quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Força e Diferença serão suficientes?


Há muita gente nova (de idade mas não só) na equipa do Bloco de Esquerda às próximas eleições autárquicas no concelho de Almada.
Todavia, os cabeça de lista à Câmara e à Assembleia Municipal mantêm-se os mesmos de 2013. Será que conseguirão recuperar da hecatombe anterior e trazer de volta os votos então perdidos elegendo Joana Mortágua como vereadora?
Dizem ser uma "Uma candidatura pelas razões certas", um slogan que considero bem conseguido sobretudo pela ênfase dada ao facto de afirmarem não se candidatarem "contra ninguém mas por um projeto democrático e solidário para Almada" (o qual, por enquanto ainda não sei qual é, em concreto pois que eu saiba o programa concelhio ainda não foi divulgado).
Como promessa esta é uma boa aposta! Resta esperar que não venham depois a cometer os mesmos erros que no mandato de 2009-2013 em que, depois de terem elegido uma vereadora, esta passou a apostar mais no programa da CDU do que no do próprio partido (os eleitores podem parecer indiferentes mas não são assim tão parvos quantos alguns pensam) situação que, nas eleições seguintes se veio a refletir nas urnas de forma muito negativa.
Para terminar esta breve abordagem, apenas um pequeno reparo:
Estas são eleições locais, não nacionais. Mas o BE continua a não distinguir muito bem ambos os níveis pois não consegue afastar as referências ao governo do país e àquela que é a sua luta contra a direita e a não conformação com as respetivas maiorias absolutas e consequente gestão estagnada que daí resulta. Ou, então fá-lo de forma intencional para "cavalgar" a "onda de simpatia" de que goza a nível nacional (o que, por outro lado, é mau: será como que admitir que os seus candidatos locais, de per si, não têm capacidade para chegar ao eleitorado e fazer subir a votação para conseguirem voltar a ter um lugar no executivo municipal).
Ainda assim, desejo a todos votos de sucesso. Até porque a candidata à freguesia onde resido tem todo o meu apoio, como já aqui o expressei.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Estuário do Tejo


Trata-se de um conjunto de fotografias tiradas da ponte 25 de abril na deslocação de casa para o emprego, cerca das 7:00H: as primeiras são da segunda-feira passada e as últimas de dia 25 do corrente mês.
Com ou sem nuvens, é uma paisagem incrível, que tenho a sorte de poder observar diariamente.


terça-feira, 29 de agosto de 2017

Comportamento dos eleitores no Concelho de Almada (parte 1)


As próximas eleições são autárquicas, eu sei. Mas hoje resolvi trazer-vos aqui um resumo das votações nos cinco principais partidos no concelho de Almada a partir de 1999.
Em breve apresentarei os resultados das votações para a Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia (com o somatório dos votos adaptados à atual divisão administrativa - em 2013 Almada passou de onze para cinco freguesias).
A recolha da informação destina-se à elaboração de um breve estudo sobre o comportamento dos eleitores no concelho de Almada o qual pretendo divulgar ainda antes da próxima campanha eleitoral.
Estes gráficos já deixam, contudo, transparecer uma interessante conclusão: embora em termos autárquicos Almada seja um "bastião comunista" (em democracia, este concelho nunca conheceu outro partido além do PCP na presidência da autarquia), certo é que quando toca ao governo do país a situação inverte-se completamente.

Fonte dos dados: http://www.eleicoes.mai.gov.pt/







Autores: Ermelinda Toscano e Manuel Barão.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

O primeiro romance


Li "Coração Mais Que Perfeito" num fôlego. Atraiu-me por ser uma obra de Sérgio Godinho, alguém que muito admiro de outras lides (a música) e, confesso, fui na expetativa de ver o que dali iria sair.
De surpresa em surpresa, tropecei em cada página com uma espécie de balada da vida que me seduziu do princípio ao fim.
Apesar da escrita simples, há na forma de contar a história (ou as histórias que se cruzam) uma sedução que transforma o leitor num cúmplice e o deixa enredado como se o que lê fosse também parte da sua própria vivência.
Um livro cuja leitura aconselho.

sábado, 26 de agosto de 2017

Assembleia Municipal de Almada - duas melhorias significativas!


