelias das duas crianças.

Maria é mais velha quase três anos e gosta de ser ela a liderar as aventuras do dia. José é muito tímido e, por vezes, a “prima de Lisboa” intimida-o com a sua ousadia, por isso concorda sempre com ela, sem coragem para a contrariar.

Ela apresenta-se de vestido de chita rodado e sandálias a condizer. Ele gosta de andar descalço, sentir o contacto da terra arada na sola dos pés.

Depois de Maria chegar, passadas umas horas, estão os dois a subir às árvores de fruto, sentados à sombra no pinhal, ou a correr entre as videiras (ai se os avós soubessem!!!), a lavar os pés no tanque de rega, a beber água na fonte, etc… finalmente, já cansados e a suar, descansam na eira prostrados, encostados à fresca empena da casa, combinando o que vão fazer no dia seguinte.

Maria, de manhã, vai com a avó à aldeia, que fica a 3 km de distância, comprar mercearias e conduto para o almoço (geralmente um naco de borrego e uns enchidos para temperar o caldo da sopa).

José tem que ir com a mãe apanhar lenha para acender o forno do pão pois é dia de cozedura semanal e vai haver broa quentinha.

Da parte da tarde, passada a hora do calor (durante a qual a sesta é obrigatória), Maria quer ajudar o avô na rega da horta porque adora tirar água do poço com o cabaço e ficar a vê-la correr por entre os sulcos abertos na terra.

José tem que ir arrancar erva para os coelhos.

Mas, terminadas estas tarefas, ainda sobra tempo para pegarem na velha cesta de verga e irem apanhar fruta para o lanche... carreiro abaixo, aí vão eles conversando e rindo!

José, mais veloz, adianta-se e esconde-se debaixo da rudimentar ponte de madeira que o avô de Maria construiu a unir as duas margens do ribeiro que atravessa a propriedade. A rapariga, zangada, chama por ele mas continua em frente. De repente, quando coloca o pé sobre a 1.ª tábua do passadiço, eis que sente uma mão a apertar-lhe o tornozelo direito…

Assustada, com a pressa de fugir, Maria acaba por cair e grita descontrolada. José, ao ver a atrapalhação da prima ri a bandeiras despregadas e, mais ainda, quando esta se levanta e desata a dar-lhe pontapés e bofetadas das quais ele se defende com mestria.

A batalha dura, ainda, mais alguns momentos mas as tréguas chegam por cansaço dos beligerantes que, no final, olham um para o outro e, de mãos dadas, libertam sonoras gargalhadas que ecoam por entre as copas das laranjeiras.

Entretanto, de longe, chega um grito amortecido: Maaaa….riiiiii….aaaaaa. Annnnn… tóóóó… niiiiii… ooooo. Era a avó que a chamava, e ao avô, porque estava na hora do jantar.

José, contrariado, despede-se com um curto “até amanhã”, irritado com a interrupção do divertimento. Cabisbaixo, segue para casa, na direcção oposta àquela que Maria e o avô percorrem, cada um carregando a sua bilha de barro com água fresquinha da nascente.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Atravessar o Tejo


Ontem, quando fui para Portimão, apanhei o comboio na Gare do Oriente, em Lisboa (ainda trabalhei na parte da manhã), e atravessei a Ponte 25 de Abril sobre carris...
Hoje cheguei tarde e muito cansada pelo que não tenho inspiração para escrever nada. Como tal, resolvi mostrar-vos duas fotos que, mesmo em andamento e através dos vidros, consegui captar: se esquecerem a qualidade das ditas, podem verificar quão bela é esta paisagem o que, mais uma vez, vem provar a minha teoria de que é impossível considerar um drama a travessia diária do Tejo, seja de carro, autocarro, barco ou comboio.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Convite para jantar



Estou de abalada para Portimão mas, lamentavelmente, regresso já amanhã. Sendo esta uma terra que muito aprecio, aproveito a oportunidade e convido-os a todos para jantar numa das muitas esplanadas à beira do Rio Arade. Eu vou optar por uma deliciosa sardinhada.
Aviso desde já: quem chegar atrasado arrisca-se a ficar apenas com as partes visíveis na fotografia que se segue. Por isso, e em termos virtuais não há desculpas, cheguem a horas.

