quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Seja por omissão ou acção, a ditadura instalou-se definitivamente!

Uns decidem, democraticamente, que não têm de debater o assunto com a população. Dizem-se revoltados e em nome de um pretenso conhecimento da "vontade popular" consideram que o poder local está ameaçado: assim agem os autarcas no distrito de Setúbal, como ficou demonstrado no artigo de ontem. É a "ditadura por omissão"!
Outros, fazendo uso do poder que gostam de afirmar lhes foi legitimamente entregue pelos eleitores, agem de forma prepotente como se a democracia fosse lixo. É a "ditadura por acção"!

É caso para dizer: "Venha o diabo e escolha!"

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O que temem os autarcas no distrito de Setúbal?



A pergunta em título prende-se com o facto de, por estas bandas, em terra de tradição política de esquerda, onde a democracia se sustenta na importância da participação cidadã, os autarcas estarem demasiado renitentes em proceder à auscultação da população pois, que se saiba, nenhum órgão autárquico promoveu (ao contrário do que está a acontecer noutros pontos do país) debates ou reuniões públicas, abertas à intervenção do público.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Em Almada a CDU é que faz a lei. Os Tribunais de nada servem!


Por Acórdão de 04-12-2008, o Tribunal Central Administrativo Sul confirmou a sentença da 1.ª instância que ordenara que os SMAS de Almada voltassem a colocar como 1.º classificado o trabalhador que haviam retirado ilegalmente da lista de classificação final do concurso que vencera.

Apesar de a CMA ter perdido todos os recursos judiciais, os SMAS de Almada resolvem assumir uma posição inédita e de total desrespeito pelo Tribunal fazendo aprovar uma deliberação, em 11-02-2009, contrariando o teor da sentença em causa.

Era então Presidente dos SMAS o vereador Nuno Vitorino (da CDU) que, apesar da decisão do Tribunal, resolveu dar a sua concordância com esta atitude ilícita, validando o despacho do seu camarada Henrique Carreiras que o Tribunal considerara ilegal.

Ou seja, os SMAS de Almada regem-se por leis próprias. Os políticos ordenam e os dirigentes cumprem. Pouco importa que seja ilegal. A CDU quer, pode e manda. Sentem-se impunes.
Se isto não é uma ditadura, digam-nos como classificar este regime que comete atropelos destes constantemente...
Foi preciso encetar diligências judiciais suplementares para que a sentença fosse executada muitos meses depois do trânsito em julgado (em 23-03-2010). Mas, mesmo assim, o novo presidente dos SMAS (o vereador José Gonçalves, também da CDU) apenas deu por cumprida uma parte da decisão do Tribunal já que aceitou a integração do trabalhador mas manteve o despacho que nomeou o 2.º classificado no lugar que era por mérito e direito do Eng.º Jorge Abreu.
Por isso, as atitudes persecutórias sobre este trabalhador continuam até hoje... na tentativa de o fazer desistir ou levá-lo a cometer uma qualquer falha que sirva de pretexto para instaurar um processo disciplinar, já que também o não conseguiram correr após a realização do período experimental pois acabou por concluí-lo com êxito, conforme assim o determina o despacho publicado no Diário da República, II série, n.º 201, de 19-10-2011.
Almada é, pois, uma terra sem lei. Um território onde a Câmara Municipal põe e dispõe como se fosse a "proprietária exclusiva da democracia".
Perante estes factos, não podemos deixar de perguntar:
Que moral têm os políticos do PCP que dão cobertura a este tipo de procedimentos ilegais para se dizer "únicos defensores dos trabalhadores"?
Que ética é a destes autarcas que não se coíbem de praticar actos ilícitos como os descritos e ainda se arrogar "donos da verdade e da justiça"?
Que legitimidade têm estas pessoas para criticar quem tem comportamentos contrários à lei quando eles próprios se julgam acima dos Tribunais?

Em anexo:

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um debate necessário.

Convite para amanhã

Fórum Municipal Romeu Correia, Praça da Liberdade, Almada
26 de Novembro de 2011 - 15h

Abraço solidário? Ou o cúmulo da hipocrisia da CM de Almada!

