domingo, 31 de janeiro de 2010

A razão do meu silêncio

Ora cá estou eu de volta, depois deste silêncio de quase duas semanas.
Quem me acompanhou através do Facebook sabe que estive internada no Hospital Garcia de Orta durante seis dias com uma toxidermia de que já recuperei, felizmente, e vou recomeçar a trabalhar no próximo dia 1 de Fevereiro (que é já amanhã).
Para quem costuma passar por aqui (alguns dos quais me contactaram estranhando esta paragem) e não faz parte do meu círculo de amigos naquela rede social, aqui vai uma explicação resumida do que aconteceu:
Tudo começou com uma ida à cardiologista (no dia 12 de Janeiro) que me receitou o FLUDEX, um medicamento para a tensão arterial, cujo composto (a indapamida) me provocou um reacção cutânea adversa. Estranhamente, os efeitos apenas se começaram a fazer sentir após uma semana e, por isso, acabei ficando intoxicada…
No dia 19 (3.ª feira) deito-me bem… mas no dia 20 (4.ª feira), pelas 6h da madrugada, acordo com a cara cheia de manchas vermelhas salientes (tipo mordedura de melga), com dificuldade em ver com nitidez, dores de cabeça e musculares.
Pelas 9h desse mesmo dia, as lesões já se tinham estendido ao pescoço, a cara inchara imenso (sobretudo o nariz e os lábios), comecei a ter dificuldade em respirar… Fui a uma consulta de Dermatologia de urgência e diagnosticaram-me, de imediato, uma intoxicação medicamentosa, receitando-me ATARAX (anti-histamínico) e um creme hidratante.
Todavia, na manhã seguinte ainda nada fizera efeito. Muito pelo contrário: a pele do rosto parecia queimar, estava até mais inchada e vermelha, e a dificuldade em focar era ainda maior devido ao edema das pálpebras e à sensação de secura e picadas nos olhos. Sentia um ardor imenso e uma comichão crescente que se estendia pelo peito, braços e costas por onde as manchas tinham alastrado também.
Assustada, dirigi-me ao Serviço de Urgência do Hospital Garcia de Orta. Segui, de imediato, da triagem para a observação médica. Fiz análises que confirmaram a toxidermia grave. Como já tinha, também, a garganta inflamada e as lesões continuavam a aumentar (tinham chegado às coxas), mesmo com a toma de medicação intravenosa, e começara a ter febre (que não baixava com os medicamentos), tive de ficar internada pois havia o perigo de o fígado poder estar a ser atingido já que o valor das transaminases estava bastante elevado (duas vezes superior ao valor médio de referência).
Só a partir de domingo as melhorias começaram a ser significativas… após uma terapia com corticóides, muitos litros de água bebível (para fazer funcionar os rins e drenar as impurezas) e constante colocação de cremes na pele (quatro vezes ao dia). A comichão diminuiu e as lesões pararam, contudo, depois de aparecerem uma bolhas, a pele começou a secar toda e a cair ficando lisa mas de tonalidade muito irreglar. De segunda feira em diante o inchaço do rosto desapareceu, embora ainda vermelho, mantendo-se as manchas nos braços, tronco e pernas.
Tive alta na 4.ª feira passada, dia 27, com atestado de prolongamento até hoje (dia 31) e indicação expressa para evitar os contrastes de temperatura, em particular a exposição solar e o frio, manter durante três semanas a corticoterapia, beber no mínimo 1,5 litros de água por dia, colocar creme hidratante de protecção elevada no rosto (factor 45) e normal no resto do corpo. Como o fígado está fragilizado (voltei a repetir as análises e vou à consulta no hospital sexta-feira que vem) não convém tomar outros medicamentos para já e, como tal, devo evitar constipar-me e tenho que ter muito cuidado com a tensão arterial que, por ser de origem nervosa, volta e meia sobe demais (só que, agora, por enquanto, não posso tomar nada para a fazer baixar).
Parece que o que me aconteceu (esta reacção alérgica à indapamina) é invulgar. O meu médico de família disse-me que fui o primeiro doente seu conhecido e já a cardiologista afirmou o mesmo. Felizmente recuperei bem e de forma bastante rápida… a equipa médica disse que “sou de boa cepa, resistente” pois as lesões colaterais poderiam ter sido bem piores.
Contudo, segundo a dermatologista que me deu alta, a partir de agora tenho de estar sempre em alerta acerca da composição de quaisquer medicamentos que venha a tomar… a mínima dose de indapamina na sua composição pode-me ser fatal.
A partir de amanhã penso que tudo voltará ao normal (embora a um ritmo um pouco mais lento)… mas a actualização regular deste espaço não será esquecida.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Passeios para que te quero...

