quinta-feira, 18 de junho de 2009

Contado, ninguém acredita... até parece mentira!

Hoje tive uma aventura rocambolesca... como não estava à espera que me fosse acontecer. De manhã, aí vou eu... da Av.ª dos Aliados, onde fica a residencial onde estou hospedada, em direcção a Vila Nova de Gaia.
Apanhei o Metro e "ala que se faz tarde" a caminho do Parque Biológico de Gaia, local do seminário que me trouxe até estas bandas... coisa simples, pensava eu, até porque na pesquisa que fizera na Internet apontavam dez minutos de trajecto, depois da última paragem do Metro!
Pensando que o fim da linha amarela era a "João de Deus", como da última vez que cá estive, saí... mas, afinal, enganara-me e tendo já andado mais de meia hora a pé sem nada que me fizesse pensar que o destino estava perto, lá acabei por perguntar a um transeunte qual era a melhor direcção.
Para meu espanto, diz-me o senhor que era dali a cerca de 7Km no caminho de Avintes.
O quê? 7 km? Não posso crer! Mas olhe que é! voltou a insistir o senhor. Acreditei nele. E fui para a paragem do autocarro que, gentilmente, me indicou.
Quase trinta minutos depois, lá aparece o bendito autocarro. Como nunca tinha vindo por estas bandas pedi ao motorista que, quando chegasse ao local, me avisasse. E sentei-me logo ali no lugar da frente.
Entre conversas de comadres, crianças a fazer birra, curvas e contra curvas, a camioneta ia seguindo a velocidade moderada. Avintes passou mas, sinceramente, não me preocupou. Pois se o Parque é de Gaia e está em Avintes, também bem podia ser, afinal, nos arredores dessa localidade e, por isso, lá fui observando a paisagem, bonita por sinal.
Achei que a viagem estava a demorar demais, é certo, mas a passagem entre ruas estreitas, sinuosas, sem visibilidade, fez-me pensar que a reduzida velocidade é que fazia a demora parecer ainda mais longa... até deu direito ao condutor sair, ir ao café, e o autocarro ali parado no meio da estrada... Outra vida, outro tempo!
Todavia, quando me apercebi que era a única ocupante do autocarro, perguntei ao motorista: então, quando é que chegamos?
- Ai, minha nossa, mas você ainda está aí? Esqueci-me completamente de si!
- Boa! E, então, onde estou eu agora?
- Em Crestuma. Bem longe do Parque Biológico. E o problema é que tão depressa não há volta...
- O quê?
- Pois... peço-lhe imensa desculpa. Autocarro só daqui a uma hora.
Bem, pensei, "perdida por cem perdida por mil"... já que aqui estou, vou dar uma volta e tirar umas fotografias. Mau era o calor insuportável, e eu sem uma garrafa de água... e nem um café à vista. Só portas fechadas, ruas vazias, com um acentuado declive que me fazia suar só de pensar que, se as descesse teria de as subir (obviamente!)...
Mas lá acabei por ir dar a minha voltinha. E descobri um café, aleluia! Lá bebi a minha água, à sombra, e até conversei com o proprietário, imagine-se... sobre a terra, pois claro, mas também de política, a propósito de um cartaz para as autárquicas fazendo a apresentação de um jovem candidato que concorria por um movimento cívico, independente dos partidos. É que em Crestuma as pessoas eram muito dinâmicas, interventivas a todos os níveis, desde a cultura (havia um grupo de música e dois de folclore) ao desporto (sobretudo canoagem) e até à solidariedade social (apoio a idosos), dizia ele com orgulho.
Na volta, apesar de cansada e cheia de calor, até acabei por gostar desta aventura.
De regresso, com o mesmo motorista, lembrei-o de que, agora, não lhe perdoaria um segundo esquecimento e ainda acabei por rir, com ele, de toda esta situação. Chatear-me para quê?

Deixo-vos algumas fotografias de Crestuma. Uma terra bonita, não é? E haja alegria que a vida são dois dias e o Carnaval três. Mas aprendi a lição: amanhã só de táxi é que vou para o Parque Biológico. Ida e volta. Assim não há enganos.

22 comentários:

Curioso ... disse...

Já disse isto noutro post mais atrás, mas não resisto em repeti-lo no local próprio.

Imaginem só este cenário meramente hipotético: esta odisseia aqui relatada pela D. Ermelinda Toscano, com tanta bonomia, ter acontecido em Almada! Imaginem só esse cenário, e depois digam lá o que veríamos todos aqui escrito ...