Maria Emília é uma presidente de Câmara que incentiva ao atropelo constante dos direitos dos trabalhadores na sua autarquia (que pratica o nepotismo e dá o seu aval ao favoritismo na selecção de pessoal, beneficiando familiares, camaradas e amigos), mas tem o descaramento de mandar postais de Natal, junto com o vencimento de Novembro, a falar de solidariedade...
É preciso ter mesmo muita falta de vergonha!
Num tom meloso, exageradamente sentimental, a Presidente da Câmara de Almada dirige-se aos trabalhadores da autarquia, numa atitude de pura demagogia e utilizando um discurso que tresanda a hipocrisia, desejando-lhes um Bom Natal e oferecendo-lhes o seu malicioso e falso "abraço solidário" quando sabe que muitos dos que receberam estas palavras estão a sofrer na pele as consequências da sua prepotência e do seu autoritarismo.
É escandalosa a ousadia desta senhora, que não olha a meios para satisfazer os seus interesses pessoais e dos seus apaniguados (como aqui temos vindo a denunciar)... falar em estima e amizade (quando apenas sabe o significado de sentimentos como egoísmo, raiva e ódio) é uma ofensa a quantos trabalham na autarquia e fora dela não se subjugam aos ditames desta senhora.
E para recordar o verdadeiro carácter desta mulher, aqui ficam duas intervenções na Assembleia Municipal de Almada.
17-12-210

04-02-2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Almada: o que vale ser filha da Presidente da Câmara!


E aqui está o documento que testemunha o início do processo de mobbing contra o Eng.º Jorge Abreu… na sequência de ele ter enfrentado a excelentíssima filha da senhora Presidente da Câmara, Lurdes Alexandra Neto de Sousa, ao alertar para os muitos e sérios erros de construção da ETAR da Mutela que aquela dirigente dos SMAS queria deixar passar (como deixou, e que acabou por levar à paragem total do equipamento uns meses depois, com elevados prejuízos para o orçamento municipal – portanto, pago por todos nós, é bom não esquecer).
Tudo para que aquela ETAR pudesse estar pronta a tempo das eleições autárquicas de 2005. Custasse o que custasse (isto entre outras questões, igualmente graves, relativas ao funcionamento daquele equipamento). Para a CDU poder mostrar obra feita… pouco importa que existam procedimentos pouco claros por detrás e até custos adicionais elevadíssimos para corrigir as não conformidades, é com obras de fachada que, infelizmente, se ganham eleições (com o contributo da indiferença de mais de 50% dos eleitores) pois quase ninguém se importa com os métodos utilizados (os fins justificam os meios?)… e é esta postura de tolerância social face ao incumprimento da lei que leva à propagação da corrupção, prestando-se um péssimo serviço à democracia (mesmo que as aparências que a propaganda comunista difunde, nomeadamente através do boletim municipal, façam parecer o inverso).
Esta ordem de serviço, assinada pela filha da senhora Presidente da Câmara Municipal de Almada (é bom frisar para que todos saibam de quem se está a falar), integrou o conjunto de provas do processo de Tribunal que condenou a autarquia por despedimento ilícito e foi considerado pelo juiz um atentado ao bom nome do trabalhador por aqui ser referido como se de um vulgar criminoso se tratasse (que até coloca em perigo pessoas e bens na ETAR da Mutela e, por isso, tem de ser proibido de lá entrar) pelo que a CMA foi obrigada a pagar uma indemnização específica, em complemento da que fora estabelecida por danos patrimoniais.

E são dirigentes deste calibre que temos nos SMAS. Fazem as asneiras e, depois, é o erário público que tem de suportar os custos da sua incompetência. Mas quando há protecção superior… tudo é possível! Até não cumprir as sentenças do Tribunal e desrespeitar a lei e a Constituição. E digam lá se isto é ou não é semelhante a uma ditadura?