Como é do conhecimento público, fui eleita pelo Bloco de Esquerda no IX mandato – 2005/2009 (para a Assembleia de Freguesia de Cacilhas) e no X mandato – 2009/2013 (para a Assembleia de Freguesia de Cacilhas e para a Assembleia Municipal de Almada, cargos a que renunciei um ano mais tarde, por razões já aqui sobejamente referidas).
Da minha participação como autarca fui sempre dando notícias atempadas nos blogues por mim criados para o efeito e cuja documentação em arquivo ainda pode ser consultada (embora algumas, poucas, ligações já não funcionem por estarem alojadas num outro blogue criado em 2005 mas que, entretanto, o respetivo servidor desativou):
De então para cá passaram sete longos anos. Neste interregno (sobretudo nos últimos quatro anos) vi-me forçada, por motivos pessoais e profissionais, a manter um certo afastamento das lides autárquicas em Almada. Retomo, agora, as matérias que me apaixonam em termos políticos.
E começo por abordar as alterações que, neste período, descobri terem sido efetuadas ao nível do funcionamento do órgão deliberativo do concelho (a Assembleia Municipal) e que trouxeram uma significativa melhoria no relacionamento daquele órgão colegial com a população.
Refiro-me a duas novidades (às gravações em vídeo das sessões e ao boletim informativo online, sendo de destacar que neste, finalmente, a oposição pode também participar) que, julgo, muito terão a ver com a postura do atual presidente da autarquia (Joaquim Judas) que, ao contrário da anterior autarca (Maria Emília Neto de Sousa), é muito mais aberto às questões da transparência e embora Câmara e Assembleia sejam órgãos juridicamente independentes, certo é que a dependência orçamental do segundo em relação ao primeiro tem um peso determinante na atividade do colégio deliberativo.
Gravações em vídeo:
DE 2015: 28-11-2015.
Apenas um senão: o arquivo disponível encontra-se sedeado no canal generalista da Câmara Municipal no Youtube o que coloca alguma dificuldade na pesquisa. Ainda assim, mesmo com este pequeno entrave, não deixa de ser uma iniciativa de louvar.
Boletim informativo:
NÚMEROS DISPONÍVEIS: Abril de 2016; junho de 2016; setembro de 2016; novembro de 2016; janeiro de 2017 e abril de 2017.
Sendo este um importante meio de divulgação, estranho que, contudo, a adesão dos partidos da oposição não seja mais significativa: não escrevem em todos os números e pouco dizem sobre a respetiva participação naquele órgão autárquico.
Desconheço se existe algum “regulamento editorial” que determine as regras de participação e imponha limitações (numa transposição adaptada das grelhas de intervenção no plenário presencial para o número de carateres de escrita consoante a dimensão representativa eleitoral) mas surpreendeu-me aquela que me parece ser a pouca importância dada a este boletim.
Talvez o problema resida naquela que me parece ser a sua fraca divulgação pois, pelo que percebi, apenas se encontra disponível para download na página da Assembleia Municipal o que, de facto, acaba por limitar o número de acessos.
Não considero que seja importante haver uma edição em papel (uma despesa desnecessária em tempo que é, ainda, de contensão orçamental e há muitas outras prioridades a satisfazer). No entanto seria de pensar a possibilidade de haver uma distribuição através de correio eletrónico a todos os que manifestassem interesse nesse sentido.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

É possível gostar de um livro mas não da personagem principal?