Sabe, D. Ermelinda Toscano, também a propósito de algo que você escreve noutro local (onde eu comentei), campanhas à PCP são campanhas sérias e honestas. Não são como as suas (serão campanhas à BE? É só uma pergunta, não se ofenda ...) que usam a truncagem mais abjecta para fazer ... campanha!

Passe bem aí pelos lados do Porto. E aprenda bem como funcionam as Assembleias Municipais. Nada melhor do que participar em seminários para esse efeito ...

E a propósito disto, devo depreender que D. Ermelinda se encontra de férias, e a expensas prórpias (ou do seu Partido, considerando os tempos que se aproximam ...). Senão serei obrigado a questionar-me sobre a que propósito é que eu, cidadão que paga a tempo e horas os seus impostos, estarei a suportar a sua participação num seminário sobre funcionamento de Assembleias Municipais? Porque você é funcionária pública, não é?

O Micróbio II disse...

Não perdeste nada... ganhaste uma viagem a Crestuma...

Anónimo disse...

Minda

Sentiste na pele a desagradável sensação de não saberes onde estás.
Nada que não tenha acontecido a muita gente.

Tenho a certeza de que o motorista não fez de propósito.
Coitado, até se deve ter sentido mal com o sucedido.

Uma situação dessas é passível de acontecer em qualquer parte do mundo.

Numa próxima oportunidade, leva contigo um "GPS"...

*

Fernando Antolin disse...

Curioso , já pode passar pela sede ou pela Câmara,para lhe fazerem uma festinha...ou lhe atirarem um rebuçado....

Minda disse...

Caro "amigo" Curioso (parte um):

Acho que tem, de facto, o dom de perder boas oportunidades de estar calado (ou, melhor dizendo, o de não escrever asneiras).

1.º parágrafo... adiante. Comentar para quê?

Sobre as campanhas à PCP. São sérias e honestas, diz. Como esta que a CDU de Almada, perdão, a CMA (ou será o inverso?), anda a fazer socorrendo-se do orçamento municipal. Evidentemente!

Truncagem abjecta?... claro! é esse mesmo o adjectivo certo (abjecto!) para quem vê imagens ou lê notícias de forma selectiva e sofre de uma conveniente amnésia relativamente àquilo que não lhe agrada ver ou ler para poder falar/escrever mentiras como se fossem verdades absolutas... convenientemente, não viu que eu já tinha publicado o cartaz em causa no dia 9, assim como não reparou nele quando o publiquei no dia seguinte ao do “desafio” lançado. Em ambos os casos eles estão lá, de forma integral, com enquadramento paisagístico e tudo... mas há gente capaz de tudo, como V.ª Ex.ª, inclusive de continuar a insistir na tese da truncagem... pois, pois, convém!

Minda disse...

Caro "amigo" Curioso:

E quanto à sua ironia sobre o seminário a que fui assistir, só mostra bem a qualidade do seu carácter...

Além de ter passado bem pelo Porto (uma cidade de que gosto muito, mas muito mesmo), aprendi bastante com o seminário a que fui, sim. Porque para saber de Assembleias Municipais não se aprende apenas fazendo parte delas (e eu, por enquanto, não faço... mas hei-de fazer!), há que trocar experiências e saber colher ensinamentos desse intercâmbio. Por outro lado, existem os iluminados, senhores da sabedoria universal, que tudo sabem, nunca têm dúvidas e raramente se enganam e, por isso, menosprezam este tipo de eventos. Bem-ditos sejam!

E a propósito, agora pergunto-lhe eu: quem é o senhor, anónimo (que nem coragem tem para se identificar e fazer acusações frontais como exige aos outros), e com que direito, vem aqui ao meu blogue, armado em moralista, lançar dúvidas acerca da legitimidade para eu estar neste seminário? Isso, sim, é ABJECTO (para utilizar um qualificativo seu, porque se fosse eu a escolher classificava-o muito pior)!

E o que é que tem ser funcionária pública (de um órgão deliberativo de âmbito supra-municipal, onde desempenho funções de direcção de serviços mas, também, de assessoria à presidência do órgão deliberativo, diga-se em abono da verdade)? Acaso os funcionários públicos estão impedidos de ir a seminários, nomeadamente os que desempenham funções e/ou cargos equivalentes aos que eu já desempenho há mais de uma década?

Uma insinuação “porca e indecente” (para quem se julga tão seguidor da ética não deixa de ser um comportamento deveras “curioso” – ou, então, a máscara, com o calor, descaiu e mostrou o seu verdadeiro carácter) é aquela que faz dando a entender que fui àquele seminário sobre o funcionamento das assembleias municipais abusando dos dinheiros públicos... Baseado em que informações dá a entender que só em férias, a custas pessoais, ou paga pelo Bloco de Esquerda é que teria direito a ir? Repito: uma insinuação “porca e indecente”!

