quinta-feira, 29 de março de 2007

Vovó Yayá

Chama-se Maria da Fé, mas é tratada, carinhosamente, por "Vovó Yayá". Tem a bonita idade de 93 anos, mas as suas mãos continuam fazendo estas belas tapeçarias (em ponto cruz) que uma das netas exibe, orgulhosa, na parede do seu espaço comercial, em Cacilhas (o café "Sabor & Art", na rua Cândido dos Reis).
Não a conheço, mas tenho pena. Sinto que da sua imagem emana uma tranquilidade imensa que se pode observar na beleza dos seus tapetes, que de tão bonitos a neta Lane não consegue pisar e prefere dar-lhe o destaque que merecem.
E, do pouco que soube da sua vida, através das palavras de uma embevecida descendente, cujos olhos brilhavam de carinho cada vez que citava o nome da avó (ai quantas saudades aquele olhar deixavam transparecer!), pude constactar que é, também, uma mulher de coragem, estimada e muito querida de todos.
Aqui fica a minha pequena homenagem à vovó Yayá. E de Portugal para o Brasil lhe envio um grande abraço.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Destruir para progredir?




A nossa "fonte luminosa" não era nenhum monumento de referência. Nem sequer tinha uma arquitectura digna de nota... mas era um marco na paisagem almadense. A Praça Gil Vicente nunca mais será a mesma. Em nome do suposto progresso e do MST que a irá atravessar, destruiu-se a placa central ajardinada e a fonte que, há décadas, era um dos ex-libris da freguesia de Cacilhas.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Dia Mundial da Poesia

Ontem foi o DIA MUNDIAL DA POESIA. Os “Poetas Almadenses” comemoraram-no com o lançamento do livro Os Pássaros e o Azul (de Isidoro Augusto) no Café «Sabor & Art», em Cacilhas.

Houve poesia declamada por Helena Peixinho e Fernando Rebelo a que se seguiram muitos outros (António Boieiero, Rosette, Gertrudes Novais, Gabriel, Luís Milheiro, Maria Júlia, Idalina Rebelo). Alexandre Castanheira, que dedicou um poema ao seu amigo Isidoro, encerrou a noite lendo alguns poemas de um poeta popular brasileiro (e assim se vai construindo a "ponte poética" entre Portugal e o Brasil).

A poesia foi a anfitriã da noite e, por isso, não podemos deixar de assinalar dois outros acontecimentos: a distribuição (gratuita) do n.º 29 da fanzine de poesia «Debaixo do Bulcão» e a apresentação de mais um caderno «Uma Dúzia de Páginas de Poesia», da colecção Index Poesis (que esteve suspensa durante vários meses): De Branca Cal, de Isidoro Augusto, pois então.

Aqui fica o poema que deu nome à obra acima referida:

de branca cal
os umbrais se vestiam
numa doce prece o sol beijava
tudo o que se movia
ao encanto o olhar
pertencia
por uma palavra
só mesmo por uma
palavra
o que eu daria
tudo aqui faz sentido
como da água fazer-se
rio
ou de um surpreendente olhar
navio
enquanto
ao doce silêncio da pedra
se emprestava agora o abrigo.

Para quem estiver interessado, informa-se que pode adquirir este caderno (de doze poemas, claro), pela módica quantia de 1 €... à venda no Café «Sabor & Art», Rua Cândido dos Reis, n.º 88, em Cacilhas.

terça-feira, 20 de março de 2007

Fiscalização "moralizadora"?!





Em Cacilhas a ECALMA começou a sua actuação. Hoje, era ver os carros aqui na rua onde resido cheios de papelinhos advertindo os automobilistas de que:
«Esta viatura encontra-se estacionada de forma irregular, infringindo a disposição do Código da Estrada abaixo indicada. Recomendamos-lhe que cumpra o CE e os Regulamentos Municipais. Não prejudique os outros.»
Segue-se a identificação da matrícula, a infracção cometida, o local e a data/hora em que a fiscalização por ali passou. (de frisar que o talão tem, também, o número da advertência e a identificação do PDA do fiscal).
Termina, o dito "papelinho" (é mesmo mini), com o seguinte conselho (em letra maíscula e a negro): ESTACIONAR BEM É UM DEVER CÍVICO. ALTERE A SUA ATITUDE. Evite a aplicação de sanções.