O primeiro livro de José Rodrigues dos Santos que li foi o Codex 632 de que já aqui vos falei neste mesmo espaço há onze anos (pois é, o INFINITOS tem mesmo mais de uma década).
Estou, neste momento, a acabar a leitura do seu último livro: Vaticanum cujo processo criativo o autor explica AQUI.
Pelo que acima fica escrito, pensarão que sou uma acérrima fã de José Rodrigues dos Santos, quiçá do personagem principal Tomás Noronha.
Acontece, porém, que sendo verdade que gostei de ler as citadas obras (umas mais do que outras), não posso deixar de referir que o protagonista me irrita solenemente: considero-o algo pedante, narcisista quanto baste mas, sobretudo, com algumas atitudes sexistas embora apareçam mascaradas de uma aparente tolerância e respeito pelas mulheres.
Explicando melhor: é raro, se não inexistente, o enredo em que Tomás Noronha não tenha como parceira de aventuras uma bela mulher sempre descrita como um modelo exemplar de beleza e por quem se sente, invariavelmente, atraído havendo mesmo, nalguns casos, descrições um pouco ousadas de momentos de atração / sedução entre ambos.
É verdade que todas essas mulheres, a par do aspeto físico notável, são descritas como mentes brilhantes e algumas desempenham cargos de relevo no mundo empresarial ou académico. Ainda assim, não consigo deixar de pensar que se trata de um estereótipo que acaba por coisificar a mulher e fazer dela pouco mais do que um objeto sexual neste caso, “com miolos”.
Apesar disso, confesso, o que me atrai nos livros de José Rodrigues dos Santos é a profusão de elementos históricos, apresentados com grande pormenor e muito bem enquadrados na ficção que suporta o enredo e que me levam a investigar, em paralelo, os temas por ele tratados.
Como é o caso do livro que estou a ler: o Vaticanum. Nele são feitas referências verdadeiras a factos históricos sobre o escândalo do Banco Ambrosiano, a morte do Papa João Paulo I ou o apoio do Papa João Paulo II ao sindicato polaco “Solidariedade”. Além da desmistificação acerca do Banco do Vaticano e das acusações de falta de transparência e corrupção que terão levado o atual Papa Francisco a iniciar uma reforma profunda visando a credibilidade da instituição. Matérias que despertam o meu interesse pelos contornos de mistério (e não só) que encerram.

Em conclusão: vale a pena ler José Rodrigues dos Santos, mesmo não gostando nada de Tomás Noronha.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Simplesmente África!

Imagens de "fazer parar a respiração". Fotografias de uma beleza indescritível... Instantes captados com perícia. Do meu amigo Modesto Viegas:



«Este vídeo é um resumo da minha viagem pela Natureza e vida selvagem de África, começando na África do Sul e passando pelo deserto e parques naturais da Namíbia, Botswana e Zimbabwe.
Música tradicional do Zimbabwe.
Espero que gostem.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

"Escolho o centro de Portugal"



«Um filme do Turismo Centro de Portugal, dedicado a vítimas da tragédia de Pedrogão Grande, conquistou um prémio nos Estados Unidos.
"Escolho o centro de Portugal" foi distinguido no 50.º Festival Internacional de Filme e Vídeo, que se realizou em Los Angeles.
"O facto de ganharmos este galardão nos Estados Unidos assume particular importância, uma vez que o mercado norte-americano tem um grande potencial de crescimento na nossa região”, afirma o presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, em comunicado.

O prémio representa “um importante sinal de reconhecimento que reforçam o posicionamento, nacional e internacional, da marca Centro de Portugal”, sublinha.
"Escolho o centro de Portugal" foi dedicado às vítimas do grande incêndio que deflagrou a 17 de Junho em Pedrógão Grande, que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.»

Fonte: RR

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Autárquicas: porque as pessoas fazem a diferença

No mandato de 2009-2013 fui eleita pelo Bloco de Esquerda para a Assembleia Municipal de Almada e para a Assembleia de Freguesia de Cacilhas, cargos a que renunciei em 2010 após sérias, profundas e inultrapassáveis divergências com os dirigentes do BE local, acabando mesmo por sair do partido no ano seguinte.
Ex-camaradas vaticinaram a minha passagem imediata para o PS (houve até quem apostasse que faria parte das suas listas no mandato seguinte), outros foram mais longe e previam viesse a integrar a equipa do PSD ou do CDS, dadas as minhas (achavam eles) ambições políticas.
Afinal, sete anos volvidos e nenhuma dessas previsões se concretizou.
Porquê? Porque, ontem como hoje, tratei apenas de ser coerente e fiel aos princípios que me haviam feito aderir ao BE logo em 1999 e que continuo a defender, como fiz questão deixar escrito numa “declaração de princípios” que já aqui partilhei convosco.
Politicamente mantenho-me na essência bloquista. Mas não sou hipócrita e, como tal, não posso afirmar que a forma de atuação do BE em Almada me seduza, muito pelo contrário (sobretudo no que se refere às questões de âmbito autárquico e ao papel que, como oposição, deveria prosseguir nos órgãos colegiais onde tem eleitos).
Alguns daqueles com quem entrei em conflito entretanto desapareceram da cena política mas como a maioria se mantém por lá muitos dos problemas que levaram ao meu afastamento subsistem. Por isso, custa-me a crer que em outubro próximo o BE venha a conseguir recuperar os votos perdidos em 2013.
Todavia, porque a política se faz de pessoas, não posso deixar de expressar o meu apoio público à Ana Massas, uma camarada (mas, sobretudo, uma amiga) que mesmo naquela época conturbada da minha saída do BE nunca quebrou os laços de amizade que existiam entre nós e nunca se deixou influenciar pelas "novelas" que os meus "opositores" resolveram inventar a meu respeito tentando com isso denegrir a minha imagem para "branquear" a sua própria atitude.