A consultar:
Sentença do Supremo Tribunal de Justiça.
Artigo sobre o assunto.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O peso dos "apoios sociais" nos orçamentos municipais

Sabe QUEM MAIS GASTA COM "FAMÍLIAS" E "INSTITUIÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS" a nível autárquico?
Para tentar responder a esta questão, o jornal Público de ontem trazia uma reportagem sobre o assunto e uma tabela com os valores de 2009 (últimos dados oficiais conhecidos), salvaguardando o facto de o conceito de "DESPESA SOCIAL" ter significados diferentes para cada município e nessa rubrica se englobar uma série de apoios bastante diversificados (desde associações culturais e desportivas a associações de solidariedade social, até a ranchos folclóricos).
Sabem qual é a posição da Câmara Municipal de Almada? Não, não é o primeiro lugar. Esse é ocupado por Cascais, que gastou 26.583.000€ (15,5% do Orçamento municipal).
Mas também não é o 2.º, nem o 3.º... bem, nem sequer está nos 10 primeiros, melhor nem nos 100 primeiros.
Almada está num honroso 179.º lugar. Mas para uma autarquia que se gaba de fazer um trabalho social relevante, que se vangloria de apoiar centenas de associações e instituições, que se julga a maior nesta área, convenhamos que esta posição não é assim lá muito boa:
A CMA gastou em 2009 4.315.000€ que representou numa fatia de 4,1% do seu orçamento, um valor abaixo da média nacional que se situa nos 4,8%.

domingo, 20 de novembro de 2011

sábado, 19 de novembro de 2011

POLÍCIA JUDICIÁRIA NOS RECURSOS HUMANOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALMADA

Chegaram na 4.ª feira passada e estiveram por lá até 6.ª feira. Três dias consecutivos a analisar os processos de pessoal, tantas são as ilegalidades que existem ao nível dos recursos humanos como, aliás, sempre temos vindo a afirmar (embora tenhamos a noção de que as nossas denúncias são, apenas, uma pequena parte de entre os muitos actos ilícitos cometidos nesta área).
Como diz o povo, “não há duas sem três”… e com esta já é a terceira vez que, só neste ano, os Serviços Municipais da Câmara de Almada são alvo de acções de investigação realizadas pela Polícia Judiciária.
Desde os concursos feitos à medida (como aquele que denunciámos recentemente: «quanto vale uma “boa cunha”») à fraude na certificação das habilitações de nível superior (caso dos “falsos engenheiros” dos SMAS, por exemplo) são inúmeros os atropelos à lei.

E é esta uma autarquia liderada pelo PCP que tem como lema: «Trabalho, Honestidade, Competência»! Aos poucos a população irá ficar a saber quem são… porque a verdade pode tardar mas acaba sempre por chegar!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Leis de Murphy: legislação complementar.


“O seguro cobre tudo, menos o que aconteceu."
(Lei de Nonti Pagam)

"Quando estiver apenas com uma mão livre para abrir a porta, a chave estará no bolso oposto."
(Lei de Assimetria de Laka Gamos)

"Quando as suas mãos estiverem sujas de óleo, vai começar a ter comichão, pelo menos, no nariz."
(Lei de mecânica de Tukulito Tepyka)

"Não importa por que lado seja aberta a caixa de um medicamento. A bula vai sempre atrapalhar."
(Princípio de Aspirinovski)

"Quando acha que as coisas parece que melhoraram é porque algo lhe passou despercebido."
(Primeiro teorema de Tamus Tramadus)

"Sempre que as coisas parecem fáceis, é porque não entendemos todas as instruções."
(Princípio de Atrop Lado)

"Os problemas não se criam, nem se resolvem, só se transformam."
(Lei da persistência de Waiterc Pastar)

"Vai conseguir chegar ao telefone exactamente a tempo de ouvir quando desligam."
(Principio de Ring A. Bell)

"Se só existirem dois programas que valha a pena ver, os dois passarão à mesma hora."
(Lei de Putz Kiparil)

"A probabilidade de se sujar quando come, é directamente proporcional à necessidade que tenha de estar limpo."
(Lei de Kika Gadha)