Adivinham onde fica?
Uma pista: em frente pode-se olhar a "espiral do tempo".
(imagens colhidas ontem, dia 18-01-2009)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Actividade autárquica



Sei que me atrasei na actualização do blogue «O meu diário na Assembleia Municipal de Almada».

Já aqui tive oportunidade de explicar que tudo se deveu ao facto do acréscimo de trabalho nesta época do ano (exerço funções numa entidade equiparada a autarquia local para efeitos de tutela administrativa, de âmbito supra municipal, e o fim e o início de cada ano civil, mais ainda a seguir a um período eleitoral, é sempre muito complicado).

Temos a preparação dos documentos previsionais por um lado, e o encerramento das contas por outro, mais o Plano e o Relatório de Actividades, a que se junta o processo do SIADAP (Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho na Administração Pública) – elaboração do QUAR (Quadro de Avaliação e Responsabilização) para 2010 e a avaliação de 2009 (cada um com legislação diferente).

Todavia, este fim-de-semana recuperei o tempo perdido e noticiei, entre outros assuntos, os que a seguir enuncio:

Será que a postura da Câmara Municipal de Almada está a mudar (a propósito da resposta aos requerimentos apresentados em Novembro último)?

Alteração ao Regimento da Assembleia Municipal para o mandato 2009-2013.

Resumo da Reunião Ordinária de Dezembro de 2009.

Gestão de Recursos Humanos na Câmara Municipal de Almada (análise integrada das Opções do Plano, Orçamento e Mapa de Pessoal para 2010).

Sobre as Opções do Plano e o Orçamento da CMA para 2010.
Leiam e participem. A vossa opinião é, para nós, muito importante.

domingo, 17 de janeiro de 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O fim da picada

São os Gaiteiros de Lisboa.

Vale a pena ouvir. Para descontrair, que bem preciso.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Num dia de chuva...





Hoje, com este temporal (chuva, vento e frio), teria sido um dia óptimo para ficar em casa e actualizar os meus "blogues políticos" (o "Fazer Melhor por Cacilhas" e o "Diário da Assembleia Municipal") pois as reuniões dos respectivos órgãos deliberativos autárquicos a que pertenço já foram todas no final de Dezembro e ainda não prestei contas aos meus eleitores.
Todavia, espero que compreendam. O final de ano e o iníco de um novo, para quem trabalha na Administração Pública, é sempre muito complicado. Mais agora, ainda, com o SIADAP (eu sou avaliadora, logo, tenho complicações dobradas...).

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Recordações...




Hoje tive de ir ali para as bandas do Largo do Rato. De regresso a casa, aproveitei e subi a Rua da Escola Politécnica em direcção ao Largo de Camões, Rua do Alecrim e Cais do Sodré. Ao passar pela Pastelaria Cister resolvi parar para beber um café e recordar os bons momentos que, ali mesmo, eu e alguns colegas da faculdade, já lá vão mais de duas décadas, costumávamos passar uma vez por mês.
É verdade, eram apenas uns escassos encontros mensais (e nem sequer foram 12 por ano) mas aquele era o nosso ponto de encontro para irmos à reitoria da FCSH da Universidade Nova de Lisboa que ficava no Príncipe Real, uns metros mais à frente. Era sempre assim, no dia em que íamos levantar a bolsa de estudo…
A título de curiosidade: sabiam que este café faz parte dos designados “roteiros queirosianos”? É que Eça de Queirós costumava passar por ali, ainda no tempo em que a pastelaria se chamava Serafina… para fazer o mesmo que eu e os meus colegas: beber um café e comer um pastel de nata (que são uma mimo). Aliás, na parede do lado esquerdo de quem entra lá temos uma imagem deste grande autor, lembrando a todos quem foi o mais ilustre cliente daquela casa.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A Internet está a mudar a nossa forma de pensar?

