sexta-feira, 3 de julho de 2009

Mas que país é este, afinal?

Imagem retirada DAQUI
Gesto ordinário (no sentido mais pejorativo da palavra), ofensivo e mal-educado, mas também de extrema arrogância, demonstrativo da falta de respeito do Ministro da Economia por um parlamentar da oposição. Aconteceu ontem na Assembleia da República e no fim da sessão a pasta daquele ministério já passara para as mãos de Teixeira dos Santos (Ministros das Finanças).

Passaram poucas horas deste lamentável incidente (nem ainda 24) e parece que já lá vai mais de uma semana, tanto se tem falado no assunto. Aliás, nem eu própria resisti a tê-lo como tema do artigo de hoje.

Sem querer menorizar aquele acto e a leitura política que dele se deve fazer (o impacto já passou fronteiras e consta da imprensa internacional, por exemplo do Brasil e de Espanha, onde a imagem do Governo acaba por estar a ficar ridicularizada – o que é muito mau para Portugal), tudo isto acaba por ser o resultado da intolerável crispação verbal que domina no discurso dos nossos deputados e governantes.

O gesto é condenável, sim! Mas, também, muitas das palavras utilizadas nos discuros, as posturas de alguns deputados durante o plenário, o baixo nível da troca de acusações entre partidos (e não é preciso utilizar palavrões para baixar a qualidade da oratória)...

Uma vergonha, evidentemente! Mas que país é este, afinal?

16 comentários:

Vera disse...

Realmente uma vergonha para o país!! É assim que vai a nossa economia...

Minda disse...

Vera:

É o culminar do estilo de política que em Portugal se tem feito nos últimos anos. E não é só no parlamento nacional... felzmente há, ainda, muitos políticos que abominam este tipo de comportamentos (em todos os quadrantes). Por isso, acredito que ainda há esperança de isto mudar.

Anónimo disse...

Eis que o verniz estalou completamente e, com mais esta sessão de estupidez contagiosa, a AR deu mais uma mostra de como faltar ao respeito aos portugueses.
Nomeada e principalmente o ex ministro (agora é ex) que foi ordinário.

Anónimo disse...

O Ministro Manuel Pinho nunca foi uma criatura que merecesse a minha especial simpatia... Sempre o considerei demasiadamente ligado ao poder bancário e muito vaidosito.
Mas, francamente, ontem só achei que ele fez o gesto certo no momento e local errado.
O gesto dele, muitos portugueses como eu gostariam de o ter feito àquele provocador do PCP e a outros como ele.
Veio depois a dar ares de dama ofendida, mas se todos soubessem as provocações que eles fazem talvez houvesse maior compreensão da opinião pública.
Claro que o Cavaco veio dogo solidarizar-se com o Parlamento, mas ainda há pouco tempo disse dos parlamentares que são incapazes de legislar com sabedoria, e mais umas tantas baboseiras.
Claro que agora a Comunicação social vai usar e abusar daquela imagem, como fazem os ociosos que têm falta de freguesia.
Que país este!

Anónimo disse...

Quer dizer, se os "cornos" fossem mostrados a outra pessoa qualquer era uma atitude incorrecta. Mas como a cena foi com um sujeito que é do PCP o anónimo considera aceitável.
Mas que mentalidades estas!

Minda disse...

Observador:

Há pessoas que, pela responsabilidade dos cargos que ocupa, não podem "perder as estribeiras"... o gesto de Manuel Pinho é imperdoável. Mesmo que tivesse tido motivos para ficar irritado, perdeu toda a razão ao reagir daquela maneira.

Cenas vergonhosas começam a ser hábito (há troca de "mimos" que são quase equivalentes à "tourada" de ontem) num parlamento cada vez mais longe daquilo que deveria ser...

Minda disse...

Anónimo das 15:00

Este incidente veio mesmo a calhar ao PCP e vão explorar ao máximo o acontecimento... (como, aliás, o PS fez com Vital Moreira e de nada lhe serviu).

É a política no seu pior... e isto nada tem a ver com a condenação dos actos em si. Um retrato de Portugal que não nos deixa ficar nada bem e torna cada vez mais difícil recuperar a credibilidade de uma instituição como a Assembleia da República, pedra basilar da nossa democracia.

Minda disse...

Anónimo das 17:16

Fosse com quem fosse, para mim a cena seria sempre condenável, que isso fique bem claro.

Mas que no parlamento há deputados que usam uma linguagem inadequada, cheia de provocações veladas e de insinuações mais ou menos directas lá isso há... não desculpa cenas como a de Manuel Pinho, mas elas são o resultado da crispação política e da falta de educação de muitos parlamentares.

Enfim... que tristeza de parlamento nós temos!

Anónimo disse...

Eu já vi o Presidente da Junta de Cacilhas a dar murros na parede e usar palavras inapropriadas, em plena Assembleia de Freguesia, indignado com as palavras que a senhora escreveu num jornal local e não a vi reagir com tanta indignação, como no caso presente.
Ao nosso pequeno nível não será identico?
Um cidadão de Cacilhas

Miguel disse...

