quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Ginjal: notas soltas

Recentemente tivemos conhecimento de que uma empresa privada comprou parte dos terrenos / edifícios do Cais do Ginjal. Pergunto: Quem são esses proprietários? O que é que compraram, exactamente? Já informaram a Autarquia de que forma pretendem rentabilizar o investimento? Existe alguma perspectiva quanto a prazos de implementação do projecto?

E quanto aos restantes edifícios, que não foram adquiridos por esta empresa, vão continuar a degradar-se, e a ameaçar ruírem a qualquer instante, constituindo um perigo acrescido para a saúde pública e a segurança das pessoas que por ali circulam, sejam moradores ou simples turistas?

Que propostas tem a CMA para o local, nomeadamente para a requalificação dos espaços públicos, enquanto a recuperação urbanística da zona não estiver concluída? Em particular, para quando se pensa efectuar a limpeza do local, sobretudo no que se refere às lixeiras em que se tornaram alguns daqueles armazéns abandonados?

Nalguns destes prédios vivem ainda famílias (umas porque ocuparam instalações devolutas mas outras, presumivelmente, por direito próprio): a Autarquia já pensou como vai ser o respectivo realojamento?

Nos termos do Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho (regime jurídico da urbanização e edificação) e do Decreto-Lei n.º 104/2004, de 7 de Maio (regime jurídico da reabilitação urbana das zonas históricas e das áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística - considerado um "verdadeiro imperativo nacional"):
"a responsabilidade pelo procedimento de reabilitação urbana cabe, primacialmente, a cada município" tendo sido "concedida aos municípios a possibilidade de constituírem sociedades de reabilitação urbana às quais são atribuídos poderes de autoridade e de polícia administrativa como os de expropriação e de licenciamento" assim como poderes efectivos de intervenção (nomeadamente, demolição total ou parcial de construções que ameacem ruína ou ofereçam perigo para a saúde e segurança das pessoas, realização de obras coercivas e despejos administrativos) através das Sociedades de Reabilitação Urbana.
Pergunto: em Almada, tal como está a acontecer noutros municípios (que até já laboraram regulamentos específicos sobre o assunto) a autarquia já pensou socorrer-se destes mecanismos legais para proceder à reconversão do Cais do Ginjal e da zona histórica de Cacilhas?

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Agradecimento

Sombra de mim mesma
Em mágoas afundada
Fui aquilo que não quis
Entre o sonho e a realidade
Apenas para te ver feliz…
O teu sorriso, um meigo olhar
Ai, tantas vezes procurei
Um beijo, um simples abraço
Como os desejei…
Uma palavra bastava
Mas nunca a recebi
Por isso desisti…
Todavia não me perdi
E vida nova recomecei!
Das lágrimas que me fizeste chorar
Pérolas de alegria nasceram
Que o passado apagaram
Por isso a ti agradeço
Outro alguém ter encontrado
E a felicidade alcançado.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

O guardião


Dele dizem que é o melhor amigo do homem.

Mas os pretensos amigos deste, só mesmo com letra pequena podem ser escritos… porque este é um cão abandonado que, há meses, deambula pela minha rua, ao frio e à chuva, petiscando o que lhe vão dando algumas vizinhas à porta das quais dorme, como se fosse um guardião.

Atentem bem na pose digna com que se apresenta, apesar da sua triste sorte.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

IV Seminário do Oeste 3

Finalmente, um pequeno resumo dos conteúdos.
O primeiro dia teve três painéis («Turismo, Património e Ruralidade», «O Impacto das Novas Infra-Estruturas e Equipamentos na Ruralidade do Oeste, na Perspectiva do Património» e «Rotas, Circuitos e Redes do Oeste: Potencialidades e Constrangimentos»), todos eles muito interessantes e com oradores que souberam motivar a plateia, nomeadamente o professor Augusto Mateus (ex Ministro da Economia no Governo de António Guterres) que apresentou uma mini conferência sobre as questões de enquadramento macro económico da região no país e na Europa, salientando a competitividade estratégica do Oeste num contexto regional mais alargado.