Por acaso saberá V.ª Ex.ª (que pensa ser um ente tão informado) em que qualidade fui eu àquele seminário? Embora você não mereça que lhe dê qualquer explicação, merecem, contudo, os leitores deste blogue, e como nada tenho a esconder passo a informar que:
Fui ao seminário sobre funcionamento das assembleias municipais, organizado pelo CEJUR, Centro de Estudos Jurídicos da Universidade do Minho, em representação da minha entidade – a Assembleia Distrital de Lisboa (que integra todos os presidentes de câmara e assembleias municipais dos 16 concelho do distrito de Lisboa e, ainda, um presidente de junta eleito na respectiva assembleia municipal, em representação dos seus pares), que é assinante da Revista de Direito Regional e Local, promotora da iniciativa, e por quem fomos convidados.
Fui devidamente autorizada pelo Presidente da ADL (já agora, para ficar a saber quem é aqui fica a informação: José Manuel Dias Custódio, Presidente da Câmara Municipal da Lourinhã), e porque as matérias em debate foram consideradas de interesse para o meu serviço, não só porque dele fazem parte 16 presidentes de assembleias municipais como temos, ainda, um Núcleo de Investigação que está a preparar um projecto nesta área.

Minda disse...

Caro "amigo" Curioso (parte 3):

Por acaso será crime pertencer ao Bloco de Esquerda, ser autarca na Assembleia de Freguesia de Cacilhas e candidata à Assembleia Municipal de Almada? Está a sugerir que deveria deixar de desempenhar funções como funcionária pública (lembro, num órgão que nem sequer está sujeito a sufrágio directo e pertence a outro distrito) por incompatibilidade?

È que, embora permitido pela LEOAL (que nesse aspecto é ambígua e, na minha opinião, até contraditória pois nega essa possibilidade aos funcionários com vínculo permanente à autarquia mas não aos nela requisitados e com vínculo ao seu serviço de origem noutro concelho e/ou na administração central), eticamente condenável é o facto de um Director de Serviços da Câmara Municipal de Almada (em comissão de serviço) ser candidato autárquico no concelho de Almada e ao ser eleito presidente de Junta de Freguesia acabar por fazer parte, por inerência, da respectiva Assembleia Municipal e votar matérias sobre as quais tem conhecimentos privilegiados em relação aos restantes membros daquele órgão deliberativo. Como aconteceu, até há bem pouco tempo e durante muitos anos, aqui em Almada, com um candidato da CDU, recentemente reformado.

E passe bem.
Um resto de bom domingo.

Minda disse...

Micróbio:

Também acho. Acabei por fazer uma visista a uma terra linda que, de outra forma, não iria conhecer.

É o ditado popular a comprovar a sabedoria do povo: "há males que vêm por bem". E nest caso assim foi.

Minda disse...

Observador:

Não cheguei a sentir, propriamente, a sensação de estar perdida. Apenas aborrecida por ter ido para onde não queria. Mas a paisagem era tão bonita que acabei ficando deliciada pela oportunidade que tive. Daí ter considerado que não valia a pena chatear-me (até porque não iria resolver nada com isso, a não ser ganhar alguma dor de cabeça, pela arrelia).

**

Minda disse...

Fernando Antoli:

Um bom concelho.

Mas se a festa for por pensarem que me conseguiram "acertar em cheio", desiludam-se... os métodos que o "amigo" Curioso utilizou falharam e o "feitiço virou-se contra o feiticeiro".

Fernando Antolin disse...

Cara amiga, para o "curioso", até um osso atirado seria um desperdício.É deixá-lo "ladrar" !!

Das Neves disse...

Por acaso ainda não perceberam que este Curioso é um alto "funcionário" da autarquia?
Há quanto tempo vos anda a enganar?
Para mim é igual. Até pode ser da Associação Protectora dos Animais Autárquicos.

Curioso= fantoche disse...

Já referi mais de que uma vez, que este curioso é um oportunista que ganha 4 mil euros . Utilizou este blog para ofender uma pessoa verdadeiramente democrata, não oportunista como ele. Conhecendo a Ermelinda como conheço acho vergonhoso e abjecto a forma deste fulano dirigir-se nestes tons. A Ermelinda conhece-me através da celebre frase "assim se vê a força do PC de". Eu conheço a criatura (Prof. de Filosofia) e mais não digo.Esta criatura devia saber o que se passa na CMA. Funcionários caatalogados como comunistas, que passam todo o ano sem trabalhar simplesmente, a fazer cursos à conta do erário público, para o seu próprio currículo.Curioso vá dar banho ao seu cão. suma-se e leve a emilia consigo

Minda disse...

