sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Será que daqui vai nascer um livro?

Foto de Giancarlo Duarte no Unsplash

Introdução:

Rita Costa é jurista na câmara municipal X desde 2012. De sólidos princípios éticos, não tolera oportunistas, como a sua colega Joaquina Maldonado, com quem tem discussões quase diárias.

No exercício das suas funções, depara-se com vários casos de favorecimento de empresas e de candidatos para ocupação de lugares técnicos e até cargos dirigentes.

Os indícios que foi recolhendo comprometem o seu chefe, José Vidal (amante de Joaquina), o vereador Rui Antunes (que detém os pelouros da contratação pública e o dos recursos humanos) e até a própria presidente da autarquia, Fátima Balula, ambos do partido Y.

Desenvolvimento:

Com o apoio da amiga Dulce Paiva, deputada municipal da oposição, Rita decide apresentar denúncia ao Ministério Público.

Embora na autarquia todos pensem que foi Dulce Paiva a autora da queixa, Joaquina suspeita que foi a colega quem forneceu as provas e resolve vingar-se. Para conseguir os seus intentos, e de conluio com o amante, acusa Rita de difamação e calúnia levando a que lhe seja instaurado um processo disciplinar que, no entanto, acaba arquivado.

Não contente com esse desfecho, Joaquina faz várias denúncias anónimas ao tribunal acusando a colega da prática de diversos crimes (peculato, violação de correspondência, recebimento indevido de vantagem, entre outros). Rita acaba constituída arguida, com termo de identidade e residência.

Com medo de represálias, os colegas do departamento deixam de lhe falar. Nas redes sociais é alvo de ofensas sistemáticas e na rua sente-se perseguida. Pensa mudar de casa e trocar de emprego, mas o seu pedido de mobilidade para outra autarquia não é aprovado.

Conclusão:

Após terminar a investigação, o Ministério Público avança com o processo para tribunal acusando o chefe do departamento jurídico (José Vidal), o vereador Rui Antunes e a presidente da câmara, Fátima Balula, de vários crimes que indiciam a prática continuada de corrupção.

A notícia sai em todos os jornais locais e nacionais causando indignação na assembleia municipal onde ocorrem acesas discussões entre a bancada que apoia o executivo e os deputados da oposição.

O partido Y retira a confiança política aos seus dois militantes envolvidos no escândalo. O Vice-presidente da câmara assume o cargo de presidente e um novo vereador toma posse.

José Vidal perde a comissão de serviço acabando por ter de voltar ao lugar de origem, numa autarquia vizinha, e Rita Costa é nomeada, em regime de substituição, para ocupar esse lugar.

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