Todavia, porque não posso escrever sobre tudo, permito-me destacar o primeiro conjunto de intervenções devido ao facto de ter sido abordado um tema que me trazia na expectativa: o das cartas culturais autárquicas, que fiquei a saber tratar-se de um instrumento proposto pelo Instituto Politécnico de Tomar, com vista à melhor gestão da informações sobre o património material e imaterial existente no território concelhio, e que assenta no desenvolvimento de um software específico, o TURIAUTA, que existe desde 2003 mas está, ainda, em fase experimental.

Pelo que me foi dado perceber, a carta cultural autárquica pretende vir a funcionar como uma plataforma de conhecimento sobre os recursos endógenos de cada concelho ao nível do património cultural, potenciando o seu uso do ponto de vista turístico, mas contribuindo também para uma nova pedagogia e educação cívica das populações no que concerne à salvaguarda e valorização da sua região.

Importantes foram também as várias experiências sobre a organização de roteiros dirigidos a públicos específicos que transmitem informações sobre a história e etnografias locais, um valor acrescido à observação paisagística e por isso designados como "circuitos do conhecimento".
No segundo dia, tivemos mais três painéis: «Arqueologia do Oeste: um Património a Preservar», «Património e Cidadania» e «Marcas Identitárias: o Património Cultural do Oeste».
Destaco o 2.º painel, embora tivesse gostado de todos, porque património e cidadania são dois marcos que considero fundamentais na construção da nossa identidade enquanto indivíduos e membros de uma comunidade. Gostei das intervenções mas o debate ficou aquém do esperado, sobretudo por ter constatado que políticos e técnicos continuam, ainda, de costas voltadas e, salvo raras excepções, persistem na utilização de linguagens diferentes porque, apesar de afirmarem o contrário, não se querem entender…

IV Seminário do Oeste 2



Apesar da chuva, que chegou a transformar num rio a rua à saída do Auditório onde decorria o evento, e que transformou o lugar num gigantesco recipiente de recolha de chapéus molhados, como se pode ver pela sala cheia durante a pausa para café, ninguém desistiu de estar presente.
Igualmente de salientar era a pequena exposição fotográfica sobre a região oeste, onde cada município tinha o seu painel, e várias reproduções em madeira de edifícios emblemáticos de Arruda dos Vinhos, feitos com uma perfeição que todos admiraram.
Já no segundo dia, esta foi a Mesa do Painel intitulado «Arqueologia no Oeste: um Património em Desenvolvimento» que teve a participação dos arqueólogos João Ludgero e Guilherme Cardoso anterior e actual arqueólogo da Assembleia Distrital de Lisboa (a entidade onde trabalho) -segundo e terceiro do lado direito.

IV Seminário do Oeste 1

O Presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, Carlos Lourenço, fez a abertura oficial do IV Seminário do Património da Região do Oeste que decorreu no Auditório Municipal, inaugurado na véspera (5.ª feira dia 23). Apesar da intempérie (com chuvas e ventos fortes durante todo o dia), a afluência de público foi muito boa e a sala esteve quase cheia de autarcas, técnicos e pessoal interessados nestas matérias da cultura e da sua região.
Num espaço recuperado, mantendo a traça original (a parede que se vê é interior), estava montada uma pequena "mostra de artesanto" onde a figura principal era a miniatura deste moinho de vento que permitia observar várias figuras no seu interior simulando os gestos de moagem do trigo.
Mas havia, além de bonecos de palha e panos bordados, saquinhos de cheiro com alfazema, entre outros artigos, e várias esculturas em madeira... tudo de artesãos locais, também presentes.