"Acha que a Internet alterou a sua mente ao nível neuronal, cognitivo, processual, emocional? Sim, não talvez, respondem filósofos, cientistas, escritores, jornalistas à pergunta do ano" cujas respostas pode ler no site da WORLD QUESTION CENTER, e que o jornal Público traduziu e publicou na sua edição de hoje.
E você, o que pensa sobre o assunto? O que mudou na sua vida com o acesso à Internet, as redes sociais, os jogos online?
Algumas opiniões:
"O real impacto da Internet é que mudou a nossa maneira de tomar decisões";
"Tornei-me mais esperto em factos, mas o meu saber é hoje mais frágil";
"A Internet estendeu a minha memória, a minha percepção, os meus juízos de valor";
"Os meus dedos passaram a fazer parte do meu cérebro";
"Penso menos. E quando penso, sou mais preguiçoso";
"Actualmente a Internet não mudou a nossa maneira de pensar.Mas alterou radicalmente o contexto do nosso pensamento e do nosso trabalho";
"A Internet não mudou a nossa forma de pensar mais do que o microondas mudou a nossa forma de ingerir os alimentos";
"Há três claras mudanças que são muito palpáveis. A primeira é a crescente brevidade das mensagens. A segunda, a redução do papel do saber factual no processo de pensar. A terceira é todo o processo de ensino e aprendizagem: poderá ianda demorar mais uma ou duas décadas, mas a educação nunca voltará a ser a mesma".

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Jardim Constantino

É um jardim lisboeta que já foi uma referência no início do século passado e onde ainda há pouco mais de uma década, principalmente as crianças e os idosos passavam bons momentos.

Foi construído nos finais do século XIX, situa-se na freguesia de S. Jorge de Arroios, e chama-se Jardim Constantino, em homenagem a Constantino de Sampaio e Melo, ilustre produtor de flores da época, mais conhecido como "o rei dos floristas".

Tem uma árvore, exemplar único na cidade, classificada em 1996: a Melaleuca styphelioides, além de uma Ficus macrophylla, consideradas como património vegetal de interesse público.

Foi vedado pela CML, supostamente para ser recuperado pois estava a ficar bastante degradado (desde o parque infantil, aos sanitários e o lago - que nos últimos anos estava quase sempre seco e cheio de lixo, isto já para não falar do coberto vegetal rasteiro, pasto para as necessidades dos inúmeros canídeos da zona e de alguns sem abrigo que por ali pernoitavam) há uns meses atrás...

Terminou o ano de 2009 e começou o de 2010... completamente abandonado. Até quando?

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Ambas as imagens foram tiradas ontem à tarde, quando eu saía da Assembleia Distrital de Lisboa (edifício que se vê ao fundo na segunda fotografia) e onde eu trabalho desde 1987.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Galegos e Portugueses (ou vice versa)

Costumo ver pouca televisão, é um facto. Mas ontem, estávamos a acabar de jantar (um pouco mais tarde do que o habitual) e eis senão quando começa a transmissão, na RTP 1, do programa "Galegos de cá e lá". Pois é, não conseguimos despregar os olhos do ecrã e, sempre de ouvidos atentos, ali ficámos a ver o documentário de Júlia Fernandes até ao fim.

Foi um programa extraordinário, daqueles que gostaríamos de voltar a ver tanta é a profusão de informação, sobre as aldeias galegas na fronteira entre Trás-os-Montes e a Galiza. Muito bem concebido, com som e imagem de muito boa qualidade, tendo por base uma pesquisa séria e profunda, mostrando o passado e o presente de um território entre Portugal e Espanha com uma identidade comum. Apresentado de forma cativante, cria no espectador uma empatia total.

Estão de parabéns a autora e toda a equipa que a acompanhou (do som à imagem e produção), e a RTP por ter passado este importante documentário sobre a nossa história em horário nobre e na sua antena principal. Que este seja, pois, um exemplo a repetir.