Quem não gostar das ditas (as sardinhas, pois então) pode optar por uma grande variedade de peixes, todos muito fresquinhos. E podem ter a certeza que a refeição será uma maravilha até porque temos a «Vénus do Mar» a abençoar os comensais ali mesmo ao lado.
Mesmo que estejam a muitos Km de distância, não se acanhem, a blogosfera faz milagres... E bom apetite.

domingo, 10 de setembro de 2006

Renascer

Quando me abraças
e sinto o sabor dos teus beijos ardentes
só desejo ser toda tua...
Entregar-me de corpo e alma
esquecer quem sou
amar-te com ardor
acariciar a tua pele
sentir o teu calor.
São momentos inesquecíveis
que recordarei sempre com saudade:
pela partilha do prazer
de teu corpo conhecer
sem complexos ou pudor.
No presente procuro não me iludir,
com o futuro não quero sonhar
contudo não consigo...
e cada vez te quero mais!
Nunca me senti assim,
sinto que renasci
que sou uma nova mulher
que te deseja com loucura...
Talvez seja esse o motivo
porque deliro
só de pensar

que também me podes desejar.

sábado, 9 de setembro de 2006

Dois pesos e duas medidas

Hoje, na coluna «Sobe e Desce» da rubrica «Semana Política» do jornal Público, os jornalistas que a subscrevem terminavam o item a propósito da substituição do Presidente da Câmara de Setúbal com a seguinte pergunta: «se Carlos de Sousa [que, segundo parece é da “ala renovadora” do PCP] fosse militante “venerado e obrigado” e nunca tivesse levantado dúvidas sobre orientações políticas, estaria ainda à frente da Câmara?».

Sendo certo que o afastamento de Carlos Sousa foi efectuado nos termos da lei, já a atitude do PCP levanta algumas questões pertinentes sobre a legitimidade política do acto (apesar desta não ser uma eleição unipessoal, todos sabem que muitos dos eleitores votaram no PCP porque o cabeça de lista era ele e não outro qualquer), nomeadamente após se conhecerem os argumentos invocados por Jerónimo de Sousa sobre a hipotética necessidade de o partido renuvescer a equipa... como se aquele edil (ainda há apenas um ano atrás considerado um autarca modelo), tivesse ficado senil de repente e, portanto, demasiado idoso para ocupar o cargo.

Embora no PCP ninguém o queira admitir, é por demais evidente que a razão do afastamento de Carlos de Sousa foi a retirada de confiança política na sequência da denúncia pública do caso das reformas compulsivas e das fortes suspeitas de atropelo à lei efectuadas com a conivência (talvez mesmo incentivo) da presidência da autarquia, apesar de todos os envolvidos serem presumíveis inocentes porque, além de nunca se terem declarado culpados, não foram, ainda, julgados nem condenados em tribunal.

Logo, afastar Carlos Sousa da Câmara de Setúbal nesta altura, parece-me tudo menos uma coincidência. Para mim, trata-se de uma clara fuga à assunção de responsabilidades políticas (caso viesse a haver uma condenação judicial), mas é, sobretudo, o não querer ser atingido pelos reflexos eleitorais negativos que a situação arrastaria, sempre superiores aos danos colaterais que o “voluntário despedimento à força” acaba por trazer. Além disso, há a secreta esperança de a nova presidente fazer um bom trabalho (tem três anos para isso), ganhar a confiança da população e levar a que os eleitores esqueçam que Carlos Sousa fazia parte do PCP (e que tinha o apoio do partido nessa altura) se ele vier a ser acusado.