domingo, 26 de novembro de 2006

Arruda dos Vinhos 1

Apesar da chuva intensa, durante dois dos três dias em que estive por Arruda dos Vinhos, e do vento forte, ainda consegui fazer uns curtos passeios pela vila, de manhã e à hora do almoço. Dessas deambulações aqui vos deixo o testemunho, em dois blocos de oito fotografias cada. Mas fiquem cientes de que muito mais haveria para mostrar não fossem as condições atmosféricas que não me permitiam longas caminhadas (mesmo assim acabei por apanhar umas sérias molhas... e desculpem se as fotos não ficaram muito nítidas! É que segurar no chapéu, para me proteger da chuva e do vento, e fotografar ao mesmo tempo, acabou por ser um exercício de circo, nalgumas situações). Espero, contudo, que fiquem com vontade de vir visitar esta linda terra, que fica a cerca de 30 minutos de carro de Lisboa...





Arruda dos Vinhos 2

Mais algumas imagens de Arruda dos Vinhos:



quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Região Oeste

Hoje, quinta-feira, vou de abalada para Arruda dos Vinhos.

É que amanhã e sábado vou representar a minha entidade, a Assembleia Distrital de Lisboa, no IV Seminário do Património da Região Oeste.

Este Seminário será estruturado a partir do tema “Património e Ruralidade”, dado que é um tema transversal a todos os municípios da região. Neste contexto, serão desenvolvidos cinco painéis temáticos, designadamente:

· Turismo, Património e Ruralidade;
· O Impacto das Novas Infra-estruturas e Equipamentos na Ruralidade do Oeste, na Perspectiva do Património;
· Rotas, Circuitos e Redes do Oeste: Potencialidades e Constrangimentos;
· Património e Cidadania;
· Marcas Identitárias: O Património Cultural do Oeste.

No domingo, à volta, falarei deste evento e apresentarei uma mini reportagem fotográfica (como é meu hábito) sobre a terra. Estou particularmente interessada no tema «património e cidadania», embora considere todos eles de bastante interesse... portanto, decerto terei matéria para vos apresentar.

Até breve.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Silente melodia


Cruzei-me um dia contigo,
Por mero acaso do destino…
De desconhecido a amigo
Foi um instante marcante!
Opostos na maneira de ser
A diferença não foi importante
Unidos na ânsia de viver
Tão próximos na essência do sentir!
Entre a minha vontade de aprender,
De novos mundos descobrir,
E o teu desejo de me ensinar
Arriscámos, sem mentir,
Nem promessas para quebrar,
Uma nova história construir…

Fui crescendo, fiz-me outra
Mais segura, a ti o devo
Foste mestre, eu fui aluna
(te agradeço, podes crer)
Aprendi o que sou hoje
(outra coisa não quero ser)
Mas do futuro tenho receio
Porque não posso mais esconder
Que aguardo impaciente
Que teus lábios pronunciem
Aquela silente melodia
Que aquece o coração
E sempre julguei utopia:
Amo-te com paixão!

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Projecto Inocência

Li ontem no jornal que o americano Larry Fuller fora libertado após ter cumprido 25 anos de cadeia, precisamente metade da pena a que fora condenado…

E foi libertado porquê? Não, não foi em liberdade condicional. Tratou-se, "somente", da reparação de um "erro judicial". Afinal, Larry fora injustamente acusado de um crime que não cometera. Imagine-se que tinha sido condenado à morte, como ainda é possível em vários Estados norte-americanos…

Mas este não é caso único. O «Projecto Inocência» (PI), desde a sua criação em 1992, já conseguiu, só nos EUA, a revisão de 185 processos, com a consequente libertação dos presos.

Esta instituição, criada por dois advogados americanos, é uma entidade sem fins lucrativos (não cobra honorários pelo trabalho de investigação e defesa dos seus clientes), têm como lema: «trazer a Justiça àqueles a quem a mesma foi negada» e só aceitam casos em que o ADN pode ser usado como prova irrefutável.

