Na passada quinta-feira (dia 23 de novembro) reuniu a
Assembleia Municipal de Almada.
Na segunda metade do último
mandato (por proposta do Bloco de Esquerda) as reuniões deste órgão
deliberativo passaram a ser transmitidas online (em direito) e a gravação vídeo
disponibilizada no canal do Youtube da Câmara Municipal.
Este foi um avanço significativo
e fundamental na aproximação entre o poder autárquico e os munícipes e permite
que a sindicância cidadã possa ser uma realidade.
Existem, todavia, vários aspetos
a melhorar (como a questão da redação das atas ou a elaboração das minutas) e algumas
arestas a limar no que ao livre acesso à informação diz respeito (por exemplo:
a disponibilização de todos os documentos apreciados pelo plenário).
Quando fui deputada municipal (no
mandato 2009-2013), aquando da
distribuição da ata da primeira reunião (depois da instalação) em que participei,
tendo notado que havia vários aspetos que necessitavam ser melhorados, enderecei
uma mensagem ao então presidente daquele órgão sobre a melhor forma de corrigi-los
e remetendo-lhe, em anexo, aquela
que no meu entender deveria ser a versão final da ata.
Como acabei
noticiando aqui neste mesmo espaço, revelando uma atitude que apelidei de “pedantismo
político”, não obtive resposta oficial e só mais tarde, através de terceiros,
vim a saber o porquê.
Certo é que, desde essa data até
ao presente, as atas da Assembleia Municipal de Almada continuam exatamente como
à época, a necessitar de melhorar os mesmos aspetos. Uma renitência em evoluir
e melhorar a qualidade dos serviços que, sinceramente, me custa a entender.
Tal como a relutância em elaborar
a minuta da ata é uma má prática que temo o atual presidente acabe por manter
pois até à data nem sequer se dignou confirmar a receção da mensagem
enviada pelo grupo “Cidadania Autárquica Participativa” sobre estas
questões.
Sendo a elaboração da minuta da
ata muito simples (e nem sequer requer conhecimentos específicos para o efeito), pode-se desde logo pré-elaborar um modelo com os
elementos conhecidos antecipadamente pela mesa do órgão e depois, no próprio dia (durante o decorrer da reunião) bastaria o secretariado (que entre outras funções de apoio ao funcionamento do órgão é para isso mesmo que serve o staff que lá está) terminar as informações em falta sendo a mesma
ser assinada logo na hora (no final dos trabalhos).
Para que assim fosse possível bastaria
que a funcionária encarregue desta tarefa tivesse à sua disposição um computador
e uma impressora, algo que mesmo não tendo a Assembleia Municipal de Almada
instalações próprias para realizar os plenários, as reuniões descentralizadas não
são um óbice pois este tipo de equipamento pode ser portátil e nem sequer é
dispendioso.
Por outro lado, esta nova maneira
de trabalhar permitiria a disponibilização quase imediata, logo no primeiro dia
útil a seguir à reunião, daquele documento (Minuta da Ata) na página online da
Assembleia Municipal o que decerto traria ganhos no relacionamento com os munícipes.
Por outro lado, o texto em causa
poderia ser ainda mais enriquecido colocando-lhe hiperligações que permitissem
a consulta online de todos os documentos apreciados na reunião. Algo que nem sequer
é complicado de fazer pois que a documentação destinada a ser apreciada em cada
reunião tem de ser conhecida previamente dos deputados e quase toda é, hoje em
dia, em formato digital (e mesmo a que tem o original apenas em papel facilmente
se digitaliza com os meios que decerto existem à disposição dos serviços de
apoio) bastando apenas arquivar o respetivo PDF no servidor da autarquia e indicar
o endereço no texto original da Minuta.
Para demonstrar que isso é possível e
fácil de elaborar, a partir da audição do vídeo da
respetiva sessão criei eu própria um modelo
da Minuta da Ata da reunião da Assembleia Municipal de Almada realizada no
passado dia 23 de novembro (apenas não tem as ligações para os documentos citados pois eles apesar de públicos continuam ainda, lamentavelmente, privados... até à aprovação e publicação oficial da ata daqui por umas largas, demasiadas, semanas), o
qual pode ser consultado AQUI.
Por isso pergunto: porquê esta relutância em elaborar as
Minutas das Atas e em disponibilizar a informação aos munícipes o mais cedo
possível e preferir deixá-los a aguardar meses pelo texto das respetivas atas mesmo
sabendo que essa atitude só contribui para aumentar o desinteresse em relação à
matéria?
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