A propósito do tema que dá título ao artigo de hoje, vêm-me
à lembrança dois livros de que já vos tinha anteriormente falado: GESTÃO DE INCOMPETENTES e O CULTO DA INCOMPETÊNCIA.
E repesquei um
outro texto escrito em 2016 (e no qual colocava a pergunta que hoje vos volto
a deixar) por achar que a questão da incompetência está subjacente às temáticas
tratadas nos últimos artigos (sobre
contratação pública), mas em particular no caso do tal trabalhador autárquico
que por
compadrio político-partidário acabou como professor universitário (uma
situação já denunciada ao Ministério Público).
Por que é que os incompetentes não conseguem perceber
que são incompetentes?
Procurei e encontrei na internet uma definição que sintetizo
assim:
Trata-se do chamado efeito Dunning-Kruger e o seu princípio é o de
que quanto mais incompetente uma pessoa é
menor capacidade tem para reconhecer a sua própria incompetência.
Mas este tema (incompetência) não ficava completo sem umas
palavras sobre o Princípio de Dilbert (e que veio substituir um outro: o
Princípio de Peter):
“Os mais ineficientes são
sistematicamente colocados onde podem causar menos danos, isto é, em cargos de
gestão.”
Um resumo interessante sobre ambos os princípios, é feito no
blogue de Joaquim Nogueira e pode ser lido AQUI
por isso não me adianto mais sobre a matéria.
Acrescento apenas que os mais incompetentes apenas serão colocados
no topo da carreira se à sua condição de ineficiência profissional juntarem uma
boa cunha em termos políticos. A maioria fica-se por um percurso oportunista,
mas sem chegar a lugares de topo embora acabem por beneficiar da ineficiência
da gestão pois os incompetentes tendem a ser solidários entre si.
Mas se julgam que estas personagens não têm escolaridade ou apenas
a têm ao nível mais básico, estão enganados. Não! A maioria tem cursos
superiores, muitos têm mestrados e há aqueles que até doutoramentos têm, embora
por vezes, é certo, não consigamos perceber como conseguiram conquistar tais
graus académicos tal é a inépcia que evidenciam na aplicação conhecimentos que,
supostamente, deveriam ter adquirido, mas que, depois, são incapazes de aplicar
na prática profissional.
Conheci vários casos destes. E, todos eles (e elas) evidenciavam
um enorme complexo de superioridade e julgavam-se seres de uma inteligência
superior à média. Incapazes de assumir a responsabilidade pelos sucessivos
erros cometidos no desempenho das suas funções (pois nunca admitiam, mesmo
colocados perante provas irrefutáveis, ser os autores da asneira),
consideravam-se sempre uns injustiçados e alvo da inveja de chefes e colegas.
Ainda assim, vão-se mantendo nos lugares que ocupam devido à
inércia da administração e/ou porque protegidos por dirigentes partidários ou
chefias também elas incompetentes, acabando por comprometer o prestígio das
entidades onde exercem funções.
Porque eles andam por aí e são mais que muitos. Por isso é
necessário saber lidar com estas questões. Este livro [Gestão de Incompetentes,
de Gabriel Ginebra] dá uma ajuda, embora reconheça que não é tarefa fácil...
sobretudo quando os incompetentes são, precisamente, aqueles que têm o poder.
“A gestão de incompetentes
tornou-se num dos temas centrais do mundo empresarial - e não se ensina nas
escolas de gestão. A forma como se lida com a incompetência, própria e alheia,
é determinante para a obtenção de resultados e para a manutenção de um clima
motivacional nas empresas. Partindo de um método prático, o presente livro
reparte-se em três grandes áreas: Reconhecer a incompetência; diagnosticar os
diversos tipos de incompetências e tratar as incompetências. Este método,
permite descer à origem dos problemas, agir com pedagogia e gerir
emocionalmente o colaborador até à sua "recuperação". No fim do
processo, o dirigente terá conseguido: Tratar as incapacidades; melhorar o
relacionamento interpessoal e empresarial; promover o potencial dos seus colaboradores
e melhorar os resultados globais da empresa.”
“O povo gosta que os seus
eleitos se lhes assemelhem, que tenham os sentimentos e as paixões populares.
Porém
governar é uma arte e pressupõe uma ciência; mas, a representação do país, está
reservada aos incompetentes, representação que tudo quer fazer e faz tudo mal,
governando, administrando e espalhando a incompetência e a paixão no governo e
na administração. Assiste-se hoje ao espetáculo de um povo governado por homens
sem arte nem ciência, escolhidos precisamente por essas qualidades negativas.” (…)
"O culto da
incompetência é como uma nódoa de azeite: propaga-se por contágio, sendo
bastante natural que, sendo endémico, seja também epidémico, e que,
encontrando-se no centro e núcleo do Estado, isto é, na constituição deste se
transmita e alastre nos hábitos e costumes do país."
Estas são afirmações de Émile Faguet, autor do livro O culto da incompetência, uma obra cuja
leitura vos aconselho vivamente.
E não, não está a falar da situação política de hoje... é que este
texto tem, imaginem... mais de 100 anos. Sim, mais de 100 anos! Mas bastante atual.
Infelizmente, não é?
3 comentários:
Então o comunista parasita, Mamede, que explorava os trabalhadores com contratos, a mulher têm um porche está na camara de sesimbra a chupar dinheiro dos impostos do povo de semsimra. vampiros, amélia, mamede, rui jorge, alllan, gonçalves, jorge cabral todos orientados
Mais boys em Sesimbra o xulo foi fazer companhia ao ditador alan pereira.
A corrupção é um perigo universal contra a democracia.
Mas fica caro - a todos os níveis - enfrentá-la. Alguns de nós, que vencemos o medo, apesar disso não nos vamos calando. As calúnias, as ameaças, etc, não nos fazem recuar.
Continua, Ermelinda, eu "já paguei as minhas favas". A minha militância vai continuando, mais branda, claro, por outras paragens.
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