"A velocidade do vento é directamente proporcional ao preço do penteado."
(Lei Meteorológica Barbero Pagá)

"Quando, depois de anos sem usar, decide deitar alguma coisa fora, vai precisar dela na semana seguinte."
(Lei irreversível de Kitonto Kifostes)

"Sempre que chegar pontualmente a um encontro não haverá lá ninguém para comprovar e se, ao contrário, se atrasar, todo o mundo terá chegado antes de si."
(Princípio de Tardelli e Esgrande La de Mora)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Quanto vale uma "boa cunha" - o fim da 1.ª série

E hoje apresentamos o último episódio da saga «Quanto vale uma “boa cunha”», embora contemos a ela voltar mais tarde pois a novela não acabou ainda… digamos que: está a aguardar a realização da segunda série… as cenas dos próximos capítulos estão em preparação na forja.

Ora vamos lá desvendar, então, quem foram as personagens principais deste “romance” às quais, pelo meritório desempenho, vai ser atribuído os prémios a seguir identificados.

(Falta de) Isenção – medalha de diamante:

Eng.º António José de Sousa Matos, Vereador dos Serviços Municipais de Acção Sociocultural, Desporto, Turismo e Habitação, por ter presidido a uma equipa (júri) que produziu um trabalho excelente no sentido de conseguir o objectivo politicamente pretendido.

(In)competência – medalha de platina:

Dr.ª Maria Manuela dos Reis Molha por, apesar de ser Directora do Departamento Municipal de Recursos Humanos, ter conseguido dar o seu aval aos inúmeros erros legais cometidos.

(In)utilidade – medalha de ouro:

Dr.ª Maria Suzel Malveiro António Horta, Chefe da Divisão Municipal de Informação e Relações Públicas, por conseguir a proeza de emitir declarações que não servem para nada.

(I)legitimidade – medalha de prata:

Dr. José Domingos Gaspar, Advogado da Câmara Municipal de Almada. Pelo esforço insistente na tentativa de justificar as ilegalidades cometidas pelos premiados anteriores.

(In)conveniência – medalha de bronze:

João Vasco Correia Branco (neto do escritor almadense Romeu Correia e filho de uma antiga colega da Presidente da Câmara no Banco onde a edil trabalhou até vir a ser autarca);

Inês Antunes Caraça (filha de um empenhado militante do PCP).

Os candidatos para quem o concurso foi preparado e que, mercê das influências familiares, conseguiram atingir o objectivo: um lugar na Câmara Municipal! mesmo que à custa de procedimentos pouco transparentes.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Quanto vale uma "boa cunha" - parte 6

Hoje vamos apresentar o penúltimo capítulo desta triste saga, à qual se irá seguir a lista dos nomes dos envolvidos (do júri aos candidatos).

Continuando…
«No procedimento concursal em causa não foi assegurado o direito de participação dos interessados em audiência prévia, como exigem os artigos 100.º do CPA e 38.º/1 do Decreto-Lei n.º 204/98», como a própria Câmara Municipal veio a confirmar.
«Com efeito, como se vê, claramente, do processo instrutor, o júri do concurso reuniu em 2008.12.15, para elaborar o projecto de lista de classificação final (Acta n.º 6) e a mesma foi homologada em 2008.12.22. Nem sequer decorreram 10 dias úteis entre estas duas datas. (…)»
A Câmara Municipal alegou, como já dissemos nos artigos anteriores, que o processo tinha de estar concluído antes do final do ano de 2008. Mas essa urgência «só acabou por surgir devido à demora do júri do concurso em levar a cabo as suas operações – veja-se o tempo decorrido entre a reunião plasmada na Acta n.º 5 e a reunião plasmada na Acta n.º 6 (11 dias), quando as decisões desta última podiam ter sido tomadas logo em 2008.12.04.»
Além disso, «o concurso foi aberto em 2008.08.08 (…) ou seja, mais de 4 meses antes do ano de 2008, o que era tempo suficiente para o levar a cabo» cumprindo todos os trâmites legais, nomeadamente os prazos procedimentais.
«Por último, no que respeita à entrevista profissional de selecção, verifica-se total ausência de fundamentação das pontuações atribuídas, pois o júri do concurso limitou-se, em relação a cada um dos factores de avaliação, a assinalar os graus de valoração, numa escala de 0 a 5.»