Mas, agirá o PCP sempre desta forma expedita sempre que os seus autarcas cometem actos ilícitos? Pensam que sim? Pois enganam-se! Coerência é coisa que falha no comportamento deste partido se pensarmos na forma como o caso da Junta de Freguesia de Cacilhas está a ser encarado. Vejamos então:

Carlos Leal, Presidente do executivo, afirmou na última reunião da Assembleia de Freguesia que usara os dados do recenseamento eleitoral (confidenciais) para enviar postais de aniversário e cartas de boas-vindas aos fregueses, um acto ilegal e que pode levar, in extremis, à perda de mandato.

Ora, como não podia deixar de ser, o órgão deliberativo fez aprovar uma Moção no sentido de que fosse cumprida a legalidade, a qual foi votada favoravelmente pelo BE (partido proponente), pelo PS e pelo PSD (parceiro de coligação do PCP) mas obteve os votos contra do PCP. Sim, leram bem... por mais inacreditável que pareça, o PCP votou contra a verificação da legalidade, sim! São tudo documentos públicos e, portanto, os originais podem ser consultados, por qualquer cidadão, na respectiva sede da Junta de Freguesia. (para os mais curiosos fica AQUI a versão on-line).

Mais tarde, contudo, Carlos Leal terá reconsiderado (porque percebe a asneira que fez, o que duvido, ou terá sido forçado a tal pelas "circunstâncias", ou seja, o partido) e informa de que iria suspender aquela acção, conforme CARTA enviada pelo Presidente da Assembleia de Freguesia à representante do BE. Todavia, acaba por afirmar o contrário a um JORNAL local... ?!?! entrevista durante a qual mostra um total menosprezo pelo funcionamento do órgão deliberativo da freguesia e afirma, peremptoriamente, que vai continuar tudo na mesma, ou seja, insiste na prática do acto ilícito.
Terá sido "convidado" a afastar-se da Junta de Freguesia de Cacilhas? Temos um novo presidente? Não! Ao contrário de Carlos Sousa (que sempre negou as acusações de que é alvo), Carlos Leal (que admitiu, publicamente, na Assembleia de Freguesia e à imprensa local que cometera os actos, embora faça uma interpretação sui generis da lei e se julgue acima dela) mantém-se de pedra e cal no lugar, com a confiança política e a solidariedade do seu partido. E continua a desempenhar o seu papel como dirigente na Câmara Municipal de Almada (também do PCP) , como se nada se tivesse passado...

Agora comparem as duas situações: Carlos Sousa, em Setúbal, e Carlos Leal, em Cacilhas, e digam lá se não é caso para concluir que o PCP tem “dois pesos e duas medidas”?

E deixo-vos uma pergunta que é o inverso daquela apresentada pelos jornalistas do Público: será que Carlos Leal se manteria à frente da Junta de Freguesia de Cacilhas se, tal como o seu camarada de Setúbal, fosse um militante que questionasse as opções e orientações políticas do PCP?

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Uma imagem elucidativa, não?

Pensei legendar esta foto, captada ontem em Almada (Rua 25 de Abril, freguesia de Cacilhas), com a seguinte inscrição: «O estado actual da oposição».
Porque há imagens que valem mais de mil palavras e esta tem lá tudo (o lixo, a confusão, a falta de civismo e a bandeira dobrada no chão), julgo que são dispensados comentários adicionais... Para bom entendedor, meia palavra basta!

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Carta a uma jovem amiga

Hoje estou sem inspiração para escrever. Por isso, resolvi ir, mais uma vez, ao "baú da memória" e de lá retirei esta carta/desabafo escrita há uns tempos atrás e que aqui publico alguns excertos:

«(...) Sei que nenhum laço familiar nos liga, é bem verdade. Mas considero-te “um pedacinho minha”, expressão que utilizo para demonstrar o muito carinho que sinto por ti... A filha que não tive, é bem verdade, mas, principalmente, a jovem que admiro sobremaneira, pela inteligência, pela coragem de assumir a diferença, pelo à vontade em discutir temas habitualmente arredados do léxico juvenil e, principalmente, por me identificar com o carácter dessa jovem tímida, de riso espontâneo, com uma sensibilidade muito acima da média.

