Começando pela dúvida sobre as competências da
própria Comissão:
«Ao
definir o contexto da sua intervenção, a Comissão teve presente que não compete
à Assembleia Municipal proceder à análise de questões laborais, que têm necessariamente
a sua apreciação e resolução junto das instâncias judiciais e disciplinares e
não do órgão deliberativo.» (CDU)
À declaração sobre qual foi o real objetivo da
Comissão (pelos vistos era mais importante arranjar consensos do que apurar a
verdade):
«Ao
longo de dezenas de horas foram procurados consensos indispensáveis para que o
relatório pudesse ser aprovado em comissão. Houve empenho na procura de
soluções e cedência de todas as forças políticas nela representadas. Considero
que reúne as condições para ser votado e aprovado, agora, em plenário.» (PS)
Passando pela crítica que desmascara a forma como
decorreram os trabalhos (de forma ligeira, sem aprofundar as questões):
«Lamentamos que uma Comissão
que não quis chegar ao fundo da questão, tenha ficado por conclusões inócuas e
repletas de eufemismos, de que desarticulação funcional é um belíssimo exemplo.»
(CDS)
Sem esquecer o conselho que mais não é do que a
confirmação da existência daquilo que é negado no relatório:
«Nós queremos
aconselhar que seja atribuído, brevemente, ao engenheiro Jorge Abreu, trabalho
que possa vir a proporcionar, quer aos SMAS quer ao trabalhador, uma desejável
realização profissional.» (PSD)
A intervenção mais convincente foi, de facto, a do Bloco
de Esquerda, como a seguir se pode confirmar:
... … … … … … .... … … … … … … …
… … … … … … … … … … … … … … … … … …
Melhor mesmo só a benevolência do senhor vereador José Gonçalves:
«Bom. E queria também dizer que, naturalmente, percebo que alguns senhores
deputados tenham opinião própria sobre esta questão, quer dizer, que não
resulta apenas da ponderação que foi feita em sede de comissão.»
Ou o encarecido pedido da senhora Presidente da Câmara:
«As atas desta Assembleia Municipal têm sido sempre extremamente rigorosas.
Contudo, quero pedir ao senhor Presidente da Assembleia Municipal que nem uma
só palavra falte na ata desta reunião.»
Veja aqui o que se passou na Assembleia Municipal de Almada do
passado dia 24 de fevereiro, no
ponto da ordem do dia sobre a questão do trabalhador dos SMAS vítima de
mobbing:
O branqueamento da informação, as
contradições entre o voto a favor (deliberativo) e o palco para desabafos inconsequentes,
o elenco das questões que ficaram por dizer, a demagogia do discurso oficial à líder
ofendida… há de tudo um pouco.
2 comentários:
Magnífico BE, crítica construtiva, oposição clara e inequívoca, brilhante discurso, pleno de conteúdo e propostas.
Fico a saber em quem NÃO IREI VOTAR nas próximas autárquicas.
Duracel
E dura, e dura, e dura ...
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