quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fraude eleitoral em Cacilhas? De quem é a responsabilidade?

Afinal os resultados das eleições presidenciais em Cacilhas sempre são um caso de polícia. Embora provisórios, é um facto, os dados oficiais apresentados pela Administração Eleitoral, DGAI (Direcção Geral da Administração Interna) contêm um lapso gravíssimo:
Manuel Alegre apresenta menos 638 votos, número que foi contabilizado como abstenção.
Exactamente! Nem mais: Manuel Alegre não teve 113 votos mas sim 751!
Esta situação acaba por alterar as percentagens dos outros candidatos, na medida em que a abstenção diminui substancialmente, como podem verificar pelo quadro acima.
Não acredita? Veja o mapa que a seguir se apresenta, com as contagens por mesa de voto, afixado na vitrine da Junta de Freguesia de Cacilhas.
Hoje, na Assembleia de Apuramento Geral, o caso desta freguesia foi analisado em pormenor e verificou-se que estava tudo correctamente assinalado nas actas respectivas. E recontados todos os votos, os valores coincidem, não com os dados provisórios apresentados pela DGAI mas com o mapa apresentado pela Junta de Freguesia.
Além dos sérios problemas com o cartão de cidadão, e que impediu muitas pessoas de votar, ainda fazem mais esta. Mas que irresponsabilidade!
A bem da verdade, há que apurar em que ponto do circuito houve a falha na transmissão dos dados.
O lapso não foi cometido nas Mesas de Voto. E não acredito que fosse da responsabilidade da Junta de Freguesia pois, caso contrário, não iriam afixar a "prova do crime" na vitrine das suas instalações para que todos vissem.
Mas algo aconteceu na noite das eleições que fez "desaparecer" 638 votos de Manuel Alegre.
E esta ocorrência deixa-nos uma dúvida: quantos mais casos como este se terão passado no país? Qual o reflexo nos resultados nacionais?
Que confiança podemos ter no sistema quando o nosso voto, validamente expresso num candidato, é tratado como abstenção?
Quem foi o responsável? Num caso como este a culpa não pode morrer solteira. Está em causa a credibilidade do acto eleitoral. Ou seja, as bases da democracia estão fragilizadas pela dúvida instalada.

35 comentários:

Augusto disse...

Obrigado Ermelinda, desde Domingo á noite que ando a bater-me por esclarecer este caso, parece que finalmente se começa a tentar resolvê-lo.

EMALMADA disse...

Pelos vistos, a democracia já não é o que devia ser!
Quem estará interessado nesta máscara de democracia que temos?

Minda disse...

Augusto:

Informaram-me que a candidatura do Manuel Alegre já solicitou, na Assembleia de Apuramento Geral, esclarecimentos com vista ao apuramento da verdade.

Minda disse...

EmAlmada:

Com acontecimentos destes ficamos a duvidar de tudo. Mas, por outro lado, se o "lapso" foi detectado isso significa que ainda há esperança...

Carlos Alberto disse...

Lembram-se da eleição de Pedro santana Lopes para a CMLisboa pela diferença de 856 votos?
Lembram-se dos "problemas" que houve com os votos, "problemas" esses que acabaram por dar a vitória ao candidato PSL.
Lembram-se, não é? É que aparentemente o esquema será o mesmo, situação retratada no livro "Eleições viciadas ?" de João Ramos de Almeida.
A situação descrita passou-se em Dezembro de 2001.

Augusto disse...

Carlos Alberto este caso tem outros contornos.

A Junta de Freguesia de Cacilhas é CDU, e estou certo que não prejudicariam o Manuel Alegre.

No caso do Pedro Santana Lopes tratou-se da Freguesia de Alvalade que era PSD, e que até hoje os votos dessa eleição nunca foram validados.

Carmen Godinho disse...

Esta situação deixa-me, deveras, assustada.
Afinal de que vale o meu voto?
Como podemos confiar nos resultados "oficiais"?
Se em democracia se perde ou ganham eleições por um voto apenas, que dizer de 638votos "perdidos"?
É fundamental que se apure o que se passou. Quem foram os responsáveis. E mais do que isso, é preciso garantir a segurança do sistema.

M.S.Barão disse...

O que me está a parecer não è “Fraude eleitoral em Cacilhas”, porque a Assembleia de Voto de Cacilhas apresentou os resultados correctamente, mas o que aconteceu a partir daí.
Se aconteceram destas em mais sítios, ou seja, não houve tanta abstenção, isso poderia significar uma segunda volta, e então o caldo estaria entornado.
Esperemos pelas cenas dos próximos capítulos.
Para já, está-me a parecer que o meu voto e mais uma data deles foram contados como abstenção, e eu não me abstive, até votei e no Manuel Alegre.

Toonman disse...

a DGAI já alterou os resultados provisórios em cacilhas para 565 votos em MA. Ainda assim abaixo dos 751.
Esperemos pelos definitivos.

Augusto disse...

A ser verdade,Toonman , e até agora não houve qualquer alteração aos resultados oficiais, a barraca ainda é maior.

Primeiro davam-lhe 113 votos o mesmo numero do Coelho.

Agora diz que lhe dão 565 os votos de Fernando Nobre.

Se calhar até ao fim do dia aindalhe atribuem 1173 que é a votação do Cavaco.

Mas quem serão os incompetentes que estão a digitalizar as votações. e que confiança pode haver nessa gente.

Carlos Alberto disse...

Augusto,
Como complemento ao que escrevi, e com base no livro e imprensa da época, “alguém, algures entre o apuramento nas freguesias e a comunicação ao Governo Civil, alterou os resultados eleitorais de 27 das 53 freguesias do concelho de Lisboa”.
Ainda segundo a imprensa daépoca, “alguém, algures entre o apuramento nas freguesias e a comunicação ao Governo Civil, alterou os resultados eleitorais de 27 das 53 freguesias do concelho de Lisboa”.
Um dos casos mais complicados foi o incidente verificado na freguesia de Marvila, o qual só divulgou os dados depois das 23H00.

EMALMADA disse...

Provavelmente razão tem o candidato madeirense José Manuel Coelho, quando disse que as eleições deveriam ser repetidas!

Será que temos uma máfia a dirigir o País?

Tudo isto, depois de o haverem privado nos debates televisivos (ao J.M. Coelho que obteve cerca de 4,5% dos votos expressos e foi o 2º na Ilha da Madeira) nada abona em respeitabilidade a esta democracia instituída em Portugal nem à sagrada comunicação social que o segregou e desvalorizou.

Não venha agora o sr. Alberto dizer que o Coelho (José Manuel) é extrema direita!
Sabemos que democracia vigora na Madeira e os herdeiros discípulos PS e PSD que a mesma tem no "contnente".

Toonman disse...

estive a olhar para aquilo e parece-me uma simples duplicação de dados.
JC e MA com a mesma entrada.
é ver se há mais freguesias onde a coisa acontece.

Anónimo disse...

Verifica-se trapalhada a mais.
Já n vou pela frase do costume: "Isto é muito grave", já n diz nada, está gasta.

Almerinda Teixeira

Churchill disse...

Nada como um "caso" para entreter as hostes, e esquecer que perderam as eleições.
A esquerdalha em definitivo não sabe perder.
Por aqui se vê, se um dia tivermos o azar de se sentarem no poder, fazem disto uma democracia cubana.
.
Ermelinda
Então e consequências?, é desta que a vejo a pedir a demissão dos funcionários incompetentes?.
Já agora a pergunta é extensível aos restantes contestatários.

Até logo

Sabichão disse...

Ganhe quem ganhar é só uma troca de música pois o disco continua sempre o mesmo.

Estes casos juntamente com a Casa Pia são uma telenovela para o povo se entreter enquanto nos roubam.

Só com um golpe de estado é que resolvemos isto.

Até lá continuarei a defender os meus dois partidos, o Benfica e a Abstenção. O resto é paisagem.

Augusto disse...

Caro senhor com nome de antigo primeiro-ministro inglês.

Se o caso fosse com o candidato do BPN , certamente seria o senhor a gritar aqui-del-rei.

Sou um cidadão atento, e quero que este assunto de Cacilhas seja rectificado, a bem da democracia, e de todos aqueles que votaram Alegre, e viram os seus votos evaporarem-se.......

Quanto ás suas outras considerações , não me merecem qualquer comentário, elas descrevem bem , o que é a direita trauliteira e revanchista em Portugal.

Churchill disse...

Caro senhor com nome de imperador romano

Não sou representante nem defensor da direita portuguesa, mas terei todo o gosto em responder.
Não sendo apreciador da hipocrisia, acho que quem pede tão afirmativamente que se descubra a verdade, deve querer que se tirem as consequências.
Se há culpados tem de haver condenados, na medida da dimensão do erro.

Ate a Ermelinda costuma querer demissões, no caso dela de autarcas e de dirigentes da CMA, o que já é alguma coisa.

Até já

Minda disse...

Carlos Alberto:

Lembro-me perfeitamente desse caso.
Mas em Cacilhas ainda não se apurou o que terá acontecido. Seja o que for, demonstra a fragilidade do nosso sistema eleitoral. E, por outro lado, mostra como devemos ser exigentes.

Minda disse...

Carmen,

Perfeitamente de acordo.
Faço minhas as tuas palavras.