Nunca tentei ocupar o lugar da tua mãe, como bem o sabes. Tive, sempre, o cuidado de separar os papéis que cabem a cada uma e, ontem, como hoje, tentei ser, simplesmente, amiga... Porque esse estatuto não usurpa nenhum outro: cada amigo tem o seu cantinho especial, que é só dele, e eu pensei que me tivesses reservado um, tal como eu tenho um que será sempre teu, aconteça o que acontecer daqui para a frente.

Reconheço, agora, que talvez tenha errado ao pensar que os meus actos, ao longo destes anos em que nos conhecemos, tinham sido suficientes para que tivesses percebido que o meu único desejo, mesmo que nunca o tenha exprimido por palavras, era o de poder partilhar contigo uma amizade construída passo a passo, sem imposições de qualquer espécie, solidificada em interesses comuns, ao ritmo e necessidades de cada uma de nós, assente em emoções vividas em conjunto, numa cumplicidade que pensei inabalável.
(...)
Não quero pensar na hipótese, algo provável tenho de o admitir, de alguma vez teres interpretado mal as minhas intenções. Não quero pensar, sequer, que o teu crescente silêncio dos últimos meses, mais do que mera dificuldade em expressar sentimentos íntimos (que julgava perceber tão bem... também eu, na tua idade, era assim calada e introvertida), possa ter sido fruto de uma qualquer dúvida quanto aos meus sentimentos por ti, como se, inexplicavelmente, passasse a ser alguém que se tolera apenas por obrigação.
(...)
Recuso-me a aceitar que esse teu comportamento fechado (que aceitei como sendo uma característica da tua personalidade, típica das crises da adolescência pelas quais todos os jovens na tua idade passam, e que, a seu tempo, seria ultrapassada como aconteceu comigo) possa ser a expressão de um desinteresse que foi quebrando os fortes laços de respeito e confiança mútua que acreditei termos construído e, hoje, reste apenas indiferença, ou a necessidade egoísta de aproveitares certos momentos para atingires meros objectivos pessoais, cuja satisfação final vale o sacrifício de gramares uma companhia que não aprecias, fingires atitudes que não sentes, ou mascarares sentimentos, apenas para obteres o que queres.
(...)
Com esta carta, não pretendo pressionar-te a assumir nenhuma atitude ou a admitir seja o que for, sei que somos amigos apenas de quem queremos e não de quem se nos impõe (por isso, respeitarei o teu silêncio se essa for a tua opção)… Mas quero que saibas que continuo a mesma que conheceste há seis anos atrás, que gosta muito de ti, se preocupa contigo e quer, acima de tudo, o teu bem-estar e que te sintas feliz. Todavia, só ajudarei no que puder, ou, melhor dizendo, naquilo que me deixares ajudar, e, podes crer, nunca me intrometerei onde não queiras, como sempre fiz até aqui.
(...)
Sabes que podes contar comigo para o que der e vier. A esse nível, nada mudou. Estou disponível para te ouvir quando quiseres, à hora que for preciso. Pretendo continuar a agir como antes e, por isso, partilharei contigo tudo o que resulte de um acto voluntário e inequívoco da tua parte. (...)»

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Música na Internet

Ontem descobri, por mero acaso, um site que disponibiliza, gratuitamente, vídeos musicais, entre outras categorias (uns de excelente qualidade, outros nem tanto), mas onde existe uma base de dados com centenas de autores, que só peca por não ter quase nada em português (pelo menos daquilo que eu aprecio, embora eu ainda esteja na fase de investigação).
Vai daí, resolvi introduzir uma separata no Infinito’s, na coluna da direita, com algumas das minhas músicas preferidas, aquelas que já fui conseguindo pesquisar (apesar do tempo ser curto para estas andanças cibernéticas) e entre as quais destaco aquela que mais gosto e que a seguir vos apresento: DESERT ROSE, Sting & Cheb Mami (para ouvir basta clicar na imagem).