Continua


Veja AQUI a história completa.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A criatividade dos dirigentes da Câmara Municipal de Almada

Na Câmara Municipal de Almada há dirigentes de inteligência superior à média e com uma capacidade extraordinária de inovar até nas coisas mais impensáveis como seja o SIADAP (Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho na Administração Pública):
Conseguem atribuir objectivos que, antes de o ser já estão concretizados;
Não se podem avaliar porque não têm escala de medida;
A sua concretização é impossível de superar pois cumpri-los é atingir os 100%;
Ou são, simplesmente, irrealizáveis por dependerem de terceiros que pertencem a outras unidades orgânicas.
E, para cúmulo, conseguem avaliar os técnicos superiores através da apreciação das competências dos assistentes operacionais. Uma completa irracionalidade.

domingo, 13 de novembro de 2011

Mas que país é este?

A propósito do livro "Suite 605", de João Pedro Martins.
A maior investigação de sempre sobre a zona franca da Madeira.

sábado, 12 de novembro de 2011

Alemanha versus Grécia

Absolutamente a ler até ao fim, esta resposta de um grego a uma carta enviada para a revista Stern escrita por um alemão que se sente ofendido com o "estilo de vida" grego.

“Carta aberta” de um cidadão alemão, Walter Wuelleenweber, dirigida a “caros gregos”, com um título e sub-título:

Depois da Alemanha ter tido de salvar os bancos, agora tem de salvar também a Grécia.

Os gregos, que primeiros fizeram alquimias com o euro, agora, em vez de fazerem economias, fazem greves

«Caros gregos,

Desde 1981 pertencemos à mesma família. Nós, os alemães, contribuímos como ninguém mais para um Fundo comum, com mais de 200 mil milhões de euros, enquanto a Grécia recebeu cerca de 100 mil milhões dessa verba, ou seja a maior parcela per capita de qualquer outro povo da U.E.

Nunca nenhum povo até agora ajudou tanto outro povo e durante tanto tempo.

Vocês são, sinceramente, os amigos mais caros que nós temos. O caso é que não só se enganam a vocês mesmos, como nos enganam a nós.

No essencial, vocês nunca mostraram ser merecedores do nosso Euro. Desde a sua incorporação como moeda da Grécia, nunca conseguiram, até agora, cumprir os critérios de estabilidade. Dentro da U.E., são o povo que mais gasta em bens de consumo.

Vocês descobriram a democracia, por isso devem saber que se governa através da vontade do povo, que é, no fundo, quem tem a responsabilidade. Não digam, por isso, que só os políticos têm a responsabilidade do desastre. Ninguém vos obrigou a durante anos fugir aos impostos, a opor-se a qualquer política coerente para reduzir os gastos públicos e ninguém vos obrigou a eleger os governantes que têm tido e têm.

Os gregos são quem nos mostrou o caminho da Democracia, da Filosofia e dos primeiros conhecimentos da Economia Nacional.

Mas, agora, mostram-nos um caminho errado. E chegaram onde chegaram, não vão mais adiante!!!»


Na semana seguinte, o Stern publicou uma carta aberta de um grego, dirigida a Wuelleenweber:


«Caro Walter, Chamo-me Georgios Psomás. Sou funcionário público e não “empregado público” como, depreciativamente, como insulto, se referem a nós os meus compatriotas e os teus compatriotas.

O meu salário é de 1.000 euros. Por mês, hem!... não vás pensar que por dia, como te querem fazer crer no teu País. Repara que ganho um número que nem sequer é inferior em 1.000 euros ao teu, que é de vários milhares.

