«Em Almada, no mandato 2009-2013,
em situação semelhante, o BE optou por, publicamente, não apoiar a CDU.
Todavia, nos
"bastidores" acabou sempre por viabilizar não só os vários planos e
orçamentos como todas as outras propostas apresentadas nas reuniões do
executivo.
Foi, à época, uma atitude algo
"desonesta" e que ninguém compreendeu (face ao que tinha sido a
campanha eleitoral e aos objetivos preconizados) e por isso, no mandato
seguinte (2013-2017), sofreram as consequências: perderam o mandato na vereação...
Pelo menos este é um
comportamento mais transparente, muito embora devessem ter colocado essa
hipótese previamente, prevendo um cenário deste tipo, para que os eleitores
votassem em consciência.
Cá por estas bandas (de Almada) a
CDU sempre preferiu acordos pós-eleitorais com o PSD (houve vários em mandatos
anteriores ao nível das freguesias, com partilha de cargos nos executivos
respetivos) nunca tendo mostrado qualquer vontade de se "coligar" com
o BE.
Não conheço a realidade do Seixal
(isto da política autárquica, por vezes, tem mais a ver com pessoas do que com
ideologias), tão pouco se, como já acontecia em Almada, a população dava
indícios de estar farta da forma prepotente como a CDU vinha a governar o
concelho, negligenciando certas práticas de boa gestão... mas esta predisposição
do BE para facilitar a vida à CDU, sobretudo depois do que Jerónimo de Sousa
disse do BE nos últimos tempos (considerando-o como um dos principais culpados
pelo desaire eleitoral sofrido pelos comunistas), deixa-me apreensiva e,
confesso, também desiludida.»
E sobre o conteúdo deste segundo
comunicado, de dia 20 de outubro, voltei a escrever o seguinte:
«Mas do que é que estavam à
espera?
Depois do resultado das últimas
autárquicas, sendo o BE o "bode expiatório" que a CDU utilizou para
limpar as culpas próprias e o PDS o aliado preferencial dos comunistas (e de
longa data a julgar pelo exemplo de Almada com os acordos pós-eleitorais nas
freguesias que duraram vários mandatos), pensar que se manteriam as condições
do mandato anterior ao nível da distribuição de pelouros foi mesmo ingenuidade
dos bloquistas...
Não aprenderam nada, de facto:
nem CDU nem o BE.
Mas existe algo que me intriga:
estaria o BE a pensar estender o acordo à entrada nos órgãos colegiais das
freguesias? É que, com o nível concelhio só existem dois órgãos autárquicos: a
câmara e a assembleia municipais. Ora se a CDU aceitava a participação do BE
nesses órgãos, o que é que fez gorar a negociação?
E no mandato anterior, o que é
que foi o BE para a CDU no Seixal? A flor na lapela que agora se recusa a ser?
Terá havido acordo escrito? Ou a exigência atual é o resultado de "gato
escaldado..."?»
Pouco mais haverá a acrescentar
ao que acima fica dito embora muito possa ser lido nas entrelinhas. Como “para
bom entender meia palavra basta” e estas são muito mais do que uma metade,
fico-me por aqui, não se antes deixar a pergunta: E em Almada qual irá ser a disponibilidade do BE?
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