É por situações como estas, e porque penso que «cá se fazem, cá se devem pagar» (ou seja, passar para o outro lado da vida é, afinal, uma espécie de absolvição) que SOU, liminarmente, CONTRA A PENA DE MORTE.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Desejo

De nada sinto-me feita
(Tão leve e perfeita)
Como se nuvem fosse…
Lá no alto viajando
Desfeita por uma brisa
Na areia adormecida
(ou simples memória esquecida)
Entre sonhos perdida
De espuma formada
Ao sol evaporada
No céu vagueando
(liberta de dor e sofrimento)
Até ao infinito chegar
Em estrela me transformar
Para teu rosto iluminar
Um sorriso feliz encontrar
Teu coração aquecer
E não mais voltar a me perder.

domingo, 19 de novembro de 2006

Oferta

Cacilhas acordou hoje coberta de neblina. É meio-dia e o Tejo ainda não deixa ver as suas margens. Está frio e a humidade do ar entranha-se nos ossos... está, pois, um dia cinzento e triste.
Como tal, resolvi oferecer-vos esta bela flor para ver se a coisa anima. Levem-na nos olhos e na alma... ajuda a colorir o dia e a trazer alguma alegria.
Até amanhã.

sábado, 18 de novembro de 2006

Prenda de Natal

Moramos ambos em Almada (ele no centro da cidade e eu noutra freguesia, em Cacilhas, mas talvez nem um km nos separe), frequentamos o mesmo café, no centro Comercial M. Bica, mas raramente nos encontramos, passando-se meses e anos sem nos cruzarmos.

Mas hoje tive a sorte de o encontrar. Estou a falar-vos de Armindo Reis, um colega da faculdade que escreve livros para crianças e me convidou para estar presente no lançamento de duas das suas últimas obras, entre as quais uma de poesia, de onde retirei este pequeno poema que vos apresento e que considero um hino à amizade:

Na Roda do Amor

Crianças de muita cor
Entrelaçadas de mãos dadas
Formam a roda do amor

Cada raça vai girando
Na roda que tem magia
No centro um sol com calor
Transmite ao círculo energia

A roda vai deslizando...
E de mão em mão vai passando
O amor que não tem cor!

Sobre ele escreveu Matilde Rosa Araújo: «Armindo Reis é poeta da vida. Vê-lo na sua escola com os alunos, num trabalho tão cheio de infância como de maturidade, é assistir a um espectáculo de verdadeira pedagogia», o que o identifica na perfeição.

Quando andávamos na faculdade, ele era professor primário, e lembro-me como nos deliciávamos a ouvir as histórias acerca dos “seus miúdos”, de quem falava com um carinho tão especial como se fossem filhos. E é desse jeito inato para lidar com as crianças, saber viver no mundo mágico da infância como se fosse uma delas e encontrar a forma certa de comunicar e partilhar interesses, que nasce este seu dom para escrever desde contos a poesia destinados às crianças.

Aqui fica pois a sinopse de Sorrisos (de onde retirei o poema Na Roda do Amor), um livro óptimo para oferecerem às vossas crianças neste Natal, num aniversário ou por outro motivo qualquer:

"No seu crescimento, toda a criança precisa de crescer rodeada de ternura, amor, poesia, até porque ela própria já é poesia! SORRISOS é uma lufada de alegria com poemas para as crianças ou para as pessoas que nunca se esqueceram da sua infância e que sabem preservar a criança que já foram, dentro de si."

E, para terminar, mais um poema: LIBERDADE (da mesma obra). E convém não esquecer: todas as imagens são de sua autoria, tal como aquela que ilustra este artigo (é que Armindo é, também, além de professor e escritor, pintor).

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Para ouvir com atenção

Tive hoje a grata surpresa de conhecer o Luís Gaspar. Bem, conhecer não será, talvez, a palavra certa porque apenas tive o prazer de o ouvir…
Por indicação de um amigo, o Rui Diniz, dei comigo no audioblog Estúdio Raposa e fiquei encantada, sobretudo com o programa Lugar aos Outros (podem fazer AQUI * o download da edição n.º 27 por ter uma referência ao I Encontro de Poetas Almadenses após a audição dos poemas de Delfim Peixoto, Fernando Azevedo, Emanuel Madalena e Rui Diniz ), um "espaço onde se divulga a escrita de quem ainda não chegou às estrelas", conforme o seu autor faz questão de frisar.
Por isso, não posso deixar de aqui o apresentar e tomar a liberdade de vos convidar a irem até lá.
* Basta que coloquem o cursor sobre a palavra e accionem o comando "guardar destino como" e, depois, ouvir calmamente...