Desde 1981, tens razão, estamos na mesma família. Só que nós vos concedemos, em exclusividade, um montão de privilégios, como serem os principais fornecedores do povo grego de tecnologia, armas, infraestruturas (duas autoestradas e dois aeroportos internacionais), telecomunicações, produtos de consumo, automóveis, etc.. Se me esqueço de alguma coisa, desculpa. Chamo-te a atenção para o facto de sermos, dentro da U.E., os maiores importadores de produtos de consumo que são fabricados nas fábricas alemãs.

A verdade é que não responsabilizamos apenas os nossos políticos pelo desastre da Grécia. Para ele contribuíram muito algumas grandes empresas alemãs, as que pagaram enormes “comissões” aos nossos políticos para terem contratos, para nos venderem de tudo, e uns quantos submarinos fora de uso, que postos no mar, continuam tombados de costas para o ar.

Sei que ainda não dás crédito ao que te escrevo. Tem paciência, espera, lê toda a carta, e se não conseguir convencer-te, autorizo-te a que me expulses da Eurozona, esse lugar de VERDADE, de PROSPERIDADE, da JUSTIÇA e do CORRECTO.

Estimado Walter,

Passou mais de meio século desde que a 2ª Guerra Mundial terminou. QUER DIZER MAIS DE 50 ANOS desde a época em que a Alemanha deveria ter saldado as suas obrigações para com a Grécia.

Estas dívidas, QUE SÓ A ALEMANHA até agora resiste a saldar com a Grécia (Bulgária e Roménia cumpriram, ao pagar as indemnizações estipuladas), e que consistem em:

1. Uma dívida de 80 milhões de marcos alemães por indemnizações, que ficou por pagar da 1ª Guerra Mundial;

2. Dívidas por diferenças de clearing, no período entre-guerras, que ascendem hoje a 593.873.000 dólares EUA.

3. Os empréstimos em obrigações que contraíu o III Reich em nome da Grécia, na ocupação alemã, que ascendem a 3,5 mil milhões de dólares durante todo o período de ocupação.

4. As reparações que deve a Alemanha à Grécia, pelas confiscações, perseguições, execuções e destruições de povoados inteiros, estradas, pontes, linhas férreas, portos, produto do III Reich, e que, segundo o determinado pelos tribunais aliados, ascende a 7,1 mil milhões de dólares, dos quais a Grécia não viu sequer uma nota.

5. As imensuráveis reparações da Alemanha pela morte de 1.125.960 gregos (38,960 executados, 12 mil mortos como dano colateral, 70 mil mortos em combate, 105 mil mortos em campos de concentração na Alemanha, 600 mil mortos de fome, etc., et.).

6. A tremenda e imensurável ofensa moral provocada ao povo grego e aos ideais humanísticos da cultura grega.

Amigo Walter, sei que não te deve agradar nada o que escrevo. Lamento-o.

Mas mais me magoa o que a Alemanha quer fazer comigo e com os meus compatriotas.

Amigo Walter: na Grécia laboram 130 empresas alemãs, entre as quais se incluem todos os colossos da indústria do teu País, as que têm lucros anuais de 6,5 mil milhões de euros. Muito em breve, se as coisas continuarem assim, não poderei comprar mais produtos alemães porque cada vez tenho menos dinheiro. Eu e os meus compatriotas crescemos sempre com privações, vamos aguentar, não tenhas problema. Podemos viver sem BMW, sem Mercedes, sem Opel, sem Skoda. Deixaremos de comprar produtos do Lidl, do Praktiker, da IKEA.

Mas vocês, Walter, como se vão arranjar com os desempregados que esta situação criará, que por ai os vai obrigar a baixar o seu nível de vida, Perder os seus carros de luxo, as suas férias no estrangeiro, as suas excursões sexuais à Tailândia? Vocês (alemães, suecos, holandeses, e restantes “compatriotas” da Eurozona) pretendem que saíamos da Europa, da Eurozona e não sei mais de onde.

Creio firmemente que devemos fazê-lo, para nos salvarmos de uma União que é um bando de especuladores financeiros, uma equipa em que jogamos se consumirmos os produtos que vocês oferecem: empréstimos, bens industriais, bens de consumo, obras faraónicas, etc.