Mas, na ânsia de mostrar trabalho, os fiscais acabaram por advertir até os residentes que tinham os seus veículos bem estacionados mas que, por atraso da dita empresa em entregar os respectivos dísticos, não se podiam identificar como tal. Assim, estando estacionados em local supostamente destinado a visitantes (com parquímetro já a funcionar e tudo, ao que parece) porque os lugares para os residentes escasseiam e não havia outra hipótese, a ECALMA considera-os infractores...
Todavia, os comerciantes que ocupam lugares de estacionamento com as caixas da fruta (como se estas fossem uma extensão da sua loja), lá estavam com as ditas na via pública. Será que foram advertidos da respectiva infracção? Cá estarei para verificar o que se irá passar de seguida.
E, já agora, que este ímpeto moralizador chegue, também, a Almada e não se fique apenas por Cacilhas já que, como as imagens documentam, infracções ao Código da Estrada no que toca a estacionamento são "mais que muitas"... (estas foram captadas no domingo passado, pelas 9h, na Av.ª Afonso Henriques).

segunda-feira, 19 de março de 2007

Os gatos

Ontem esteve um lindo dia de sol. Quando fui fazer o meu passeio matinal Cacilhas – Almada – Cacilhas passei pela Rua Cruzado Osberno (onde passei parte da minha meninice – era ali a casa dos meus avós maternos... ai que saudades!) e deparei-me com este cenário:

Lembrei-me logo da obra Os Gatos: Publicação Mensal d'Inquérito à Vida Portuguesa, de José Valentim Fialho d'Almeida (1857 – 1911) e cuja leitura vos aconselho.
Para aguçar o apetite, deixo-vos AQUI o 1.º volume da versão original (eu tenho os volumes completos mas é de uma reedição recente, do Círculo de Leitores), em formato digitalizado, disponibilizado pela Biblioteca Nacional On-line.

«Meus senhores, aqui estão os “Gatos”! – Bric-à-bracomania, como cultura e como doença (...) – Aqui d’el rei contra os cabidos, colegiadas e as juntas de paróquia que defraudam o país! – A indiferença do Estado perante o objecto d’arte (...) – Um almoxarifado por um penico...» (título de alguns contos referidos no índice introdutório).

"Museando"

Ontem fomos passear ao Museu Nacional do Azulejo, no antigo Convento da Madre de Deus, em Lisboa. Vim de lá encantada. Não só pelo espaço em si, como pelo espólio. E, também, pelas exposições temporárias, sobretudo a do Cargaleiro (inaugurada no sábado). No próximo fim-de-semana passem por lá que vale a pena.
Excerto do painel de azulejos com uma espectacular vista panorâmica da cidade de Lisboa antes do terramoto de 1755 (lindo, lindo mesmo) e escadaria de acesso ao piso inferior.

Claustro e painel padrão "italo-flamengo" de finais do século XVI.

E, já agora, aconselho-vos a visitarem, também, o Museu Municipal de Almada e a exposição temporária «Associativismo e Cidadania». Lá encontrarão verdadeiras pérolas do movimento associativo almadense e, quem sabe, reconhecerão algumas das caras que retratam um tão importante aspecto da vida desta terra.

Vista geral da sala do 1.º andar e uma fotografia da Banda Jazz do Pragal.

Painel alusivo às cooperativas de consumo e outro aos bombeiros voluntários.
Um bom início de semana.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Trafaria

Li hoje, salvo erro no Jornal da Região, que a APL (Administração do Porto de Lisboa) quer aumentar o potencial de carga dos silos da Trafaria e instalar aí mais uns quantos desses "monstros", ocupando uma nova frente ribeirinha... que tristeza ver a minha terra natal assim ocupada por aqueles cilindros de cimento, altamente poluentes, que destruiram uma praia tão bonita. Que saudades do tempo em que eu corria pela areia branca, mergulhava nas ondas calmas do rio e me estendia ao sol, ali mesmo onde hoje é só lixo. Espero que a Câmara Municipal de Almada consiga impedir mais este ataque a esta freguesia tão esquecida pelos responsáveis políticos.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Anoitecer no rio


A falta de inspiração continua. Mas como o Tejo está aqui mesmo ao lado é fácil captar belas imagens (mesmo para quem parece não conseguir ter musa inspiradora que a alimente) como esta que aqui vos deixo hoje... colhida eram 19h.
Espero que gostem. Até amanhã.

terça-feira, 13 de março de 2007

Sem inspiração


Esta semana não tenho estado com inspiração nenhuma para escrever. Mesmo assim, não quero deixar de actualizar este espaço e resolvi recorrer a duas fotografias do (meu) Rio Tejo... espero que ao olhar para esta bela paisagem as palavras se soltem, corram livres pelo teclado do computador e se venham a aninhar num qualquer texto interessante para vos apresentar brevemente. Até lá, deixo-vos um abraço.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Trabalho de equipa

Hoje, à saída do trabalho (ali mesmo na Rua António Pedro, perto da estação do Metro, em Arroios), deparei-me com esta bela equipa de trabalho (??!!) que me fez logo lembrar a anedota que recebera na véspera. Vejam lá se não tenho razão. São ou não semelhantes?