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Cultura versus Planeamento

Hoje deixo-vos, aqui, um excerto de um texto que escrevi já lá vão 13 anos mas que continua bastante actual:

Na prossecução do interesse das populações devem, então, os técnicos e os autarcas, estar sensibilizados para o facto de o património cultural, à semelhança do paisagístico e urbano, carecer de protecção efectiva. Para atingir esse objectivo é urgente superar, na teoria e na prática, o ostracismo a que se tem votado a cultura, formular uma "política cultural (...) que contemple como intervenções fulcrais aquelas que maior influxo possam ter na formação duma nova consciência e responsabilização locais" e, apostar no "diálogo constante com os outros departamentos ou planos, por forma a que os programas ou decisões cumpram os requisitos e metas apontados" (7).

A evidente ligação entre factores biológicos e factores sócio-culturais vem, ainda, reforçar a utilidade do estudo "das componentes ecológica e ecológica da evolução humana"(8), e demonstrar que, para compreender a "integralidade da mudança" e consequentes reflexos no tecido social, é necessário equacionar os problemas quotidianos na dupla perspectiva material (economia e tecnologia) e imaterial (ideologia e organização política).

Assim, para que seja possível:
- proceder à aproximação entre métodos de investigação e programas de intervenção;
- evitar a retracção dos políticos ("porque os trabalhos de investigação se afastam dos sectores que mais directamente lhes interessam") e o desânimo dos investigadores ("porque as decisões daqueles ignoram as suas conclusões"),
é conveniente procurar uma identificação de interesses que satisfaça as necessidades (em termos sociais) de uma gestão racional, em apoio de um planeamento que se deseja operativo, táctico e estratégico, pelo que preconiza-se "um esforço de articulação entre investigação e ensino" para uma "convergência interprofissional" que permita estabelecer um adequado "mecanismo de adaptação ao processo de mudança social"(9).»

Ermelinda Toscano, in Planeamento versus Cultura (intervenção nas I Jornadas de História e Cultura da Lourinhã, 1993)
(7) FERREIRA, José Maria Cabral, "Do Planeamento da Cultura à Cultura no Planeamento", Sociedade e Território, n.° 4, Porto, 1986.
(8) AREIA, M. L. Rodrigues de, "Antropologia Geral. Tópicos para um Programa", Antropologia Portuguesa, n.° 2, Coimbra, 1984.
(9) SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos, "Políticas Culturais e Juventude", Análise Social, vol. XXVI, Lisboa, 1991.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Definição de salário...

Eu sei que o assunto é sério, mas se não levarmos isto com uma certa ironia a vida é uma tristeza. E como sempre ouvi dizer que tristezas não pagam dívidas nem ajudam a resolver os problemas, vamos lá sorrir um pouco:

Acabei de receber um e-mail com umas quantas definições de salário interessantes, às quais se podem juntar muitas mais (serão capazes disso? Aceitam-se mais sugestões…). Aqui ficam parte delas e a pergunta: … qual deles é o seu?

Salário cebola
Você o vê, você pega nele… e se põe a chorar.
Salário Canalha
Não ajuda, só traz sofrimento, mas você não pode viver sem ele.
Salário Dietético
Faz você comer cada vez menos.
Salário Ateu
Há dúvidas sobre a sua existência.
Salário Mágico
Se você se mexer… ele desaparece.
Salário Tempestade
Você não sabe quando virá nem quanto tempo dura.
Salário Humor Negro
Faz voc~e rir para não chorar.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Foto-poesia

