sexta-feira, 4 de agosto de 2006

O Exército Perdido

Os insondáveis mistérios do Egipto.
Paul Sussam é arqueólogo e jornalista e tem passado os últimos anos em escavações no Vale dos Reis, no Egipto, onde desempenha, também, as funções de cronista oficial do Projecto de Túmulos Reais Amarna. Por isso, sabe do que fala quando escreve sobre aquilo que classifica como os «insondáveis mistérios do Egipto», país onde o povo costuma dizer que não se escava uma sepultura sem antes esbarrar na tumba de um faraó, e que fizeram desta terra um imenso templo de perdição e descobertas para arqueólogos e saqueadores.
Este romance, de género policial, é a estreia de Paul Sussman na literatura e conjuga, de forma admirável, aspectos verídicos da história local (da antiguidade aos nossos dias), sem esquecer os conflitos políticos de hoje.
Valerio Manfredi classificou-o como «uma grande aventura, um dos mais intrigantes mistérios do passado [o desaparecimento do exército de Cambises], um extraordinário romance magnificamente concebido». Pela parte que me toca, considero-o um «inesquecível romance arqueológico, que reúne alguns dos melhores ingredientes de uma grande aventura: tesouros, terrorismo e mortes misteriosas».
Todavia, na minha modesta opinião, este livro (que li com entusiasmo nestas férias) prende-nos, principalmente, pela forma como o autor consegue retratar aspectos do quotidiano daqueles povos e pela abordagem dos conflitos étnicos e religiosos aí latentes.
Para quem gosta de ficção com substrato histórico, onde os factos verídicos são o suporte do enredo e a imaginação do autor apenas introduz alguns elementos plausíveis e os encadeia numa relação lógica, este é, pois, um livro a não perder.

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