Nasci na Trafaria, à beira-rio, “terra onde o Tejo se faz ao mar”. Do areal da sua vasta praia (onde aprendi a andar), miradouro privilegiado sobre Lisboa, hoje um pedaço enegrecido de areia suja, recordo com saudade as tardes de brincadeira de há mais de quarenta anos atrás.
Destas memórias fazem parte, também, os passeios à Costa de Caparica, muito embora sempre tivesse existido uma certa rivalidade entre as gentes de ambas as freguesias, cada qual achando que a sua localidade era a que tinha a paisagem mais bela.
A continuidade do areal, coisa que hoje já não existe, proporcionava longas e saudáveis passeatas à beira da água (às vezes terra dentro, por entre pinheirais, passando pelas praias de S. Pedro, Cova do Vapor e S. João, até à Caparica) e que eram a oportunidade para eu recolher conchas e pedrinhas multicolores que, na volta, pesavam demasiado nos sacos mas que me enchiam de alegria e serviam para decorar o jardim lá de casa.
Vem esta conversa a propósito das últimas notícias sobre a Costa de Caparica. Também ali, por motivo diverso é bem verdade, as praias estão a desaparecer por suposta acção do mar… na Trafaria, tudo aconteceu após a implantação dos silos, instalados na então conhecida por “praia do Rocha”, a minha preferida por ter vários baloiços onde eu passava infindáveis horas baloiçando-me… a olhar o mar e a sonhar (parece que foi hoje, tal a nitidez com que me revejo).
Em ambos os casos podemos dizer, contudo, que há muita responsabilidade e incúria humana… falta de planeamento e, sobretudo, interesses que continuam por explicar.
A terminar, deixo-vos o link para a notícia E ASSIM GANHA O MAR (com texto de H.M. e fotografias de José Lérias) sobre a Costa de Caparica.
terça-feira, 23 de janeiro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário