segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Tribunal leva seis anos a anular despacho por falta de fundamentação

Todos sabemos que as Entrevistas Profissionais são, de entre os métodos de selecção de candidatos num concurso, o mais subjectivo. Por isso não pode ser tida de forma isolada nem tão pouco ter uma ponderação maioritária na classificação final para evitar que, através dela, se valorize injustamente determinado candidato em detrimento de outro.

As entrevistas são, pois, um ponto sensível nos procedimentos concursais e é necessário muito cuidado na sua fundamentação para que não restem quaisquer dúvidas quanto à nota atribuída a cada um dos parâmetros em análise.

Com todos os “problemas” que temos vindo a denunciar na Câmara Municipal de Almada ao nível da gestão dos recursos humanos, nomeadamente nesta área do recrutamento, não será de estranhar que existam recursos contenciosos em tribunal reclamando da falta de fundamentação.

Hoje trago-vos um excerto de uma sentença de um processo interposto em 2003 por um candidato que se sentiu lesado num concurso para Técnico Superior de Comunicação Social da CMA. O processo demorou seis anos até estar concluído tendo os juízes decidido a favor do candidato.

Ou seja, a lista de classificação final foi anulada e tiveram de repetir a prova (as e os candidatos admitidos, e que até já se encontravam providos no lugar, e o candidato excluído e que reclamou da sua classificação).

Se a nova valoração tivesse alterado a posição na lista de classificação final e o candidato excluído tivesse nota superior ao último admitido, o que teria de acontecer: passava ele a ocupar o lugar do colega? Em que situação ficava aquele que já tomara posse?

Apenas para concluir: os júris dos concursos têm de ter um pouco mais de atenção a quando da preparação das entrevistas e da elaboração das respectivas fichas pois qualquer “distracção”, em caso de reclamação, cria uma série de dificuldades desnecessárias. Mas a morosidade da justiça e os custos de todo o processo levam as pessoas a desistir de reclamar, perpetuando as injustiças que possam ocorrer e que dificilmente se conseguem provar.

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«E em face do que consta da acta do júri, e bem assim dos elementos onde foi exteriorizada a decisão do júri no que respeita à pontuação dado ao recorrente – como aos demais candidatos – na prova da entrevista profissional de selecção (…) apenas com a indicação dos valores a cada um dos itens apreciados na entrevista “Experiência profissional e motivação”, “Recursos intelectuais”, “Dinamismo” e “Relacionamento interpessoal”, entendemos que tal exteriorização não permite dar a conhecer ao destinatário (aos destinatários) quais foram os parâmetros abordados e relevantes para a classificação obtida pelo candidato aqui recorrente bem como para os demais candidatos (…), com a devida fundamentação não só dos elementos abordados na entrevista, mais ainda de quais foram os que relevaram para as diferentes pontuações atribuídas a qualquer um dos candidatos.
Até para aferir das diversas coerências lógicas e de raciocínio tidas para com cada um deles em cada um dos itens abordados.
E manifestamente tal exteriorização não resulta, não permite dar a conhecer qual ou quais os aspectos valorados, e a intensidade dessa valoração, por parte do júri perante cada situação e cada candidato.
E por isso que, nesta vertente assista razão ao recorrente quando sustenta a falta ou insuficiente fundamentação da deliberação do júri quanto a este método de selecção. (…)
DECISÃO:
Por todo o exposto julga-se, em parte, procedente por provado o presente recurso contencioso, e em consequência determina-se a anulação do acto recorrido – o despacho da Sr.ª Presidente da Câmara que homologou a lista de classificação final deliberada pelo júri.»

Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa,
Acórdão de 16 de Fevereiro de 2009 (Processo n.º 920/2003)

12 comentários:

Anónimo disse...

Tem sido com estes expedientes bacocos que a gestão PCP tem feito o que quer na CMA: Não concorda? Vá para tribunal.
E assim atropelam os direitos dos funcionários, colocando nos concursos feitos à medida...quem eles bem entendem!
Só não vê quem não quer e a oposição anda demasiado ocupada com o desconhecimento que tem sobre a CMA, cuidando das suas vidas, através do facto de terem sido eleitos e assim dizerem que são políticos!
O que deviam assumir é que são uns políticos de meia tigela e bem bacocos!
Quem sofre é sempre o mais fraco...

Anónimo disse...

Não esquecer que a "máquina jurídica" da CMA serve apenas para ganhar tempo, recorrendo sistemáticamente a manobras dilatórias. Isto na hipótese de o lesado recorrer aos Tribunais.

Os Advogados da CMA são mesmo conhecidos pelos "truques" baixos para ganhar tempo, naquela que "enquanto o pau vai e vem, folgam as costas".
Grave é que essas manobras, bem como os "truques" de elementos do PCP infiltrados no próprio Tribunal de Almada, são sempre muito dispendiosos, e vão sendo pagos pelo Município, logo por todos nós.
Pelo lado do trabalhador vítima, ninguém lhe paga as custas processuais...
Conclusão: A CMA, quando confrontada em Tribunal com as suas irregularidades, põe as vítimas (munícipes) a pagar as custas, enquanto a vítima tem que empenhar o pouco que possui para lutar contra tamanho "gigante".
A um trabalhador que pôs a CMA em Tribunal, diziam os Advogados desta: - "Dinheiro para desistir da queixa não é problema, a CMA paga; mas se insiste no continuar do Processo, então vai ter de gastar muito em custas e tempo, pois nós fazemos-lhe a vida negra, com recursos até onde der".

