Mensagem enviada pelo grupo "Cidadania Autárquica Participativa" (CAP) a todos os partidos com representação na Assembleia Municipal de Almada (PS, CDU, PSD, BE, CDS e PAN):
«A propósito
do conteúdo do comunicado do STAL (DOC. 1) e das insinuações sobre
“saneamentos políticos” que têm vindo a ser divulgadas nas redes sociais (DOC. 2) o grupo “Cidadania Autárquica
Participativa”, perante a gravidade daquelas acusações, não podia ficar
indiferente à situação e, a bem da verdade e da transparência, enviou à Exm.ª
Senhora Presidente da Câmara e do Conselho de Administração dos Serviços
Municipalizados de Água e Saneamento de Almada um requerimento (DOC. 3) solicitando os esclarecimentos
que se impõem.
Independentemente
das respostas que possamos obter da Presidência às questões apresentadas no
citado requerimento (e que nos dispensamos de transcrever uma vez que o texto
segue me anexo – DOC. 3), julgamos pertinente que os
diversos grupos municipais (PS, CDU, PSD, BE, CDS e PAN) se debrucem sobre este
problema, que é bastante sério e preocupante, e eventualmente, se assim o
entenderem, levem o assunto à discussão do plenário numa próxima reunião da
Assembleia Municipal tornando pública, de forma clara e inequívoca, qual é a
sua posição sobre esta matéria – Precários
na CMA / SMAS – Regularização Extraordinária – Alegados Despedimentos Ilícitos
– Insinuações de Saneamentos Políticos.
Ainda sobre
esta matéria, e em completo às informações solicitadas no requerimento em causa
(DOC. 3), consideramos que existem
outras dúvidas sobre as quais os partidos políticos que compõem o órgão
deliberativo municipal devem refletir, nomeadamente em relação aos “falsos
recibos verdes”:
1) Havia
lugares vagos nos respetivos mapas de pessoal da CMA e dos SMAS aquando da
contratação precária destes trabalhadores pela CMA e pelos SMAS?
2) Se havia
lugares por ocupar que correspondiam às categorias/tarefas que estes
trabalhadores iam desempenhar, porque optou o anterior executivo CDU pelos vínculos
precários sabendo que era ilegal exigir àqueles prestadores de serviços que
desempenhassem funções correspondentes a necessidades permanentes dos serviços
já que os mesmos nem sequer podem estar sujeitos à hierarquia e disciplina dos
serviços nem cumprir horário de trabalho?
3) Que razões
explicam que, nos termos da lei, não tivessem sido abertos os adequados
procedimentos concursais para seleção e preenchimento das vagas em causa e se
tivesse preferido o recurso a formas precárias e ilegais de vinculação laboral?
4) Se não
havia lugares disponíveis no mapa de pessoal, porque não foi proposta a
alteração da composição dos respetivos mapas de pessoal – CMA e SMAS (que são
de aprovação anual) – adequando-os às efetivas necessidades em matéria de
recursos humanos, e se preferiu continuar a fazer “ajustes diretos”? Ainda
assim, porque nem todos os contratos celebrados foram introduzidos na
plataforma da contratação pública (Base.gov)?
5) Segundo o
Balanço Social de 2016 em 31-12-2016 existiam no Município de Almada 29
prestadores de serviços em regime de avença (desconhece-se se estão aqui incluídos
os contratados pelos SMAS ou se este número é muito superior). Quantos destes
trabalhadores se encontravam a desempenhar funções que correspondiam a
necessidades permanentes dos serviços? Quantos tiveram os contratos renovados e
com que justificação? Quantos, e porquê, foram enquadrados no programa de
regularização extraordinária dos vínculos precários aprovado pela Lei n-º
112/2017, de 29 de dezembro? Quantos, e porquê, foram excluídos desse
procedimento de regularização?
6) Diz o STAL
que sempre “chamou a atenção” para a situação dos precários a exercer funções
permanentes nos SMAS de Almada. Todavia, ao que tudo indica, apenas agora
parece que se insurgiram publicamente com o alegado “despedimento” de um desses
precários. Porque se calaram nos anteriores mandatos? O que os terá impedido de
denunciar (como estão agora a fazer) essas contratações abusivas atentatórias
da dignidade e direitos dos trabalhadores?
7) Relativamente
ao caso da trabalhadora dos SMAS alegadamente despedida, viemos a saber que se
trata da deputada municipal da bancada da CDU Sónia Tchissole Pires da Silva com quem foram celebrados dois
contratos de “aquisição de serviços” por ajuste direto tendo o último sido
outorgado em 24-01-2017 – DOC. 4, conforme consta da plataforma da
contratação pública (Base.gov). Insurgiu-se agora o STAL com a alegada
“dispensa” da trabalhadora nunca mencionando tratar-se de uma não renovação do
respetivo contrato. O que levou aquele sindicato a só agora manifestar
interesse por esta situação? Porque não se insurgiram aquando da celebração do
contrato (e pelos vistos de outros semelhantes)? Não fosse o processo de
regularização extraordinária em curso e teria a “aquisição de serviços”
adjudicada a essa trabalhadora sido considerada como desempenho de funções que
visam satisfazer necessidades permanentes dos serviços?
Estas
perguntas, a juntar àquelas que são feitas no requerimento enviado nesta data à
Exm.ª Senhora Presidente da Câmara, merecem um debate urgente e esclarecimentos
objetivos.
A bem da
Democracia e da transparência, no respeito pelo funcionamento dos órgãos
autárquicos e dignificação do Poder Local, devem os partidos pronunciar-se, de
forma clara, sobre as questões enunciadas sob pena de serem eles mesmos os
responsáveis pela descredibilização da imagem dos políticos enquanto
representantes dos munícipes que os elegeram e assim acabar contribuindo para
aumentar o desinteresse da população e fazer subir os índices da abstenção.
Face ao
exposto, solicitamos se dignem prestar os esclarecimentos que considerem
adequados.
Com os
melhores cumprimentos,»
Fonte:
Sem comentários:
Enviar um comentário