Que o gesto do senhor Manuel Pinho foi vergonhoso não restam duvidas, provocado ou não. O que eu noto e abomino é ver sistemáticamente - e ontem voltou a constatar-se - é uma total falta de respeito e educação na forma como os deputados dos diferentes partidos e os ministros se dirigem entre si, quer em palavras ofensivas ou irónicas, quer em gestos tão graves ou mais que aquele par de chifres. Será que as pessoas que teoricamente deveriam ter em mãos o destino do país (governo e oposição) não conseguem dialogar como pessoas educadas, discutir ideias, em vez de atacarem pura e simplesmente qualquer proposta contrária? Assim não vamos lá, seguramente.

Minda disse...

Cidadão de Cacilhas:

Ao nosso pequeno nível, diz e bem, que já se assistiu na Assembleia de Freguesia de Cacilhas a discursos "menos próprios"... em particular o senhor Presidente da Junta, é bem verdade.

Mas quem lhe disse que eu não me senti indignada? Acha que mostrar indignação era, exactamente o quê?

E, depois, a que cena se está a referir? A que veio na sequência do artigo sobre o Almaraz, em Abril deste ano?

E saberá o senhor que, no fim da reunião, o senhor Presidente da Junta me veio pedir desculpa por se ter excedido? Não sabe, nem teria que saber, pois claro (embora eu o tivesse noticiado no blogue http://be-cacilhas.blogspot.com) mas foi um facto.

Por isso, nada mais tenho a dizer sobre o assunto.

Minda disse...

Miguel:

Tens toda a razão. Existe uma grande falta de respeito no tratamento entre parlamentares, o que é de lamentar.

Anónimo disse...

Senhora Drª. Ermelinda, as desculpas do senhor presidente da Junta de Cacilhas, a si, pessoalmente não devia deixá-la satisfeita. Ou não considera que as desculpas deveriam ser apresentadas no mesmo órgão, tal como foram provocadas?
O seu sentido de justiça desta vez está um bocado rombo...
Eu, como cidadão não sinto que as desculpas que ele lhe dirigiu me tenham abrangido, nem aos outros membros da Assembleia.
Mas isto sou eu que tenho um sentido crítico nada faccioso e que analiso os factos com bastante distanciamento.
Não se mostre tão submissa, que isso não tem sido a marca do partido que a senhora representa e quer continuar a representar, segundo sei!
o tal cidadão de Cacilhas

Anónimo disse...

"Cavaco poderia ter ficado calado mas como estava em causa a demissão de um ministro de um governo contra o qual se bate aproveitou para tecer um comentário bafiento sobre o respeito pelas instituições. Só é pena ter-se esquecido de que o maior desrespeitador das instituições da República é um tal João Jardim a quem ele recentemente teceu os maiores elogios.

Pura hipocrisia e oportunismo político."
in http://jumento.blogspot.com/
e eu tambem concordo!
O tal cidadão de Cacilhas

Minda disse...

Caro cidadão de Cacilhas:

Sendo uma pessoa atenta ao que se passa na Assembleia de Freguesia de Cacilhas, e se se sentiu assim tão vexado com o comportamento do senhor Presidente da Junta, porque não se manifestou? Porque se manteve calado? Não dei por ninguém se manifestar da forma veemente como o senhor acha que seria adequado à gravidade que imputa ao assunto...

Se o período do público já passara (presumindo que não seja um dos membros da AF), poderia ter ido à reunião seguinte e marcar a sua posição sobre o assunto. Mas, no entanto, não o fez.

Vem, agora, porque eu considerei indigno o gesto do ex-Ministro, tentar mostrar que o faço apenas porque ele é do PS, enquanto o Presidente da Junta é CDU? É isso?

Além dessa torpe suspeita, quem é o senhor para ajuizar sobre aquilo que me deve ou não deixar satisfeita? Com que direito se julga para vir aqui dar-me orientações sobre a melhor forma de eu agir?

Aliás, quem é você, digníssimo ANÓNIMO, para tecer considerações acerca do meu sentido de justiça? Considera-o rombo? Pois eu ao seu nem o pretendo sequer qualificar... para quem lhe falta a coragem para se assumir neste blogue e, pelos vistos, na AF, não merece sequer que me preocupe em classificar a sua atitude.

Fala em sentido critico faccioso? Diz-me ser esse o meu, medindo-o, com certeza, pela sua bitola e vendo-se ao espelho. Assim como qualifica-me de submissa!! e que analisa os factos com distanciamento... Essa é mesmo para rir! Por isso, a estas palavras dou-lhes a importância que elas merecem... NADA!

E sobre o meu trabalho na AF ele continuará a pautar-se como até ao presente e dele irei dando notícas no espaço devido (blogue http://be-cacilhas.blogspot.com) e por lá ficam os documentos e notícias que atestam a qualidade da minha prestação como autarca do BE, o único partido representado na Assembleia de Freguesia que presta contas regularmente, desde o início do seu mandato, aos cidadãos de Cacilhas.

Minda disse...

Caro anónimo, Cidadão de Cacilhas:

Não li o blogue que cita. Mas pelo que ouvi nas notícias, também acho que o Presidente da República perdeu uma boa oportunidade de estar calado...

Todavia, no que toca a Alberto João Jardim, não é apenas o PSD que tolera as suas aleivosias... ao fim e ao cabo os restantes partidos olham-no como uma aberração e acabam por ser bastante brandos nas críticas que lhe fazem...

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