segunda-feira, 13 de novembro de 2017

As funções atribuíveis a uma certa elite politica de Almada.


Numa entrevista que deu ao jornal Público no dia 10-11-2017, a nova presidente da Câmara de Almada lamentou «que o PCP tivesse apresentado “contrapropostas” feitas “para serem recusadas” e que não tenha colaborado na transição do poder.»
Na mesma data, a CDU – Almada, emitiu e divulgou nas redes sociais um comunicado que designou de “Nota à Imprensa” tecendo considerações acerca da distribuição de pelouros para o mandato 2017-2021 afirma que «o PSD não dispõe de expressão política e apoio eleitoral» que justifique atribuição de «cargos de gestão e responsabilidades em áreas tão importantes como a Energia, Clima, Ambiente, Espaços Verdes e Parques Urbanos, Rede Viária, Manutenção e Logística, e Transportes» acrescentando ainda que «a composição política do Conselho de Administração dos SMAS [Liderados pela presidente da autarquia e por dois vogais: um do PS e outro do PSD] suscita à CDU as mais sérias reservas quanto à garantia do prosseguimento de uma política de afirmação e defesa intransigente de uma gestão pública e municipal da água enquanto bem essencial e de primeira necessidade das populações.»
Numa clara demonstração de soberba e pedantismo político a CDU termina o texto com a afirmação que segue:
«O cenário desenhado a partir destas decisões de início de mandato, permite concluir que o caminho seguido pela força política vencedora – o PS – aliando-se à direita como expediente para garantir uma maioria de eleitos na gestão da Câmara Municipal que o Povo de Almada não quis, manifestamente, conferir-lhe, comporta um sério risco rutura com a gestão de rigor, excelência e solidez prosseguida em Almada pela CDU, que os almadenses bem conhecem e que se traduz num saldo francamente positivo no que respeita à melhoria das condições de vida de todos os Almadenses.»

Por isso não é de estranhar a opinião do vereador António Matos que na sua página do Facebook respondeu à dúvida de um “amigo” da seguinte forma:


Julgava eu que todos os serviços, atividades, pelouros, etc. que fazem parte da gestão de uma autarquia tinham igual importância, em termos de dignidade de desempenho, tal como a têm todos os postos de trabalho (em funções públicas ou no setor privado), do varredor de rua ao técnico superior, do assistente operacional ao dirigente.
Assim não pensam os elementos da CDU – Almada que consideram haver funções que "pertencem" (cabem desempenhar) a uma determinada elite política e outras sem importância (ou, de "importância relativa", quiçá insignificantes) que caberão a “autarcas menores” exercer, esquecendo-se que também eles já as exerceram nos executivos monocolores que protagonizaram?

Contudo, como já aqui denunciámos, o cúmulo da hipocrisia reside na crítica feita ao PS por este se ter aliado à direita para garantir a maioria absoluta quando isso mesmo fez a CDU (aliar-se ao PSD), por diversas vezes, em mandatos sucessivos como aconteceu, por exemplo, na freguesia de Cacilhas (até 2009-2013) e no mandato 1993-1997 na Câmara Municipal quando a Maria Emília, apesar dos comunistas terem obtido a maioria absoluta, atribuiu ao vereador do PSD o pelouro do Turismo.


Imagem dos vereadores da CDU (da esquerda para a direita): António Matos, José Gonçalves, Joaquim Judas e Amélia Pardal) foi retirada DAQUI.

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