Tal como o nevoeiro não esconde as misérias de Cacilhas (aliás, serve até para as tornar ainda mais evidentes), também o Código Deontológico dos Médicos Portugueses acaba por ser uma máscara efémera com a qual alguns clínicos pretendem tapar a hipocrisia da sua actuação no que se refere à questão do aborto.
Entre aqueles que reivindicam que o mesmo deve ser objecto de revisão (por ser um regulamento que é mais restritivo do que a própria lei, mesmo a actual, no tocante à interrupção voluntária da gravidez – o que não faz qualquer sentido) e os que afirmam, peremptoriamente e de forma cega (quiçá sinónimo de preguiça em discutir, sem falsos moralismos, uma questão polémica) que não se podem mudar princípios éticos... temos, apenas, a distância da hipocrisia. Da hipocrisia sim, insisto! Porque, como classificar o comportamento daqueles médicos que, nos hospitais se dizem objectores de consciência mas nos seus consultórios privados guardam os princípios e a ética no caixote do lixo?
Mas quando se fala de interrupção voluntária da gravidez, muitos são os que se cobrem com este manto diáfano de enganos. Com eles se tapam todos quantos se servem de mentiras para suportar convicções e é isso que eu não tolero.
Obviamente que sou partidária do SIM (e vou votar, podem crer, embora considere que este não deveria ter sido um assunto referendado na medida em que se trata de opções pessoais e porque a despenalização não obriga ninguém a praticar seja o que for – não me venham com a “treta” da liberalização porque eu ainda sei ler), e respeito aqueles que estão do lado do Não. A ambos apenas exijo que defendam as suas ideias sem recorrerem a ofensas desnecessárias e não utilizem fundamentos baseados em mentiras.
Entre aqueles que reivindicam que o mesmo deve ser objecto de revisão (por ser um regulamento que é mais restritivo do que a própria lei, mesmo a actual, no tocante à interrupção voluntária da gravidez – o que não faz qualquer sentido) e os que afirmam, peremptoriamente e de forma cega (quiçá sinónimo de preguiça em discutir, sem falsos moralismos, uma questão polémica) que não se podem mudar princípios éticos... temos, apenas, a distância da hipocrisia. Da hipocrisia sim, insisto! Porque, como classificar o comportamento daqueles médicos que, nos hospitais se dizem objectores de consciência mas nos seus consultórios privados guardam os princípios e a ética no caixote do lixo?
Mas quando se fala de interrupção voluntária da gravidez, muitos são os que se cobrem com este manto diáfano de enganos. Com eles se tapam todos quantos se servem de mentiras para suportar convicções e é isso que eu não tolero.
Obviamente que sou partidária do SIM (e vou votar, podem crer, embora considere que este não deveria ter sido um assunto referendado na medida em que se trata de opções pessoais e porque a despenalização não obriga ninguém a praticar seja o que for – não me venham com a “treta” da liberalização porque eu ainda sei ler), e respeito aqueles que estão do lado do Não. A ambos apenas exijo que defendam as suas ideias sem recorrerem a ofensas desnecessárias e não utilizem fundamentos baseados em mentiras.
Fotografia:
Largo de Cacilhas, num domingo de nevoeiro (14/01/2007)...
nem assim se consegue esconder a ferida aberta na paisagem que representa a degradação
das instalações da “Leitaria Estrela do Sul” frente ao cais da Transtejo.
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