As possibilidades da Internet são, de facto, fenomenais! E esta partilha de gostos musicais que quero fazer convosco é, apenas, mais uma forma de comunicação entre mim e quem visita este cantinho…

Façam pois o favor de ouvir (se tiverem disponibilidade para o efeito) e depois comentem.

Nua





quando me olhas,
sinto-me nua,
despojada das vestes
que me não tapam...
e assim desprotegida fico
até que a tua boca fechada
me devolva...
o calor de um sorriso!

terça-feira, 5 de setembro de 2006

O prazer da pesca




Este ano pescadores à linha foi coisa que proliferou na praia de Armação de Pêra, onde passei parte das minhas férias (ai, ai, que já acabaram). Desde crianças a mais idosos, esta pareceu ser uma ocupação a que muitos se dedicaram com prazer... Gostei de observar, sobretudo, a miúda (que teria, talvez, uns seis anos no máximo) a pescar, alternando com o pai, o quarto e último pescador desta série, enquanto os irmãos se divertiam ali mesmo ao lado com as brincadeiras típicas da idade...

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Acabou-se a "Festa"


1) Grupo Folclórico Agrícola de Pevidem (Guimarães - Braga) actuando no Palco Arraial. Porque a Festa teve de tudo um pouco: rock, jazz, alternativa, hip-hop, popular, etc. etc. mas nunca música pimba.
2) Descansando à sombra, que o calor aperta, olhando com indiferença quem se dirige para o comício. Milhares (por militância, obrigação ou zelo partidário), terão ido ouvir as palavras dos camaradas, mas a maioria ficou-se por outros palcos, porque a Festa é isto mesmo...
3) Enquanto alguns vão ouvir discursos inflamados, outros aproveitam para fazer uma sesta ou conversar, ao lado da tenda da feira do livro. São, na sua grande maioria, jovens que acham a política "uma seca" e para quem a Festa é o "último festival de Verão" e não um acontecimento político.
4) Roda de amigos, falando sobre os livros adquiridos na feira. Porque, sobretudo para os jovens, a Festa é, também, ponto de encontro e uma oportunidade para conviver, mais do que qualquer outra coisa.
5) Hora do lanche. Com as sombras todas preenchidas, qualquer lugar acaba por ser bom para alimentar a barriga porque o espírito, esse, está no auge...
6) Namorar e descansar também faz falta. A "Festa" é, pois, um lugar mágico.
7) Depois do comício, a debandada geral em direcção às barracas de gastronomia regional. Ou será que a política abriu o apetite ao pessoal?
8) Depois da política, a pausa merecida. Apesar do chão cheio de papéis, copos e garrafas, afastado o lixo para o lado, é vê-los sentados no chão a recuperar forças para a agitação do próximo concerto.
9) Preparando um charro. No meio da agitação de pernas que volteiam, saltam e pulam ao som da música frenética dos franceses Babylon Circus, um jovem senta-se, calmamente, e parece noutra dimensão.
10) Concerto dos Babylon Circus, que souberam criar uma empatia com o público digna de nota. E porque hoje era dia de trabalho, este foi, para mim, o último espectáculo, e apesar de ter muita pena de não ir ver o Sérgio Godinho...

domingo, 3 de setembro de 2006

E a festa continua...

1.2.
3.4.

1. Desportos radicais na festa. Um divertimento para quem ousa...
2. Concerto dos Telectu (jazz experimental).
3. Espectáculo de rua: gaiteiras ao despique.
4. A política no seu melhor: "O Governo cedeu!" ao arroz de polvo. Por isso, "Vale a pena lutar!" e esperar longos minutos na fila para o provar.
5. Quanto não vale uma boa soneca?
6. E se o calor aperta... o melhor é ir a banhos.
7. Concerto dos Led On (tributo a Led Zeppelin) .
8. E, para terminar, os Xutos e Pontapés...

5.6.

7.8.

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