sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Será só incompetência?




As obras do MST em Almada estão mesmo enguiçadas:

Começaram com dois anos de atraso;

Há que pagar milhões de euros a título de indemnização à concessionária;

Os parques de estacionamento (dissuasores e para os residentes) não foram feitos a tempo;

O traçado tem pontos críticos ainda não totalmente esclarecidos (caso do "triângulo da Ramalha" e do terminal em Cacilhas);

O projecto, na Av.ª 25 de Abril, por exemplo, oferece sérias dúvidas no que toca à circulação de veículos (as linhas ficam no centro da via, em piso sobrelevado, com uma única faixa de rodagem lateral em cada sentido - caso um carro pare, com uma avaria ou por outro motivo qualquer, lá fica o trânsito todo encalacrado… e se for necessário passar uma ambulância?);

O estudo integrado das acessibilidades não é conhecido (conjugando os vários tipos de transportes públicos e os seus percursos urbanos) deixando muitas questões por esclarecer como: se os autocarros vão deixar de circular entre a Av.ª 25 de Abril e a Nuno Álvares Pereira, de que forma se irão fazer as ligações até às Torcatas, Cristo Rei, Pombal, etc. etc.?

Os custos para os utentes são uma incógnita, sabendo-se apenas que o impacto dos preços dos bilhetes antes e depois do MST sofrerá um agravamento substancial na medida em que algumas viagens que hoje se fazem utilizando um único autocarro terão de passar a ser feitas recorrendo ao MST e a carreiras urbanas. Além disso o "passe intermodal", conhecido como "passe social", parece ficar de fora, ou seja, há que ter múltiplos títulos de transporte para circular em Almada?

Pensam que terminou a apresentação das chagas deste projecto? Não!?! Até num acto tão simples como deveria ser o da atribuição de cartões de residente, a confusão está instalada na freguesia de Cacilhas:
Além de pedirem demasiados documentos (só para comprovar a morada são precisos três), não basta que o requerente apresente os originais para que a autarquia confirme a veracidade das informações, ficam com fotocópia dos mesmos mas querem uma declaração de conformidade e, mesmo assim, têm a lata de desconfiar dos moradores e acabam por lhes exigir uma declaração conferindo plenos poderes à ECALMA (a empresa municipal responsável pela gestão dos estacionamentos no concelho) para investigar a veracidade dos elementos fornecidos, como e quando quiser, o que levou vários moradores a apresentarem denúncia na Comissão Nacional de Protecção de Dados a qual, entretanto, já informou uma das queixosas de que fora instaurado um processo de averiguações para apurar o que se está a passar.

Francamente: isto é incompetência a mais, técnica e politicamente falando. Ou trata-se de vícios da arrogância de décadas consecutivas na cadeira do poder?

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