Minda disse...

Manel,

Tens razão na observação quanto à questão da fraude.
De facto o problema está mesmo no que aconteceu depois, com a introdução dos votos na base de dados. Aqui em Cacilhas as coisas foram demais evidentes e, por isso, acabaram por ser notadas. Mas poderá haver locais em que a diferença não levante suspeitas… e “grão a grão”…
Também espero que a situação não se fique por aqui e se descubra o que se passou. A seguir é preciso responsabilizar quem errou.

Minda disse...

Toonman,

Acabei de ir consultar o endereço http://www.presidenciais.mj.pt/territorio-nacional.html e os dados de Cacilhas continuam, afinal, exactamente iguais à noite das eleições.
E não me parece que a coisa tenha sido assim tão simples. Mas se tivesse sido, é de uma grande irresponsabilidade, na mesma.

Minda disse...

EmAlmada,

Pois é, na nossa democracia o défice de credibilidade começa a ser preocupante.
E isto só se altera se todos nós passarmos a ser mais atentos e mais exigentes…

Minda disse...

Almerinda,

È mesmo trapalhada demais.
Até custa a crer como é possível que aconteça.
Espero que nos faça “abrir os olhos”.

Minda disse...

Churchill,

Para quem tanto opinou acerca dos resultados iniciais (errados), tem piada vir agora com essa conversa, peço desculpa, mas tenho mesmo de o dizer, idiota.
E muito me espanta que, para si, exigir a reposição de um erro seja sintoma de mau perder. Sim senhora, ideia interessante esta. Coerente, não aja dúvida. Uma posição honesta e séria é evidente. Gostava de saber: se o erro tivesse sido na votação dos seu candidato o que faria?
Consequências? Que sejam apuradas responsabilidades e se aplique a pena na proporção devida. Se tiver que haver demissão, que assim seja.

Minda disse...

Sabichão,

E que tal o povo deixar de ser indiferente? Que tal passar a cumprir os seus deveres de cidadania?

Churchill disse...

Ermelinda
Mas que falta de chá

Primeiro os comentários que fiz foram às suas afirmações, e na suposição que o Cavaco tinha tido 34%, o que afinal até passou. A questão era a sua leitura dos votos de abstenção, e não outra coisa. Vá lá ler melhor e aqui aguardo as suas desculpas por me ter confundido com outro.

Depois o que é relevante é a eleição nacional, ninguém votou para a junta de freguesia de Cacilhas. Mas se quiser ir por aí, e as eleições fossem transponiveis, lá teria um presidente de junta de direita, pois apesar de tudo parece que o Cavaco foi o mais votado!

De resto, mantenho tudo, pois esta conversa é resultado de uma derrota estrondosa que a sra quer disfarçar, com lutas quixotescas contra moinhos de vento.
Gosto de ver que defende a demissão do culpado, por um erro que pode ser de simples engano a passar números de um papel para um portal. O que seria se fosse mesmo de alguém que montou um esquema, talvez a pena de morte, não?

Até logo

Sabichão disse...

Concordo com o utilizador SHURCHIL. O mais provavel é terem copiado os votos do Coelho para o Alegre. A abstençao é uma uma soma aritmética eleitores menos os votantes e por isso o valor sai automáticamente. Não vamos fazer um copo de água numa tempestate.. Deixem o pessoal trabalhar que ganham 76 euros para isso.

É verdade que muinta gente incluindo ue se desinteressaram pela política mas é como digo enquanto estivermos neste sistema de uns trabalharem para enxer a pança dos ourtros nas paçamos da sopa torta.

Para qué preocuparme com uma causa perdida: Portugal

Minda disse...

Churchill,

O senhor espanta-me Ou nem por isso. Deu-me foi vontade de rir!! Enfim...

Erros como o que aconteceu em Cacilhas (de mais de seis centenas de votos de um candidato "perdidos"), fossem cometidos noutras freguesias (o que desconhecemos) e só interessam para uma eleição da Junta? Francamente... não posso deixar de voltar a dar uma boa gargalhada.

Primeiro: eram Presidenciais.
Segundo: se fossem autárquicas, não se vota para a Junta mas para a Assembleia de Freguesia.
Terceiro: o apuramento nacional é o resultado do apuramento por mesas, nas freguesias.

Ou seja, um erro cometido nas contagens das freguesias, dependendo da sua dimensão (638 votos aqui, mais uns ali, outros acolá...) interfereno resultado nacional sim. E mesmo que não se alterem as posições dos candidatos é bom que o sistema seja fiável. Pois havendo estas dúvidas e em caso de eleições legislativas (mas, sobretudo, autárquicas) os resultados podem significar a alteração de posições... por um voto se ganha, por um voto se perde. Certo? Em Cacilhas, tivemos 638 votos de "lapso".