Fernando Antoli:

Peço desculpa, em primeiro lugar, por ter escrito um erro no comentário anterior.

É conselho, obviamente e não concelho, a que me estava a referir. É melhor dizê-lo já antes que me venham acusar de não saber escrever.

Quanto às explicações que acabo por dar ao tal Curioso, é verdade que é dar-lhe troco e ele não merece que tenha essa consideração. Todavia, porque vem aqui provocar e deixar insinuações vis e torpes, é necessário esclarecer os leitores. Portanto, as respostas que lhe dou têm apenas esse objectivo.

Minda disse...

Das Neves:

Que o dito cujo é alguém na CMA também desconfio. Funcionário ou vereador, pouco me importa. Quanto mais escreve mais fácil se torna mostrar o quão pouco democráticos são os métodos desta gentinha que está à frente, politicamente falando, da autarquia almandense.

Minda disse...

Curioso = fantoche:

Pois é. Se por um lado me apetecia pedir-te para confessares quem é essa personagem de quem suspeitas, por outro lado, sinceramente, nem quero saber (1.º porque podes estar errado, 2.º porque conhecer gente desta - e estive tentada a escrever o adjectivo com que o qualifico - não é a minha prioridade).

Obrigada pelo voto de confiança. Um dia destes havemos de conversar sobre estas e outras coisas que se estão a passar na CMA.

Anónimo disse...

Só quero lembrar que maior aberração é o Chefe de Gabinete da Presidente da Câmara, João Geraldes ser membro eleito da Assembleia Municipal.
Do meu ponto de vista é tão grave como o tal presidente de junta, mas agravado porque vota sempre os documentos que é suposto ele próprio produzir!!!

Minda disse...

Anónimo das 10:23

A alínea d) do artigo 7º da Lei Orgânica n.º1/2001, de 14 de Agosto (Inelegibilidades especiais) diz que “não são elegíveis para os órgãos das autarquias locais dos círculos eleitorais onde exercem funções”, entre outros, “os funcionários dos órgãos das autarquias locais ou dos entes por estas constituídos ou em que detenham posição maioritária, que exerçam funções de direcção, salvo no caso de suspensão obrigatória de funções desde a data de entrega da lista de candidatura em que se integrem.”

Ou seja, refere-se apenas às pessoas que têm vínculos jurídicos permanentes (vulgarmente conhecidos como os do quadro) e deixa de fora, por exemplo, os casos de prestação de serviços e/ou as anteriores requisições.

Não sei qual é a situação, em concreto, da pessoa a que se refere, mas seja ela qual for, mesmo sendo permitida por lei, é eticamente condenável. Porque, se o objectivo do legislador era incentivar o rigor e a transparência, em igualdade de circunstância a todos os candidatos, evitando que aqueles que têm acesso a informação privilegiada fossem candidatos, não vejo qual é a diferença substancial que o vínculo confere (ou não confere)… interessa, a meu ver, é as funções que a pessoa desempenha.

Por isso, concordo consigo quando diz que essa situação é uma aberração.

Das Neves disse...

O João Geraldes é o Chefe de Gabinete da Presidente da Câmara.

Vejam lá se esta figura se encaixa ou não na legislação.

Minda disse...

Das Neves:

A questão já foi repsondida no comentário anterior.

à COCA disse...

Este Geraldes é o protótipo do comunista almadense. Oportunista, nunca fez nenhum na vida, andou a saltitar de tacho em tacho. Esta criatura é comunista só se for no gabinete da presidência.
Também eu quero auferir 3000 euros, inscrevo-me já amanhã no partido. Falto durante o dia ao trabalho e vou à noite às reuniões na concelhia.
Nos anos 90 um sujeito parecido com o geraldes, inscreveu-se no PCP para ingressar como tecnico superior, mais tarde, entregou o cartão pois estava-se perante a hipótese do PS ganhar em Almada. Mais tarde tentou inscrever-se no partido,novamente em virtude de se encontra aberto concurso para
dirigente.

Minda disse...

À Coca:

Não posso pronunciar-me sobre quem não conheço nem tão pouco faço juízos de valor sobre comportamentos desconhecendo os fundamentos factuais. Eticamente considero isso condenável.

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