Mulher de armas, de luta, aguerrida, que nunca baixa os braços mesmo quando as dificuldades da vida (ou a "sacanagem" de alguns) lhe pretendem tolher os movimentos. Confio nela e na sua capacidade de trabalho. Acredito que será, como já foi no passado, uma autarca de fibra. Por isso, nas próximas autárquicas, tem todo o meu apoio (além do meu voto, claro).

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Alegria de nome, mas uma triste realidade

Quinta da Alegria, Cacilhas, concelho de Almada. Imagens captadas no dia 19-08-2017.


Dada a proximidade das eleições autárquicas, trago hoje para reflexão um tema que muito me preocupa: a preservação do património cultural.
As fotografias ilustram o estado de degradação de um imóvel que, não sendo classificado, não deixa de fazer parte da história e identidade de Cacilhas (a Quinta da Alegria) e, por isso, é lamentável assistir ao seu desmoronar.
Em 2017 a Câmara Municipal de Almada manteve o agravamento da taxa do IMI para os prédios devolutos e/ou em ruínas e costuma afixar uma placa no local esclarecendo a população sobre essa medida. Todavia, no caso em apreço, não há qualquer informação (ou talvez tenha havido e a placa tivesse sido derrubada). Mas será essa medida suficiente para chamar à responsabilidade os proprietários? Que outras medidas podem (devem?) ser adotadas pela autarquia no sentido de preservar a memória deste lugar que deu nome ao bairro onde se insere?

domingo, 20 de agosto de 2017

Ficarão os livros com parte da alma dos leitores?


Voltei.Sete meses depois da última passagem, aqui estou de novo.
E para celebrar o regresso, nada melhor que falar da minha paixão: os livros. Tenho muitos interesses (música, viagens, fotografia, política autárquica, etc.) mas nenhum passatempo me absorve tanto como a leitura.
Nestes últimos meses (tal como noutras épocas difíceis da minha vida) foram os livros os companheiros fiéis, sempre disponíveis para me ajudar a encarar o quotidiano de forma positiva.
Neste espaço de tempo (entre janeiro e agosto), li mais de duas dezenas (ficam de fora os livros técnicos, sobretudo na área do direito administrativo, de que tanto gosto, e que houve que consultar por motivos profissionais).
Trago-vos hoje, de novo, um dos que mais gostei: O homem que escrevia azulejos, de Álvaro Laborinho Lúcio (e sobre o qual já aqui tinha falado).
Sublinhei quase todas as páginas (um hábito que tenho sempre que encontro frases que considero terem um conteúdo que vai muito além da palavra escrita e que nos contam uma outra história nas suas entrelinhas)... Aliás, são estes os livros que mais aprecio pois adoro viajar por estes caminhos invisíveis mas que nos dão uma enorme sensação de liberdade... liberdade de pensar, de refletir, de encontrar a nossa própria história por entre o enredo que o autor nos apresenta.
Por isso a pergunta que uma avó faz ao neto: "Sabes que os livros ficam com parte da alma dos leitores?" exprime tão bem o meu sentir. Porque, de facto, se é verdade que os livros me dão tanto, em cada um fica também um pedaço de mim. Daí não me conseguir separar de nenhum livro e a biblioteca cá de casa seja já imensa.
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