Ao bom estilo fascista...

Anónimo disse...

Já mudámos de tom, hein? Curioso, muito curioso. Com a excepção, é evidente, do "cão de fila" de D. Ermelinda Toscano, que aqui publica sucessivos comentários sob a forma de anónimo mas é só um "cão de fila". Esse continua a fazer o seu papel ...

Mas D. Ermelinda já mudou de discurso. Essa é que é essa, para citar um conhecido "taxista" da nossa praça.

Então, D. Ermelinda, os júris dos concursos na CM Almada já não são os "paus mandados" que fazem apenas o que a tenebrosa administração da CM Almada lhes manda fazer, em nome da defesa de alguns contra os outros todos?

Já não são isso, D. Ermelinda? Já não são todos uns vendidos e corruptos? Agora apenas "têm que ter mais cuidado", não vão depois criar situações complicadas? Que grande mudança de discurso, caramba! O que lhe aconteceu? Porque mudou assim tanto de opinião? Isto tem "água no bico", ahhhh tem, tem!

Anónimo disse...

São os membros desses Júris, que seria interessante vê-los prestar qualquer prova de conhecimentos? Assim, muitas das dúvidas esclareciam-se por elas...
Quais as competências destes senhores para avaliarem o que quer que seja?
A maior parte destes só tem uma licenciatura e muito sofrida (mendigada)!
Dá vontade de rir, vejam as médias finais com que acabaram os cursos...

Anónimo disse...

É, "cães de fila" são sempre cães de fila. Não há nada a fazer. Oh homem, mude lá - ver se é capaz ... - um bocado o estilo ao texto. Assim não dá para esconder que é sempre o mesmo "encomenda" a escrever.

Ao menos eu sou anónimo mas assumo tudo quanto escrevo. Se calhar, ainda vou ouvir (ler) D. Ermelinda Toscano dizer que sou menos cobarde que os outros ... Sei lá, digo eu. Até já os júris dos concursos não são os "malandros" do costume, por isso já acredito em tudo.

Não são "malandros" excepto para o "cão de fila", está bem de ver. Para esse sujeitinho até são ignorantes e tudo. Por contraposição a ele, claro!

Anónimo disse...

CUIDADO!
Atenção!
"Cão de fila" também morde!
Dentada de "cão-de-fila" pode estragar muitas nádegas "moldadas" à figura e forma das poltronas da C.M.A.!
"Anónimo" de 23 de Agosto de 2010 11:32, cuidado com as nádegas...

Anónimo disse...

Não, anónimo de 23 de Agosto de 2010 15:02, está enganado. "Cão de fila" não morde. Ladra muito, mas morder não morde. Ainda por cima, o ladrar de "cão de fila" é como as vozes dos burros (que podem até ser os seus donos): não chegam aos céus!

Por isso esteja descansado, cão de fil ... anónimo de 23 de Agosto de 2010 15:02; por mim fico absolutamente descansado.

cão-de-fila disse...

Então ó Zé, meta lá a nádega a jeito e verá se não morde.

Anónimo disse...

Já está! Completamente "a jeito"... força!

...
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...

Ainda não mordeu???? Falta muito?????

...
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Então, isso é para quando? Quando é que morde? Falta muito ou faz serão?

...
...
...

Não morde mas é nada! O que o "cão de fila" pretende é desviar as atenções do essencial.

D. Ermelinda, insisto, explique lá à gente porque é que tão de repente ficou mais civilizada e mudou tão radicalmente o tom do seu discurso. Diga lá, ou então, como não me responde, ponha lá o seu "cão de fila" a dizer porquê esta súbita mudança, no mínimo verdadeiramente surpreendente em si.

Vá lá, diga alguma coisa, já que pela dentada do "cão de fila" estou a ver que tenho que esperar sentado ... mas a jeito!

Minda disse...

Anónimo das 10:35

Em muitos dos concursos feitos à medida que proliferam pela nossa Administração Pública fora, e Almada não é excepção (veja-se as irregularidades processuais que a IGAT detectou e aquelas que por aqui já tenho vindo a denunciar), é precisamente na entrevista que, por ser um método de análise mais subjectiva, que se “limam as arestas” para que as classificações finais sejam as convenientes.
É voz corrente que assim é. E quem trabalha na Administração Pública sabe que sim. Negar estas evidências é colocar a conveniente venda nos olhos… para que não tenha que assumir responsabilidades.

Minda disse...

Anónimo das 10:54

Quando um candidato se sente injustamente avaliado, o processo de revisão de provas, em contencioso, é tão burocrático, moroso e dispendioso que leva a maioria a desistir. E, assim, lá vão conseguindo calar os “inconvenientes” e deixar passar… os outros.

Minda disse...

Anónimo das 12:58

Há, de facto, muitos júris cuja competência técnica é, no mínimo, duvidosa.
Mas deixe que lhe diga: também não é a nota obtida na licenciatura que espelha um bom profisisonal.

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