Foi ao entardecer que te conheci. Trazias no rosto o sorriso de quem procura um amigo e nos olhos o brilho do acolhimento sincero.
Eu estava ali, sozinha, embora nem me apercebesse desse facto porque eram muitos aqueles que me rodeavam. Mas ninguém me ouvia…
Sentia-me ausente, triste, sem conhecer a causa para tanta angústia. Os meus gestos eram tímidos e as palavras silenciosas. Talvez por isso, fosse tão difícil que me escutassem.
Quando tu entraste pela porta entreaberta, senti que a sala se iluminara. Mas não consegui aproximar-me de ti. O medo da rejeição fez-me ficar paralisada. Apenas sabia que queria muito que me visses, mas a máscara da timidez escondia o meu corpo e tu passaste por mim como se eu não existisse.
O entardecer já se fizera noite e eu ali, despida, como a árvore de ramos nus que avisto da janela.
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