Este é um video experimental. Uma "brincadeira" que resolvi testar com o software da minha máquina digital. As fotografias são imagens captadas do miradouro excepcional que é o concelho de Almada (em particular a freguesia de Cacilhas)... por isso, desculpem a desconexão entre as palavras ditas e aquilo que os olhos veêm. Mesmo assim, vale a pena ouvirem o José Nogueira Pardal declamar um poema de Alexandre Castanheira enquanto observam o rio Tejo, musa inspiradora de tantos poetas almadenses. Fico, pois, à espera da vossa opinião.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Sociedade e Território

O território é mais do que um receptáculo neutro onde se ensaiam cenários de desenvolvimento económico. As questões da qualidade de vida e da sustentabilidade urbanas não dependem, unicamente, da gestão racional do espaço físico: é fundamental que se respeite, também, as práticas sociais e culturais que ocorrem nos vários contextos territoriais.

O planeamento estratégico não pode ser alheio à dimensão imaterial do território (incluindo a criação de sentidos e significados inovadores) sob pena de levar ao insucesso muitos projectos de fomento económico.

É necessário alargar e aprofundar a participação cívica da população nos processos de planeamento urbano e territorial, incentivando as organizações associativas (culturais, económicas e sociais) a participar activamente na administração do território. Para tal é indispensável desburocratizar etapas, tornar os conteúdos mais acessíveis e criar dispositivos que mobilizem os cidadãos para as questões do ordenamento.

Planeamento Estratégico: contributos para reflexão, de Ermelinda Toscano.

domingo, 12 de novembro de 2006

Passeio no Tejo

Para quem mora perto e não sabe o que fazer depois do almoço, sugiro: um passeio de barco no Tejo. É um percurso de apenas 40 minutos (ida e volta) pela módica quantia de 0,82 € cada viagem (quem tem o passe social L1 ou superior nem sequer paga nada). Podem crer que vale a pena... e traga as crianças que elas vão adorar!


Este é um percurso alternativo ao trajecto dos «ferry boats» da Transtrejo, entre Cacilhas e Belém, que se iniciou no passado dia 4 do corrente mês, por tempo ainda indeterminado, enquanto durem as obras da Agência Europeia de Segurança Marítima que vai ficar junto aos cais destes barcos ali no Cais do Sodré. Aquilo que parecia ser um inconveniente, acabou por ser, afinal, um excelente passeio turístico... Não perca, verá que não se arrepende.


sábado, 11 de novembro de 2006

Educação e Cultura

Hoje estou sem inspiração para escrever algo original e tenho preguiça de ir procurar nos meus vastos catálogos fotográficos algumas imagens para postar.

Assim sendo, fui rebuscar umas linhas que tinha garatujado a quando de um debate em que participei sobre «Educação e Cultura» e deixo-vos aqui algumas notas / palavras chave, de temas que foram, então, abordados:

AVALIAÇÃO: Das reformas, nomeadamente de gestão (do sistema de ensino, das escolas, da colocação dos professores) e do trabalho dos docentes.

INTEGRAÇÃO e MUDANÇA: Integrar Escolas/ Famílias/ Autarquias/ Associações Locais para sustentar a mudança.

DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA: O mito da escola inclusiva e o papel das equipas pedagógicas.

POLÍTICAS PÚBLICAS LOCAIS: Educação e Cultura. Agentes formais e informais. O eleitoralismo das inaugurações de fachada sobre Cultura.

CONSTRUÇÃO DE REDES: De comunicação de dados e entre parceiros, públicos e privados.

MEMÓRIA: O passado e a construção da nossa identidade colectiva. A importância dos arquivos históricos.

ARTES: A valorização da aprendizagem através da expressão artística e não apenas do saber cognitivo.

PRODUÇÃO CULTURAL: O preço dos bens culturais, os espaços informais e o melhor aproveitamento dos equipamentos, as elites culturais. Relação economia e cultura.

INDIFERENÇA e MOTIVAÇÃO: A apatia do público. A atribuição de apoios financeiros. A subsídio-dependência e as formas alternativas de sustentação económica da cultura.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

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