Quanto ao significado do conteúdo de ambas as fotografias, julgo que são dispensados comentários adicionais.

domingo, 11 de março de 2007

Telhados de Cacilhas




A Primavera já chegou a Cacilhas.E faz-se anunciar pelos telhados das suas velhas casas no núcleo histórico.
Sinónimo de algum abandono do património edificado, é verdade, mas que permite imagens de uma beleza indiscutível que, todavia, passa despercebida à maioria dos traseuntes... mais preocupados em ver o chão que pisam do que em levantar a cabeça e olhar o céu não vão colocar o pé em dejectos caninos, tropeçar nos buracos do passeio ou chocar com algum carro indevidamente estacionado, quiçá ser atropelados, por terem de andar no meio da estrada.
Um bom início de semana.

sábado, 10 de março de 2007

Hábitos

O jornal e a bica matinais são o meu vício. Esteja sol, ou faça chuva, vá para o trabalho, ou esteja de férias, em Cacilhas (onde resido), ou em Lisboa, Santarém, Nazaré... em qualquer outro lugar onde os afazeres profissionais me levam.
O café da manhã e o Público são, para mim, duas coisas inseparáveis... um sem o outro não existem. É um dos meus prazeres do dia... simples, mas que me dá um gozo danado poder deles usufruir.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Adivinha

De que é que se trata?
Uma pintura? Uma fotografia?
Imagem ficcionada ou retrato da realidade?
Efeitos especiais ou desleixo evidente?
Aceitam-se sugestões. Nomeadamente sobre o local....
Aqui fica a adivinha para este fim-de-semana que se aproxima.
Divirtam-se!

quinta-feira, 8 de março de 2007

Os silêncios da fala

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, deixo-vos um poema de Maria Teresa Horta:

São tantos
os silêncios da fala

De sede
De saliva
De suor

Silêncios de silex
no corpo do silêncio

Silêncios de vento
de mar
e de torpor

De amor

Depois, há as jarras
com rosas de silêncio

Os gemidos
nas camas

As ancas
O sabor

O silêncio que posto
em cima do silêncio
usurpa do silêncio o seu magro labor.

Poema: Vozes e Olhares no Feminino, Edições Afrontamento, Porto 2001, pp. 40, 41
Imagem: Alfred Gockel

quarta-feira, 7 de março de 2007

É preciso descaramento

Habitualmente costumo sair de casa pelas 7h 20m. Os poucos lugares de estacionamento existentes na rua estão ocupados com os veículos dos residentes. Ontem, excepcionalmente, eram 8h e 30m quando fui trabalhar e deparei-me com a situação que podem ver na imagem: um pai zeloso a guardar um lugar para o carro do filho que, depois, "segue para Lisboa e só regressa já noite dentro, coitado"... dizia o idoso, orgulhoso do seu acto, a um vizinho que passava na rua.
De notar, porém, que, devido às obras do MST, o estacionamento em Cacilhas está condicionado e que naquela rua os lugares destinam-se a residentes e/ou a visitantes, como era o caso... que só estão autorizados a ficar no máximo 3h e devem pagar por isso. Apesar de os parquímetros não estarem, ainda, a funcionar... é preciso ter muito descaramento.

terça-feira, 6 de março de 2007

Assim se trata o nosso património

Ao que parece a homenagem da autarquia fica-se pela colocação da placa... e, agora, é deixar cair o edifício até à ruína final. Pergunto: é assim que se trata o nosso património? Quem são, afinal, os responsáveis? Os proprietários negligentes? Ou a autarquia indiferente?

segunda-feira, 5 de março de 2007

Lagoa das Sete Cidades

Neste fim-de-semana estive a arrumar as minhas caixas de fotografias (do tempo em que as máquinas eram analógicas) e deliciei-me a ver, nomeadamente, aquelas que eu tirara numa viagem que fiz aos Açores (Ilha de S. Miguel), em 1997. Como a inspiração anda arredada e, por isso, não sei o que escrever, deixo-vos ficar uma das mais bonitas paisagens daquela ilha ( e mais umas quantas nos álbuns aqui do lado)...

domingo, 4 de março de 2007

Até dói só de ver...