«A fronteira entre Trás-os-Montes e a Galiza foi sendo ajustada ao longo dos séculos. O primeiro grande acordo fronteiriço com os espanhóis foi o tratado de Alcanizes assinado por D. Dinis. Mas, desde então mantiveram-se algumas dúvidas sobre pequenas áreas e aldeias cuja situação era menos clara.
Vizinhos galegos e portugueses nunca se importaram muito com a situação…umas vezes pertenciam a um lado, outras mudavam de posição, mas, no fundo eram todos parentes, a História está aí para prová-lo.
Até que, há pouco mais de cento e quarenta anos, pelo “Tratado de Lisboa”, o estado português e o estado espanhol acordaram numa divisão fronteiriça mais científica, mais apoiada em mapas, a mesma que persiste até hoje.
Mas, entre Trás-os-Montes e a Galiza, uma região pequena mas muito próspera – o couto misto - viu completamente alterada a sua vida. O couto era constituído por três aldeias e conservava desde a Idade Média uma série de privilégios, um dos quais era não pertencer nem a Espanha nem a Portugal.
Na partilha, o couto misto foi extinto, ficou integrado em Espanha por troca de três aldeias, ditas promíscuas (com população galega e portuguesa), situadas junto a linha fronteiriça e que passaram integralmente para Portugal.
Actualmente, a prosperidade do couto é apenas uma recordação e as aldeias do lado de cá e do lado de lá da fronteira padecem do mesmo mal: a desertificação.
“Galegos de Cá e Lá” é um documentário de Maria Júlia Fernandes com imagem de Carlos Oliveira, som de António Garcia e produção de Ana Lucas e Lila Lacerda.»


Lamentavelmente, não há nenhum vídeo do programa. Mas nem por isso vos deixo de apresentar um outro documentário (feito por galegos), também muito interessante, acerca das raízes culturais da Galiza e do Norte de Portugal:

«O património imaterial representa a fonte vital de uma identidade profundamente enraizada na História e compreende "o conjunto de formas da cultura tradicional e popular ou folclórica, quer dizer, as obras colectivas que emanam de uma cultura e se baseiam na tradição. Estas tradições transmitem-se oralmente ou mediante gestos e modificam-se com o decorrer do tempo através de um processo de recreação colectiva. Incluem-se nelas as tradições orais, os costumes, as línguas, a música, os bailes, os rituais, as festas, a medicina tradicional e a farmacêutica, as artes culinárias e todas as habilidades especiais relacionadas com os aspectos materiais da cultura, tais como as ferramentas e o habitat."
A índole efémera deste património intangível torna-o vulnerável. A salvaguarda deste património deve partir da iniciativa individual e receber o apoio das associações, especialistas e instituições.»



segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Pior que falta de civismo...


Sim, é mesmo o que estão a pensar. Uma escarreta directamente para as tábuas do banco da paragem do MST (na Praça S. João Baptista, em Almada). Com pessoas assim, como é possível ter uma cidade limpa?

domingo, 3 de janeiro de 2010

Num dia de chuva...

Hoje, domingo, ainda não parou de chover. E de manhã até parecia um dilúvio. Mesmo assim, depois de abrandar um pouco, eram 8h30m, lá fui fazer o meu passeio matinal a pé, de Cacilhas a Almada.
No caminho cruzei-me com um trabalhador da limpeza urbana da autarquia que, mesmo nestas péssima situação, cumpria a sua função. Esta é, de facto, uma tarefa difícil, sobretudo quando as condições atmosféricas são adversas. Por isso, é de admirar quem a executa com zelo e profissionalismo, como me pareceu ser o caso aqui retratado.
Lamentável é que quem ocupa esta categoria seja tão mal remunerado...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Almada / Tejo

A Cor do Mar

«A COR DO MAR nos teus olhos reflectida, enche-me a alma de ternura. As ondas arrastando-se na areia, lentamente, são a cadência dos meus sonhos que se perdem no horizonte longínquo… Regresso a terra enredada nas redes que me prendem o coração ao sofrimento e por ali me fico a ver-te partir por entre as gentes que passeiam à beira-mar.»

Não perca a oportunidade de ver esta e mais 57 fotografias de Aníbal Sequeira na Exposição ALMADA / TEJO, patente ao público de 9 a 23 de Janeiro na Sala Pablo Neruda do Fórum Romeu Correia em Almada.


Eu, a convite do autor, legendei as três imagens que hoje vos apresento.

Espero que gostem.

Falésia Dourada Amarras



«Na FALÉSIA DOURADA as sombras se anunciam... escondem as palavras que me escapam por entre as pedras esculpidas nesse vagar do tempo perdido em equilíbrio precário. Ao longe a esperança renasce por entre o nada que se vislumbra numa miragem de enganos.»

«Num momento de angústia, quis esquecer-me do futuro… felizmente as AMARRAS que me prendem à vida não me deixaram partir. E nas serenas águas do rio ficaram as mágoas de outrora… »

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