«Neste país dos figurinos, das passarelas, dos cliques dos fotógrafos, das páginas de jornais e revistas, no entanto, também se morre. Morre-se de fraqueza, de vazio interno e externo, de diafanidade artificial e produzida pela ausência do sustento da vida: comida, bebida, saúde e vitalidade. Morre-se da tortura do ideal inalcançável da esquálida magreza, filha da cobrança implacável do mercado, que decreta que o padrão de beleza é ser magra. Morre-se torturado nos porões da mais implacável das ditaduras: a da beleza fabricada às custas da saúde da humanidade. (...)
Ana Carolina manteve seu peso abaixo do necessário. E de quebra levou osteoporose, infecção urinária e falência renal. E a despedida prematura da vida que por ela esperava de braços abertos. Atrás de si, as lágrimas inconsoláveis da mãe que a amava, do namorado, da família e amigos. Morreu vítima da crueldade de uma sociedade que vive de criar paradigmas e ícones anti-humanos. Uma sociedade que incita as mulheres a negarem sua natureza e sua corporeidade curvilínea, feita para gestar, nutrir e alimentar. Uma sociedade que transforma belas e jovens mulheres em meros objectos de consumo a serem triturados pelos dentes vorazes da mídia e do mercado».
Estas palavras são da autoria de Maria Clara Lucchetti Bingemer (teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio), a propósito da morte de uma modelo brasileira falecida há uns meses atrás com anorexia, e servem para ilustrar o tema de hoje: uma das mais terrivéis ditaduras dos dias de hoje, que viola direitos democraticamente conquistados, que oprime e destrói a auto-estima de milhões de seres humanos, lhes retira o prazer de viver e as impede de serem felizes.
Ana Carolina manteve seu peso abaixo do necessário. E de quebra levou osteoporose, infecção urinária e falência renal. E a despedida prematura da vida que por ela esperava de braços abertos. Atrás de si, as lágrimas inconsoláveis da mãe que a amava, do namorado, da família e amigos. Morreu vítima da crueldade de uma sociedade que vive de criar paradigmas e ícones anti-humanos. Uma sociedade que incita as mulheres a negarem sua natureza e sua corporeidade curvilínea, feita para gestar, nutrir e alimentar. Uma sociedade que transforma belas e jovens mulheres em meros objectos de consumo a serem triturados pelos dentes vorazes da mídia e do mercado».
Estas palavras são da autoria de Maria Clara Lucchetti Bingemer (teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio), a propósito da morte de uma modelo brasileira falecida há uns meses atrás com anorexia, e servem para ilustrar o tema de hoje: uma das mais terrivéis ditaduras dos dias de hoje, que viola direitos democraticamente conquistados, que oprime e destrói a auto-estima de milhões de seres humanos, lhes retira o prazer de viver e as impede de serem felizes.
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