"Os portugueses não têm testículos", afirmou-o Alberto João Jardim... Será porque ele os obrigou a participarem neste concurso?

sábado, 3 de março de 2007

Sindicalismo


A propósito da mega manifestação de ontem, deu-me vontade de escrever algumas linhas sobre o papel dos sindicatos com base num exemplo concreto: a aplicação do SIADAP (sistema integrado de avaliação do desempenho na administração pública) às assembleias distritais (órgãos supramunicipais e cujo pessoal está abrangido pelo estatuto dos seus congéneres que trabalham nas autarquias locais).

Independentemente de se questionar, ou não, no todo ou em parte(s), aquele regime de classificação de serviço dos funcionários do Estado, o que vos quero aqui falar é da função dos gabinetes jurídicos dos sindicatos, e neste caso em particular do STAL, o qual, ainda ontem esteve representado, em massa (entre dirigentes, delegados, sócios e simpatizantes), a gritar palavras de ordem contra o governo e, supostamente, na defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores.

Pois é. Mas tirando a grande capacidade de mobilização (que é um facto) no que toca a organizar manifestações públicas de efeito mediático relativo (e deixem-me desabafar: há quem vá para estes “passeios reivindicativos” como se fosse para um qualquer circo carnavalesco, com máscaras a condizer e tudo, gritando slogans anódinos, repetidos de forma monocórdica até à exaustão mas depois do desabafo folgazão esquecem-se de cumprir os seus deveres e de lutar pelos seus direitos no dia-a-dia) desempenham um muito fraco papel nos bastidores do quotidiano onde se desenrola a verdadeira batalha sindical.

Ou seja, por exemplo, na análise jurídica dos projectos de diploma em que é obrigatório a sua audição prévia. Aí, longe das luzes da ribalta, nos gabinetes dos sindicatos ou dos ministérios, em reuniões de trabalho, onde se acertam pormenores, propõem-se soluções, rectificam-se erros, etc., aí, desculpem-me a sinceridade, a voz dos sindicatos é bastante ténue e apresenta falhas imperdoáveis.

Apesar de todos sabermos que, por vezes, a prepotência de uns (governantes) impede que se aceitem as sugestões de outros (sindicatos), o certo é que ficariam, com certeza, pareceres e/ou actas onde se demonstraria terem os ditos tentado quebrar a barreira do autismo governamental.

Todavia, o que acontece não sei se muitas mas pelo menos mais do que o aceitável, é que os advogados dos sindicatos estão mais preocupados em seguir orientações políticas dos dirigentes do que fazer uma verdadeira análise dos diplomas e deixam passar aberrações como a do Decreto-Regulamentar n.º 6/2006, de 20 de Junho, que padece do vício de inconstitucionalidade por omissão na medida em que criou um vazio legal, de consequências imprevisíveis para os trabalhadores, ao esquecer-se da existência de um tipo de entidades da administração local.


Mas como terá sido possível uma coisa destas? O Governo errou, é certo. Não devida. Mas o STAL teve hipóteses de estudar o projecto antecipadamente, emitiu parecer sobre o mesmo, e marcou presença na reunião governamental convocada para o efeito. Contudo, apesar de muitos trabalhadores das assembleias distritais serem sócios deste sindicato (em Lisboa éramos 100% sindicalizados, mas depois desta vergonha que a todos nos chocou cerca de 75% desistiram de sócios... para nos defenderem assim desta forma irresponsável, para que serve estar a pagar quotas?), os notáveis senhores que analisaram o diploma em causa esqueceram-se da sua existência. Esqueceram-se, vejam bem!

Francamente... não há pachorra para aturar uma coisa destas... E, agora, acabam por ser os trabalhadores que, sozinhos, estão a tentar que o governo altere a situação. Por isso pergunto: qual é, afinal, o papel dos sindicatos?

sexta-feira, 2 de março de 2007

Fotodicionário

TEMPO.
E aqui vos deixo mais algumas palavras por mim ilustradas neste fantástico jogo que é o FOTODICIONÁRIO, da autoria da Manuela do PALAVRA PUXA PALAVRA. Para verem a foto em tamanho maior e ler os comentários, basta clicar na palavra correspondente.
As imagens foram captadas em 2006 nos seguintes locais:
Abismo - Convento de Cristo (Tomar).
Estranheza - Jardim público (Torres Novas).
Física - Largo da Rua António Feio (Cacilhas).
Medo - Mata do Seminário de S. Paulo (Almada).
Música - Praia da Boca do Rio (Algarve).
Ousadia - Mata do Seminário de S. Paulo (Almada).
Peso - Estação da CP em Tunes (Algarve).
Tempo - Ribeira de Santarém.
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