E tem piada a sua nova posição de tolerância para com os incompetentes que você tanto condena. Agora os erros cometidos são meros descuidos, com os quais devemos ser magnânimos. Tem piada realmente. Muita piada. A seguir venha-me falar de coerência...

Quanto ao resto do seu comentário, nem sequer merece qualquer referência.

Minda disse...

Sabichão,

Tempestade num copo de água?
Gosto de ver como defende a falta de fiabilidade do sistema eleitoral.

Churchill disse...

Ermelinda
É sempre com satisfação que contribuo para alguma da sua alegria, tão escassa no meio de constantes angustias e conspirações.

Sem que abandona o riso, pode no entanto ver o que escrevi lá para trás, e vai perceber que a partir do derrota do poeta, deixei de me interessar muito por isso. Fui educado a não pisar os fracos, a ter piedade dos perdedores.

O que disse foi que a tentativa de diminuir uma vitoria por maioria absoluta com recurso a uma contagem abusiva da abstenção não fazia sentido, e continua a não fazer.
Mas sobre isso já sei que vai divagar e falar de outra coisa qualquer, como é seu hábito.

Da tolerância percebeu mal, eu continuo a julgar que as pessoas têm de ser responsabilizadas, a sra, o seu partido e o seu sindicato é que costumam defender os parasitas, e exigir promoções aos incompetentes, e querer aumentos só porque as pessoas têm despesas.
Em todo o caso procuro adequar as penas aos ilícitos, e por um erro administrativo, corrigindo, creio que uma repreensão escrita basta.

Até logo

Minda disse...

Churchill,

Leia o texto do Dr. Mário Quartin Graça, ex-conselheiro cultural em Brasília e Madrid (e actual consultor da Casa da América Latina), «Abstenção, declínio da participação cívica e voto obrigatório», na edição do semanário Sol de hoje.

Destaco as frases a seguir transcritas:

«A Comissão Nacional de Eleições indicou haver em Portugal 9.629.630 eleitores. Tendo em conta que em 2010 havia uma população estimada em 10.699.810, da qual 15,6% correspondiam a menores de 14 anos e 12,6% a pessoas entre os 15 e os 24 anos, pode-se contabilizar, sem grande margem de erro, os cidadãos sem capacidade eleitoral em cerca de 20%, o que faria descer o número de possíveis eleitores, se todos estivessem recenseados, para cerca de 8.560.000.
Assim, a abstenção nas eleições de domingo teria sido de cerca de 48% e não os 53,37% anunciados. De qualquer forma, há que notar uma questão um tanto preocupante, que passo a expor:
Se tivermos em conta os números referidos, Cavaco Silva foi eleito em 2011 por cerca de 26% dos cidadãos recenseados e o primeiro-ministro José Sócrates, ou melhor, o PS, obteve em 2009 cerca de 24% de votos dos possíveis eleitores. Ou seja, perto de três quartos dos portugueses com capacidade eleitoral não escolheram nem um nem outro para chefiar e governar o seu país.»

Quanto ao resto, não se trata de menorizar uma vitória mas, antes, de mostrar que ela não é assim TÃO significativa como querem dar a entender, embora lhe seja reconhecida toda a legitimidade democrática para o exercício do cargo.

Assim como exigir a correcta reposição da contagem dos votos é, apenas, o cumprimento do dever de rigor e transparência a que deve obedecer a Administração Eleitoral, trate-se do caso de um candidato vencido ou fossem votos no candidato vencedor.

E se tivesse lido com atenção o que eu disse acerca da responsabilização de quem cometeu o erro não estava a escrever o que escreveu. Só mostra, aliás, que há muita leviandade nas suas opiniões. Disse e repito: «Consequências? Que sejam apuradas responsabilidades e se aplique a pena na proporção devida. Se tiver que haver demissão, que assim seja.»
Sabe o que é aplicar uma pena na proporção devida? Trata-se de apurar os factos e em função do grau de responsabilização assim adequar a sanção. Percebeu? E a demissão aparece como hipótese… se tiver de ser! Ou seja, se a gravidade do que for apurado o justifique. Entendeu?

Anónimo disse...

O comentador "churchill" não deve ser levado a sério.
Pelo que já lemos é só para chatear que o individuo(a) anda a tentar escrever coisas engraçadas...

Minda disse...

Não se preocupe.
Se o objectivo do homem é esse, está longe de o atingir.

jorge disse...

O poeta MA é em si uma fraude, leiam :


http://novoadamastor.blogspot.com/2011/01/exs-camaradas-amigos-e-conhecidos.html

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