E retomei o tema porquê? Porque, ainda nem a campanha começou e as idiotices, algumas tocando mesmo a raia do irracional, já estão a aparecer em força. Ora os protagonistas são: o economista César das Neves, e o pároco de Castelo de Vide.
Se o Sim vencer, o primeiro considera que para as mulheres o "aborto vai ser tão normal como o telemóvel" (e na carteira de cada potencial mãe, digo eu, passa a haver um cartão de livre trânsito para uma qualquer clínica abortiva, quiçá com descontos para as repetentes) e o segundo acusa que basta votar sim, ou até abster-se, para "cometer um pecado mortal gravíssimo" e os que o fizerem (volto a salientar: basta votar ou abster-se, nem é preciso, sequer, praticar o acto) ficam impedidos de "casar, baptizar-se e nem poderão ter um funeral religioso" (será que a Igreja vai colocar câmaras de vídeo em todas as mesas de voto? ou pretenderá usar métodos de confissão específicos?).
Chama-se a isto, uma campanha esclarecedora!?! Infelizmente, apesar de o tema ser demasiado sério para brincadeiras, parece que há quem o pretenda transformar numa anedota...
As ilustrações são de Cravo & Ferradura, do cartoonista Bandeira (Diário de Notícias, 19/01/2007).
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