sexta-feira, 4 de maio de 2007

Anarquicamente falando

Vem esta imagem (pintada num prédio da Rua Elias Garcia na esquina com a Rua Carvalho Freirinha, em Cacilhas) a propósito daquilo que é a incongruência de certas afirmações e que aqui vos vou deixar para que nela possamos reflectir em conjunto.

Senão vejamos: pressupõe a dita frase que o "capitalismo é guerra". Não discordo: a guerra pratica-se em várias acepções e não apenas bélica, sendo que a parte económica da coisa pode ter consequências tão devastadoras como a outra (a armada).

Presupõe aquela afirmação, dita assim peremptoriamente, que não se concorda com esse instrumento e/ou consequência do capitalismo: a guerra! Mas, então, como é que se pode utilizá-la (à guerra) como veículo para combater a causa (o capitalismo) que o origina?

Fico, ainda, mais confusa com a "assinatura" desta frase: o símbolo da anarquia. Sendo que os defensores desta ideologia negam qualquer princípio de autoridade, como explicam a adopção de um instrumento (a guerra) que só por si implica acatar estratégias concebidas com rigor militar para que a vitória seja certa? Ou, à partida, já pensam que saiem derrotados da contenda, por se recusarem a obedecer a uma voz de comando que oriente a "batalha"?

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