Dando continuidade à notícia de
domingo passado: «Câmara
de Almada recusa pagar compensação por caducidade do contrato de trabalho»…
uma atitude mui digna, justa e solidária, de uma gestão autárquica liderada
pelo Partido Comunista – o tal que se diz “único defensor dos trabalhadores” –
informamos que foi entregue ao Ministério Público junto do Tribunal
Administrativo e Fiscal de Almada, no passado dia 27 (3.ª feira), denúncia
contra a Câmara Municipal de Almada por esta se negar a cumprir a lei e, de
forma deliberada, lesar os interesses dos trabalhadores precários do município.
Independentemente do facto de o
contrato que despoletou a denúncia ter sido celebrado ao abrigo de legislação
que, entretanto, caducou com a entrada em vigor do RCTFP, e mesmo tendo havido (segundo
nos disseram) uma suposta orientação da DGAEP sobre o não pagamento da
compensação por caducidade, certo é que não foi só o Conselho Consultivo da
Procuradoria Geral da República que se pronunciou contra essa posição como até
o próprio Provedor
de Justiça, que emitiu uma Recomendação sobre o assunto (partindo da
análise dos contratos a termo dos professores a quem o Ministério da Educação,
em 2011, também não queria pagar a compensação por caducidade) onde concluiu
que:
«… o direito à compensação, a que
se referem os artigos 252º, nº 3 e 253º, nº 4 do RCTFP, se verifica sempre que
a caducidade do contrato a termo não decorra da vontade do trabalhador e este
não obtenha uma nova colocação que lhe assegure a manutenção de uma relação
jurídica de emprego público».
Em ambos os casos (Parecer da PGR
e Recomendação da PJ) foi considerado que o trabalhador tinha direito a receber
a compensação por caducidade do contrato a termo resolutivo certo pelo que a
decisão da Câmara Municipal de Almada, tanto à data de outorga do contrato
(março de 2008) como na data de rescisão do mesmo (fevereiro de 2012) é injusta
e ilegal.
Face ao exposto, a Plataforma de
Cidadania do Concelho de Almada requereu ao Ministério Público que encetasse as
diligências adequadas ao apuramento integral da verdade, nomeadamente que fosse
apurado:
Quantos mais trabalhadores
precários do município terão sido privados de receber a compensação por
caducidade do seu contrato;
Que montantes foram efetivamente
contabilizados pelos Serviços Municipais como pagamentos efetuados ao
trabalhador em causa a quando da caducidade do respetivo contrato;
Que valores eram/são
habitualmente liquidados aos trabalhadores (da Câmara e dos SMAS) em situação
contratual semelhante sempre que ocorria/ocorre a caducidade do seu contrato.
Nota final:
Como também contactámos todos os partidos com representação na Assembleia Municipal (CDU, PS, PSD, BE e CDS), iremos aguardar que o silêncio se transforme em condenação desta prática da Câmara Municipal. Vamos ver quantos deles terão coragem suficiente para se pronunciar e mostrar-nos quem é que, e como é que, na prática, defende os direitos dos trabalhadores.
3 comentários:
Bom, só não vejo qualquer logotipo que aluda à CMA. Pode publicar a integralidade dessa página do documento? Creio que seria clarificador...
Ó homem basta seguir a ligação que está no título do artigo anterior...
E lá tem o contrato completo para apreciar.
Apenas um pequeno reparo...como é possível, o partido de esquerda com representação na Assembleia Municipal de Almada, nomeadamente o BE, estar a defender uma causa e um cidadão que tem enraízado na sua vivência politico-social uma postura pró salazarista convicta...
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