Numa entrevista
que deu ao jornal Público no dia
10-11-2017, a nova presidente da Câmara de Almada lamentou «que o PCP tivesse apresentado
“contrapropostas” feitas “para serem recusadas” e que não tenha colaborado na
transição do poder.»
Na mesma data, a CDU
– Almada, emitiu e divulgou nas redes sociais um comunicado que designou de
“Nota à Imprensa” tecendo considerações acerca da distribuição de pelouros para
o mandato 2017-2021 afirma que «o PSD não
dispõe de expressão política e apoio eleitoral» que justifique atribuição
de «cargos de gestão e responsabilidades
em áreas tão importantes como a Energia, Clima, Ambiente, Espaços Verdes e
Parques Urbanos, Rede Viária, Manutenção e Logística, e Transportes»
acrescentando ainda que «a composição política do Conselho de Administração dos
SMAS [Liderados pela presidente da autarquia e por dois vogais: um do PS e
outro do PSD] suscita à CDU as mais sérias reservas quanto à garantia do
prosseguimento de uma política de afirmação e defesa intransigente de uma
gestão pública e municipal da água enquanto bem essencial e de primeira
necessidade das populações.»
Numa clara demonstração de
soberba e pedantismo político a CDU termina o texto com a afirmação que segue:
«O cenário desenhado a partir destas decisões de início de mandato,
permite concluir que o caminho seguido pela força política vencedora – o PS –
aliando-se à direita como expediente para garantir uma maioria de eleitos na
gestão da Câmara Municipal que o Povo de Almada não quis, manifestamente,
conferir-lhe, comporta um sério risco rutura com a gestão de rigor, excelência
e solidez prosseguida em Almada pela CDU, que os almadenses bem conhecem e que se
traduz num saldo francamente positivo no que respeita à melhoria das condições
de vida de todos os Almadenses.»
Por isso não é de estranhar a
opinião do vereador António Matos que na sua página do Facebook respondeu à
dúvida de um “amigo” da seguinte forma:
Julgava eu que todos os serviços,
atividades, pelouros, etc. que fazem parte da gestão de uma autarquia tinham
igual importância, em termos de dignidade de desempenho, tal como a têm todos
os postos de trabalho (em funções públicas ou no setor privado), do varredor de
rua ao técnico superior, do assistente operacional ao dirigente.
Assim não pensam os elementos da
CDU – Almada que consideram haver funções que "pertencem" (cabem desempenhar) a uma determinada elite
política e outras sem importância (ou, de "importância relativa", quiçá insignificantes) que caberão a “autarcas menores” exercer, esquecendo-se que também eles já as exerceram nos executivos monocolores que
protagonizaram?
Contudo, como
já aqui denunciámos, o cúmulo da hipocrisia reside na crítica feita ao PS
por este se ter aliado à direita para garantir a maioria absoluta quando isso
mesmo fez a CDU (aliar-se ao PSD), por diversas vezes, em mandatos sucessivos
como aconteceu, por exemplo, na freguesia de Cacilhas (até 2009-2013) e no
mandato 1993-1997 na Câmara Municipal quando a Maria Emília, apesar dos comunistas
terem obtido a maioria absoluta, atribuiu ao vereador do PSD o pelouro do
Turismo.
Imagem dos vereadores da CDU (da esquerda para a direita): António Matos, José Gonçalves, Joaquim Judas e Amélia Pardal) foi retirada DAQUI.
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