E, finalmente, Walter, devemos “acertar” um outro ponto importante, já que vocês também disso são devedores da Grécia:

EXIGIMOS QUE NOS DEVOLVAM A CIVILIZAÇÃO QUE NOS ROUBARAM!!!

Queremos de volta à Grécia as imortais obras dos nosos antepassados, que estão guardadas nos museus de Berlim, de Munique, de Paris, de Roma e de Londres.

E EXIJO QUE SEJA AGORA!! Já que posso morrer de fome, quero morrer ao lado das obras dos meus antepassados.

Cordialmente,

Georgios Psomás»

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

S. Martinho no Moinho

«Temos o gosto de vos convidar a participar, no próximo fim-de-semana, em mais uma edição do S. Martinho no Moinho, que terá lugar no Moinho de Maré de Corroios, núcleo do Ecomuseu Municipal do Seixal, cujo programa se anexa, destacando-se a apresentação da exposição Desenho Etnográfico de Fernando Galhano, produzida pela Biblioteca Municipal Almeida Garrett, do Porto, que poderá ser visitada até Setembro de 2012, bem como a visita comentada que será realizada à mesma com a colaboração do Professor Doutor Pedro Prista Monteiro, docente no ISCTE.
Haverá ainda lugar para um momento musical e não faltará o tradicional magusto, possível com o apoio da Casa Ermelinda Freitas, do distrito de Setúbal.»

Cláudia Silveira
Divisão de Património Histórico e Museus / Ecomuseu Municipal
Núcleo da Mundet – Serviços Centrais

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Academia Almadense com contas bancárias penhoradas!

O escândalo da Academia Almadense continua.

Desta feita a colectividade teve as suas contas bancárias (no Montepio e no Banco Popular) penhoradas na sexta-feira passada (dia 4 de Novembro).

O motivo?

Consta que terá sido uma acção executiva interposta por algumas ex-trabalhadoras depois de estarem há quatro meses sem receber a mensalidade acordada com a Direcção quando saíram, salvo erro, no início do corrente ano.

Impedidos de aceder às contas bancárias e necessitando urgentemente de liquidez de tesouraria para fazer frente a despesas inadiáveis – como sejam os salários dos trabalhadores no activo que desde Agosto, incluindo o subsídio de férias, andam a recebê-lo às prestações… cerca de 200 euros por conta dos vencimentos em atraso – desligaram o multibanco e passaram a exigir que todo e qualquer pagamento passe a ser feito em “dinheiro vivo”, como já aconteceu com o aluguer do espaço a uma congregação religiosa no fim-de-semana passado e com os sócios que hoje foram pagar as suas quotas.

E é esta associação falida que continua a recebe centenas de milhar de euros da Câmara Municipal de Almada sem controlo. Sem terem apurado o que a Direcção da Academia fez aos 300.000 euros transferidos pela CMA em 2005 e que desapareceram sem deixar rasto, já este ano lhes foi prometido dar mais 750.000 euros, sendo que uma parte dele foi recentemente acordado transferir no imediato.

Dizem que é para as obras de recuperação do antigo teatro. Tal como em 2005 o disseram… só que o edifício, seis anos depois, continua quase em ruínas.

Algum vez esta colectividade, cujas finanças são um caos devido aos sucessivos erros de má gestão, que está afundada em dívidas e não tem como arranjar receitas, tem condições para liderar um projecto desta natureza? Que tem uma candidatura ao QREN aprovada que prevê uma comparticipação de um milhão de euros? Que exige rigor e transparência na apresentação de contas? Mas alguém vai conseguir confiar nestes dirigentes associativos?

E o que anda a fazer a oposição em Almada para se remeter ao silêncio quando é por demais evidente que há conivência entre o executivo autárquico e a Academia Almadense? Ou não fossem todos camaradas… Lembro-vos que era dirigente da Academia (quando os 300.000 euros se evaporaram) o então (e ainda hoje) assessor da Presidente da Câmara Municipal, Osvaldo Azinheira.

Agora digam lá se isto é ou não é um caso de polícia?

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